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Internacional | Peru: Governo golpista decreta toque de recolher enquanto as mobilizações seguem

Já são 21 pessoas assassinadas e mais de 100 feridos pela forte repressão policial e militar, que tem como marco o decreto de “emergência nacional” assinado por Dina Boluarte e agora a imposição do toque de recolher em 15 estados. A resposta da população trabalhadora, camponeses e povos originários é seguir mobilizados, com bloqueios de rodovias contra o governo golpista e por eleições já.

sexta-feira 16 de dezembro de 2022 | Edição do dia

Ao menos em 20 das 20 regiões do Peru as mobilizações continuam, piquetes e bloqueios de vias das maiorias populares exigindo eleições já e o fechamento do Congresso, dominado pela direita que realizou um golpe parlamentar há 8 dias, destituindo Pedro Castillo e nomeando como presidenta Dina Boluarte.

Castillo na sua curta presidência foi cedendo e retrocedendo nas suas promessas eleitorais à serviço dos interesses empresariais e da direita, mas ficou demonstrado que isso não é uma garantia para governar. Uma das primeiras medidas tomadas por este governo golpista foi instaurar o estado de emergência em algumas regiões, que assim que as protestas se generalizaram foi estendido a todo o país.

Leia também: Todo apoio à luta do povo peruano contra o governo golpista de Boluarte, apoiado por Lula!

Os bloqueios em rodovias e vias acontecem com maior contundência em 14 regiões do norte, sul e centro do Peru. Entre elas: Cajamarca; Bagua; Tarapoto; Chiclayo; Trujillo; Ucayali; Cusco; Ica; Madre de Dios; Lima e Arequipa. Junto com o estado de emergência, Boluarte declarou a Rede de vias nacional em emergência, enviando as Forças Armadas, que desde o primeiro momento estiveram com a direita golpista, para liberar as vias. Isso significa mais repressão para o povo trabalhador e camponês que há dias vem enfrentando o golpismo.

A própria Defensoria do Povo informou que somente em Ayacucho foram registradas 7 mortos e 52 feridos pela repressão brutal. Tamanha é a crueldade das forças repressivas que a própria defesa teve que emitir um comunicado pedindo "ao Comando Conjunto das Forças Armadas que cesse o uso de armas de fogo e bombas de gás lacrimogêneo lançadas de helicópteros".

As Forças Armadas desembarcam em diversas regiões, amedrontando os manifestantes.

Enquanto a polícia em Lima reprimia manifestantes:

Como parte da política de amedrontamento, o toque de recolher foi instituído:

O Poder Judiciário emitiu a sentença de prisão de 18 meses para Pedro Castillo, uma mostra mais de que este poder é outra das patas do golpe parlamentar, junto com os partidos de direita que respondem à grande burguesia peruana, Estes setores estão utilizando as Forças Armadas e da Polícia reprimindo e assassinando cruelmente trabalhadores, camponeses e povos originários mobilizados. Este ódio contra os setores populares foi expresso nesta terça-feira, sem restrições por um congressista Avanza País, um partido de direita que apoiou Keiko Fujimori no último 2º turno.

A CST, organização irmã do MRT no Peru e que edita o jornal La Izquierda Diario Peru, defende que para frear a repressão, derrubar o reacionário toque de recolher e este governo golpista é necessária a mais ampla mobilização, que possa impor às organizações sindicais e sociais um verdadeiro plano de luta e medidas de auto-defesa. Um plano de luta que deveria ser debatido democraticamente em organismos em nível regional, de cidades e povoados. Isso seria um importante passo para lutar por uma assembleia constituinte livre e soberana onde o povo trabalhador, camponês e os povos originários possam colocar todas as questões, como saúde, educação, recursos naturais do país, em discussão à serviço dos seus interesses. Esta experiência por sua vez, permitiria a compreensão de que para que estes interesses e necessidades possam se concretizar e desenvolver até o final, é necessário lutar por um governo de trabalhadores e do povo pobre.




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