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Petrobrás | Petroleiros do Centro de Controle da Transpetro respondem a ataque da empresa e entraram em greve

Os petroleiros do Centro Nacional de Controle Logístico da Petrobras Transportes, unidade responsável pelo monitoramento de quase todo escoamento logístico dutoviário da maior empresa do país cruzaram os braços em defesa de seus direitos na noite dessa quarta-feira. Outras mobilizações e paralisações estão agendadas na empresa em defesa de seus direitos contra os ataques a seu acordo coletivo de trabalho.

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

quinta-feira 18 de agosto de 2022 | 10:53

Os petroleiros do Centro Nacional de Controle Logístico (CNCL) da Petrobras Transportes (Transpetro) cruzaram os braços na noite dessa quarta-feira. Rejeitaram em uníssono “nova” proposta da empresa que corta seus salários em cerca de 13%. A “nova proposta” altera a proposta anterior de corte de 35% (!) em seus salários através da retirada de um adicional que reconhece o extremo desgaste de seu trabalho.

A Petrobras e sua subsidiária Transpetro apresentaram nova proposta de acordo coletivo na noite dessa quarta-feira mantendo importantes ataques a categoria como drástica redução da relação de trabalho/descanso aos trabalhadores de turno ininterrupto, alteração na formulação das garantias de emprego no caso de privatização de unidades, extinção de adicional de gasodutos e “extra-muros” a trabalhadores que realizam serviços industriais de inspeção, operação e manutenção em meio a faixas de dutos no país, entre outros ataques. Outro ataque importante no acordo coletivo acontece na Petrobras Biocombustíveis (PBIO) que não está acompanhando a mesma proposta de acordo da holding ou da subsidiária de Transporte e não oferece nenhuma garantia de emprego a sua centenas de trabalhadores em meio a iminente privatização da empresa.

Algumas estratégicas unidades da empresa, tais como as plataformas do campo de Búzios do Pré-Sal e o Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG) já votaram mobilizações ou greves para os próximos dias, a PBIO fará uma paralização de 24 horas na sexta-feira (19).

A greve do CNCL é inédita em toda a história da empresa símbolo do país. Os trabalhadores da sede da PBIO retomam sua impactante mobilização de 2021, em meio ao auge da pandemia, mostrando novamente como o ataque a seus direitos e a essa empresa escancaram como a Petrobras sob mando bolsonarista e dos militares busca destruir conhecimentos e colocar todo o país à mercê do agronegócio. O exemplo das unidades que já cruzaram os braços pode servir de inspiração a todos petroleiros para defender seus direitos no presente acordo coletivo e mostrar a unidade da categoria em defesa de cada trabalhador, cada unidade, cada subsidiária para defender salários, empregos, condições de trabalho e impedir as privatizações. A divisão é o que facilita os ataques e as privatizações, greves e lutas isoladas local a local - e não nacionalmente – é o que permitiu privatizações como as acontecidas nas unidades da Bahia, Amazonas, Rio Grande do Norte, Sergipe e parte do Espírito Santo.

A Petrobras tenta dividir a categoria para impor inéditos ataques a seus setores mais estratégicos como o CNCL e o turno. A precarização do trabalho de um setor é a antessala do ataque a todos, e o que pode ser feito a categoria tão organizada como os petroleiros pode servir de exemplo para ataques.

O caminho para impedir a perda de direitos e as privatizações é a unidade dos trabalhadores, nenhuma privatização e perda de direitos será revertida esperando as eleições e a chapa de conciliação de Lula-Alckmin como mais de um petroleiro grevista vem falando em suas assembleias. A Vale nunca foi reestatizada em 13 anos de governo do PT, as privatizações da Petrobras começaram a ganhar corpo na gestão Graça Foster no governo Dilma, a manutenção e aprofundamento de perda de direitos não é estranha a gestões petistas como os petroleiros já viveram antes e nem falar os ecetistas dos Correios, e bancários da Caixa e BB. O bolsonarismo, a direita, e todos seus ataques e reformas podem e precisam ser derrotados através da luta da classe trabalhadora.

A greve do CNCL e outras ações de mobilização de outras unidades petroleiras precisam ser apoiadas vivamente por todos os petroleiros e pela classe trabalhadora.
As unidades mais mobilizadas da categoria, tal como o CNCL, PBIO e TABG, e plataformas do pré-sal, todas elas fazem parte do Sindipetro-RJ filiado a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Mesmo na base do Sindipetro-RJ ainda há diversas unidades que precisam se somar à luta em defesa de seus próprios direitos e em solidariedade ao CNCL e PBIO. A FNP pode e deve cumprir um papel de busca ativa da unidade de toda a categoria através de organizar medidas de luta em outros estados que esta representa, entre eles as estratégicas unidades de Cubatão, Santos e São Sebastião e também exigindo que a Federação Única dos Petroleiros (FUP ligada a CUT e PT) não só grave vídeos e faça falas contra os ataques mas organize verdadeiros planos de luta, o que essa federação vem se recusando a fazer até mesmo em sindicatos não alinhados à cúpula sindical petista como o de Caxias (RJ).

É necessário que a esquerda e os sindicatos cubram de solidariedade essa greve. Trata-se de um setor estratégico de uma das categorias mais importantes do país em movimento. Todo apoio à greve do CNCL!




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