Datafolha realizado nos dias 19 e 20 de dezembro indicaram que três quartos da população brasileira é contrária aos atos golpistas que o bolsonarismo vem promovendo desde o fim do segundo turno. Pauta principal da malta verde e amarela é intervenção militar.
quinta-feira 22 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Apesar das eleições terem sido extremamente polarizadas, com uma diferença pequena entre Lula e Bolsonaro, a diferença entre os que desejam intervenção militar no país e os que são contrários a um golpe é enorme.
O Datafolha perguntou para 2.026 pessoas, de 126 municípios brasileiros, presencialmente, se os entrevistados eram contra ou a favor dos protestos realizados por apoiadores de Bolsonaro em frente aos quartéis e bloqueios de rodovias em que exigem uma intervenção militar contra o resultado eleitoral. 75% se disseram contrários, 21% a favor, 3% são indiferente e 1% não sabe. Entre os que votaram em Bolsonaro, 50% é contra e 50% a favor. Ou seja, as ações exigindo golpe dividiram o eleitorado bolsonarista em dois.
Apesar de promoverem cenas risíveis e extremamente ridículas (como o pedido de intervenção alienígena em Porto Alegre ou o patriota do caminhão), o assunto é sério e 21% da população segue sendo um setor considerável da população que apoia medidas radicais como um golpe militar. São minoria, porém latem alto e empreendem pressão real, reafirmando a ideia de que o bolsonarismo segue vivo mesmo sendo derrotado nas eleições.
Ao mesmo tempo, esse dado de 75% mostra importante ponto de apoio para derrotar o golpismo. É preciso combatê-lo com a força da luta de classes, com a classe trabalhadora, aliada à juventude, às mulheres, negros e LGBTs, contra o bolsonarismo e o golpismo.
Se aliando à direita e aos aliados de Bolsonaro, como Lula e o PT estão fazendo, é a reprise do filme que nos trouxe até o golpe e à ascensão da extrema-direita. É preciso combatê-los com independência de classe, unindo a luta contra o golpismo à luta pelas demandas mais sentidas da população, como contra a inflação, por aumentos salariais reais, contra a reforma trabalhista e as privatizações.
