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EUA | Policiais e apoiadores de direita se unem para atacar contra manifestantes do Black Lives Matter

Uma crescente reação â direita aos protestos do Black Lives Matter tem acendido os protestos “Blues Lives Matter” atraindo policiais e apoiadores direitistas. Manifestantes contrários foram recebidos com violência tanto pela Polícia de Nova York, quanto pelos manifestantes pró-polícia. Esses confrontos representam uma nova escalada de repressão por políticos democratas para tanto influenciar a opinião pública contra os protestos e tentar retomar alguma legitimidade perdida pela polícia desde que o movimento contra o racismo e a violência policial iniciaram.

sexta-feira 17 de julho de 2020 | Edição do dia

A morte de George Floyd, junto com a morte de Breonna Taylor, Rayshard Brooks, e muitos outros, mostrou para o mundo como a polícia é mantida pelo estado para aterrorizar a população negra. A severa repressão contra os manifestantes coloca essa violência em evidência em escala massiva e mostrou o’que o estado está comprometido a realizar para manter a “lei e a ordem”. Agora, até políticos, Ongs,e organizações sem fins lucrativos tentam desesperadamente cooptar e pacificar o movimento, a maior expressão das demandas a esquerda dos protestantes - de desfinanciar e dissolver os departamentos de polícia a abolir a polícia e as prisões completamente - tem sido semeado na consciência da nação e ganhando suporte substancial. O movimento contra a brutalidade policial tem colocado uma significante mudança a legitimidade da polícia com instituição.

Estes questionamentos profundos sobre a polícia e o sistema de opressão acabaram, contudo, produzindo uma contra tendência a direita em apoio a policia e contra os movimentos anti-racistas. Os protestos também chamados de “Blue Lives Matter” (Vidas azuis importam) tem se espalhado pelos Estados Unidos, atraindo milhares de policiais e direitistas apoiadores as suas escaladas. Em Nova York, três destes protestos aconteceram nesta semana, com demonstrações de violência por parte dos direitistas em confronto com manifestantes contrários tentando calar esta demonstração de intimidação racista.

Apenas na última semana em Bay Ridge, bairro do Brooklyn, ocorreram dois protestos pró-polícia envolvendo milhares de pessoas e protegidos por grande presença policial. Ambas as ações resultaram em confrontos entre apoiadores direitistas “esbanjando” racismo, homofobia, e sexismo e manifestantes do Black Lives Matter que organizaram um contra-protesto contra as movimentações.

Mesmo que os manifestantes contrários estivessem em menor número em ambos os casos e os manifestantes do Blue Lives Matters claramente irritados e atacando fisicamente os contra manifestantes, a polícia rapidamente agiu em defesa dos manifestantes pró-polícia, uma demonstração de supremacia branca; eles agrediram, prenderam e até usaram taser no manifestante do Black Lives Matter, Robert Bolden. Como sempre a polícia interveio para mostrar exatamente quem eles servem e protegem.

Esta tensão aumentou em 15 de julho em protestos pró-polícia e contra protestos em na ponte do Brooklyn. Duas manifestações- uma chamada por organizações religiosas negras e outra pela pró-policial Associação beneficente de sargentos - foram organizados a marchar do Brooklyn para Manhattan pela ponte do Brooklyn. Participantes dos dois comícios, que, combinados, totalizavam mais de mil pessoas, juntaram-se em conjunto para pregar e mostrar a “unidade” entre grupos religiosos e a NYPD. Um policial uniformizado juntou-se ao comício mais tarde para dar um discurso denunciando os manifestantes do Black Lives Matter. Como dito pelo Gothamist, organizadores da parcela religiosa acusam o Blue Lives Matter de terem se aproveitado do comício que originalmente foi planejado em favor de reformas no policiamento.

Com a intenção de impedir a marcha pro-policia cruzar a ponte em direção a prefeitura da cidade, cerca de 30 manifestantes deram as mãos e bloquearam a rua. Uma tropa de choque imediatamente se opos a linha, atacando e agarrando manifestantes fazendo com que recuassem de volta a Manhattan. Video da manhã do dia 16 de julho claramente mostra como a polícia visou a demonstração pacífica, atacando-os e violentamente prendendo qualquer um em quem eles pudessem investir.

Um vídeo mostra uma pessoa sendo arrastada por seus cabelos por um policial enquanto outro a algema. De acordo com a estimativa oficial, 37 pessoas foram presas na ponte e muitos ainda estão detidos.

Ainda, a única história sendo reportada pelas grandes mídias conta como quatro policiais sofreram “sérias lesões” em confronto com os manifestantes. Imagens dos quatro policiais, incluindo o Chefe de departamento da polícia de Nova York, Terence Monahan, rapidamente se espalharam pelo Twitter, outras redes sociais e sites de notícias. No relatório oficial sobres estes eventos, a polícia de Nova York declarou, “ Estes não são protestos pacíficos, isto não será tolerado”. Esta declaração rapidamente ecoou pela mídia mainstream, revivendo a narrativa do início dos protestos, de que os protestos são violentos, justificando a extrema repressão aos manifestantes por parte da polícia.

Estes relatórios lamentam as pequenas lesões de quatro policiais enviados para aterrorizar manifestantes anti-racistas enquanto ignora completamente a repressão da polícia de Nova York infligida aos manifestantes e a longa história de violência racista contra pessoas e comunidades negras pelo departamento. Eles igualam ataques brutais a meras “sacudidas” e pintam os manifestantes como violentos “antagonistas” buscando por embates. Porém, as lesões destes policiais são nada comparados a interminável barreira repressiva infligida contra os manifestantes pela força policial em todos o país com total apoio de oficiais eleitos.

Centenas de pessoas foram agredidas pela polícia desde que os protestos Black Lives Matter começaram em Maio. Pelo menos oito pessoas foram cegadas com o uso de armas não letais e a polícia tirou a vida de incontáveis pessoas desde o início dos protestos. A polícia de Nova York tem sido linha de frente desta repressão. Em maio, vídeos circularam mostrando a polícia dirigindo um SUV em direção a uma multidão de manifestantes. A polícia de Nova York usou o toque de recolher da cidade como justificativa para o uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo, e cassetetes, para realizar prisões em massa.

Agora, 1300 pessoas em Nova York estão pagando encargos e multas por desrespeitarem o toque de recolher. Outros estão sofrendo acusações muito mais séria e sofrendo sentenças em prisões por tomarem parte no movimento nacional contra a violência policial e o racismo. Toda essa repressão foi sancionada e supervisionada pelo prefeito Democrata Bill de Blasio, e pelo Governador Democrata, Andrew Cuomo. A violência na ponte do Brooklyn nesta semana representa a escalada da repressão tanto influenciando a opinião pública contra os protestos e tentando reconquistar alguma legitimidade perdida pela polícia nos últimos meses. Mas, isto também revela a crescente reação a direita aos protestos que estão se mobilizando contra o movimento.

Nas ruas, em nossas organizações comunitárias, e em nossos locais de trabalho, nós devemos denunciar esta repressão em qualquer momento. A autoproteção dos manifestantes não é a igual a violência brutal que o estado tenta manter aqueles que são oprimidos. Nós devemos demandar a liberdade de todos os manifestantes presos e prisioneiros políticos, e a retirada de todas as acusações contra eles.




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