×

Congresso SindUTE-MG | Por um SindUTE pela base, classista, combativo e por uma estratégia para vencer

Somos uma corrente marxista revolucionária que esteve na linha de frente da luta contra todos os ataques de Bolsonaro e do regime político fruto do golpe institucional de 2016. Também estivemos à frente da greve pelo Piso Salarial da Educação em 2022 contra Zema. Batalhamos para fortalecer a organização de trabalhadores pela base e pela auto-organização, com independência de classe frente ao Estado, aos governos e patrões. Lutamos para que nosso sindicato e as centrais sindicais estejam a serviço da batalha pela unidade de trabalhadores em aliança com os movimentos sociais e todos os setores oprimidos, contra toda exploração e formas de opressão, para que os capitalistas paguem pela crise. Convidamos você a conhecer nossas propostas e nossas ideias e a se organizar junto conosco no Nossa Classe Educação, que conta com o apoio da Juventude Faísca Revolucionária (juventude que sempre esteve lado a lado de nossas lutas). E a ser parte da comunidade do Esquerda Diário, um instrumento de luta e de organização, feito por e para trabalhadores.

Que nosso Congresso possa tirar lições da luta de classes para termos uma estratégia para vencer

Apresentamos neste material as ideias e propostas do Movimento Nossa Classe Educação e do MRT para o 12º Congresso do SindUTE. Saudamos a presença de cada trabalhadora e trabalhador da educação, todes que estiveram na linha de frente de nossas greves e aos que lutam no dia a dia nas escolas contra Zema e a extrema direita e por uma educação pública, gratuita, laica, antirracista, antimachista, antilgbtfóbica e anticapacitista. Este Congresso acontece em um momento novo após 4 anos odiosos do governo Bolsonaro, a reeleição do reacionário Zema, de uma extrema direita que perdeu nas urnas mas segue como força política, com um regime político mais degradado após todos ataques desde o golpe institucional em que perdemos direitos históricos com aprovação de nefastas reformas que o governo Lula-Alckmin já garantiu não revogar. Na luta por nossos direitos e contra a extrema direita defendemos a completa independência dos governos e a auto-organização dos trabalhadores desde nossos locais de trabalho, em aliança com todo povo pobre e oprimido pelo capitalismo, uma vez que os projetos de conciliação de classes já abriram espaço para o golpe institucional de 2016 entre outros direitos que tivemos atacados enquanto parcela de grandes capitalistas lucraram às custas de nosso sangue e suor, como exemplo as tragédias da Vale em Mariana e Brumadinho.

Por isso queremos contribuir para que esse Congresso seja um espaço em que possamos avançar para uma posição pela base, classista e combativa desde nossa categoria. Sabemos os grandes desafios que isso significa quando se trata de um Congresso que não foi construído pela base pela direção estadual do SindUTE, não tivemos amplos debates e discussões desde as nossas subsedes, não recebemos sequer o cronograma e organização das atividades. Um Congresso feito ainda nas férias dos professores e no mesmo momento do início do ano escolar e das contratações de professores. Tudo isso limita muito o potencial de ser um Congresso que esteja à altura de nossos desafios nesse novo momento político do país. Mas para termos rumos diferentes é preciso que nos organizemos desde, batalhando para que nosso Congresso possa tirar lições de nossa última greve e de nossas lutas, para podermos construir no dia a dia nas escolas e nos espaços sindicais propostas e ações que sejam pautadas pelo classicismo e pela auto-organização. De forma a construir uma estratégia para vencer e não administrar derrotas como viemos fazendo em nossa categoria nos últimos anos. Por isso defendemos um Congresso que possa tirar lições da luta de classes. E por isso apresentamos primeiramente nosso balanço da greve da educação pelo Piso Salarial de 2022, que queremos discutir com a delegação de nosso Congresso e com todos que não puderam estar presentes mas que foram linha de frente de nossa greve ano passado.

Lições de nossa greve para uma estratégia capaz de derrotar Zema

Acreditamos que um componente importante para esse desafio é termos um balanço político de nossa greve pelo piso de 2022, que foi um dos movimento mais fortes de nossa categoria historicamente e pela qual doamos nossas energias a cada dia contra Zema e pelo Piso. Era possível uma estratégia para vencer Zema, pela força estadual de nossa greve que alcançou 80% de nossas escolas paralisadas, contou durante um período com apoio popular e com o isolamento de Zema com outros partidos e forças burguesas como as polícias. Tanto assim que conseguimos que até mesmo lideranças reacionárias da ALMG votassem contra o veto de Zema ao reajuste de 33%.

Porém, a força de nossa greve foi desviada pela direção do SindUTE para as vias institucionais, canalizando nossas forças para as negociações e para os gabinetes da ALMG e gerando ilusões de que o STF e o reacionário ministro Barroso poderiam se colocar favoráveis à nossa luta. E por isso defenderam da noite pro dia, por fora da realização até mesmo do Conselho Geral de Representantes, o final da greve. Por confiarem tanto nas instituições degradadas desse regime como o STF, não poderiam deixar seguir uma greve forte e que poderia se radicalizar contra o ódio de Zema e da extrema direita contra nossos direitos.

Ao contrário do que é apresentado na Resolução dos grupos que compõem a direção estadual, onde dizem que somos vitoriosos porque não perdemos direitos, nós dizemos que já perdemos muitos direitos pois além das aprovação nacional da reforma da previdência, tivemos: o avanço de projetos privatistas na educação de Minas Gerais nos últimos 4 anos, o aprofundamento violento da precarização do trabalho, das condições de estudo, a onda roxa contra as ASB, a defasagem salarial, a ampliação das escolas cívico militar e um longo etc. Ainda que tenhamos como saldo uma ampliação da filiação ao sindicato, o que mostra disposição de nossa base para resistir, nosso sindicato foi atacado por Zema que chegou a ter temporariamente suas contas bloqueadas, diretores de escolas exonerados arbitrariamente. Frente a tamanhos ataques tivemos entretanto uma janela de oportunidade de uma fortíssima greve. E afirmamos acima de tudo que era possível uma estratégia para vencer, apostando na organização pela base dos trabalhadores em greve e pela auto-organização, para que pudéssemos ser nós da base a tomarmos os rumos da luta em nossas mãos e não ficarmos pautados pela agenda da ALMG e seus acordos institucionais com partidos reacionários, bolsonaristas e as forças repressivas que se organizam pela esdrúxula bancada da bala. E muito menos pelo STF que sempre está ao lado dos patrões e seus governos.

Nós do Nossa Classe alertamos que nossa greve se encontraria em uma encruzilhada com a votação na ALMG contra o veto. Ou seja: que a partir dela teria que ou assumir um novo curso batalhando para torná-la uma causa popular e radicalizando a nossa organização desde a base; ou seríamos derrotados com a judicialização de Zema apostando nas instituições, que foi o caminho defendido do começo ao fim de nossa greve pela direção estadual do SindUTE. Quando alertamos sobre a encruzilhada em nossa greve, nós do Nossa Classe voltamos a dar peso para a proposta de comandos de greves organizados desde a base das escolas, para manter a greve e favorecer medidas auto-organizadas por toda nossa base de trabalhadores da educação. Lutamos por medidas de unidade das greves em curso com metroviários e trabalhadores da educação de BH. Mas a pressa da direção do SindUTE para cantar vitória e acabar nossa greve histórica foi tamanha que votaram o fim da greve sem um plano de luta sequer, nos deixando desarmados contra qualquer reação de Zema contra o veto. Então, Zema rapidamente judicializou nossa conquista parcial, como era esperado, e assim conseguiu derrotar nosso movimento.

Ao invés de gerar ilusões em parlamentares reacionários da ALMG ou no STF sempre colocamos pelo Nossa Classe educação que nossos aliados são os estudantes, a população e as categorias que estavam em greve e com medidas de unidade das lutas poderíamos ter mais forças contra Zema e pela nossa pauta do Piso Salarial. A direção do SindUTE, tão comprometida com as vias institucionais, não moveu uma palha para a unificação das lutas, e apenas marcou presença de um ou outro diretor em atos unificados, como o que fizemos na Localiza em BH ou com metroviários e com professores da rede municipal, sempre com a demagogia de que o sindicato somos nós. Mas nós da base sequer tivemos espaços para podermos sermos nós a organizar amplamente essas medidas de acordo com nossas votações de assembleias, uma vez que os comandos de greve foram espaços ou não construídos ou esvaziados por nossas direções sindicais. Estas que sempre se colocam contrária a termos um comando de greve forte e com representantes votados em cada escola no momento de nossa luta, que possam ser revogáveis pela base caso entendam que não estão cumprindo decisões de nossas assembleias ou que estejam traindo a nossa luta. Uma estratégia que, diferente de uma para vencer, se pauta no controle da base e em criar obstáculos contra qualquer combatividade que possa ameaçar os diálogos com os partidos da direita que compõem as alianças do PT nos parlamentos e nos governos. Ao contrário disso, nossa estratégia tem que ser pautada pela luta de classes.

Por tudo isso, votamos contra o final da greve junto a uma parcela expressiva de nossa última assembleia, para que pudéssemos avaliar os rumos de nossa luta numa nova assembleia após a sanção da emenda pela ALMG. Como exemplo ilustrativo usamos a nossa última assembleia de greve, quando sequer houve o Conselho de Representantes num dia decisivo e em que toda diretoria sindical já havia se posicionado pelo término da greve e o pagamento imediato dos dias da greve mesmo com Zema já tendo anunciado a judicialização do Piso e parcela expressiva de nossa categoria se posicionando contrária a tal encaminhamento junto a nós no Movimento Nossa Classe e do MRT (entre outras correntes de esquerda). Mais uma vez, a direção do SindUTE canalizou a força de nossa greve para os corredores da ALMG de forma a desviar nossa luta contra Zema, alegando uma suposta vitória. O que serviu apenas para desviar a força de nossa greve para as instituições, alimentando a ilusão que Barroso e o STF seriam favoráveis à nossa luta, os mesmos que apoiaram todas as reformas anti-operárias e privatizações. Ficamos novamente a ver navios, Zema rapidamente acionou a justiça e fomos duramente penalizados com o pagamento da greve sem uma conquista sequer.

Apontamos essas lições de balanço da greve como um exercício para contribuir para que trabalhadoras e trabalhadores confiem no enorme potencial de nossa força quando podemos nos apoiar na luta de classes e na nossa organização pela base, com completa independência do Estado, governo e patrões e das instituições desse regime político, batalhando pela auto-organização desde nossos locais de trabalho e pela aliança com estudantes, com a comunidade escolar e movimentos sociais que apoiam nossas lutas. E desta forma preparar pela base novos momentos de luta, com cada trabalhador no dia a dia em cada escola que estamos se vendo como parte de uma engrenagem muito maior para retomar nossos instrumentos de lutas para nossas mãos (como os sindicatos, centrais sindicais), para que as escolas não sejam reprodutoras de toda ideologia das classes dominantes e junto com a juventude e todos oprimidos possamos lutar por nossos direitos, pelo direito ao futuro da juventude e pela construção de uma sociedade de ruptura com o capitalismo, socialista, livre de toda opressão e exploração.

Pela auto-organização e pela organização sindical desde a base: por comandos de greve organizados com representantes eleitos nas escolas

Sabemos que é em momentos de greve onde temos maior possibilidade de setores novos de trabalhadores tomarem a luta em suas mãos e que podemos lutar com todas nossas energias contra os ataques dos governos. Mas muitas vezes nossas lutas são desviadas e derrotadas, apesar da luta aguerrida da base de nossa categoria e de que tivemos naquele momento uma conjuntura favorável para derrotar Zema. Como fizemos ao longo de toda a greve de 2022 pelo Nossa Classe Educação e pelo MRT, defendemos uma estratégia para vencer, que envolve lutar pela organização desde a base e pela auto-organização de trabalhadores.

Por isso, nesse congresso, apresentamos a proposta de que tenhamos a inclusão em nosso estatuto que, em greves, o Conselho Geral de Representantes se dissolva em um grande comando estadual de greve com representantes eleitos democraticamente pela base e por votos de trabalhadores de sua própria unidade escolar no momento da luta e que possam ser revogados pelos colegas caso entendam que haja traição ou desvio em relação às pautas e propostas aprovadas em assembleias de nossa categoria. Comandos que sejam construídos com antecedência como parte de um plano de preparação de uma greve para que possamos traçar planos para vencer ao invés de greves definidas de cima para baixo e sem preparação. Essa é uma maneira de lutar para trazer os rumos da greve para as mãos da categoria e de romper com uma longa trajetória sindical que prima por decisões de cima pra baixo e em que parlamentares e as instituições como a ALMG tem maior peso político sobre os rumos de nossas lutas do que nós trabalhadores que estamos no dia a dia nas escolas e nas lutas.

Organizar trabalhadores pela base com independência do Estado, governos e patrões

Após 4 anos odiosos do governo Bolsonaro e de retrocessos históricos fruto do golpe institucional que permitiu à chegada da extrema direita ao poder, entramos em uma nova situação política no país em que os trabalhadores e o povo demonstraram seu repúdio ao bolsonarismo que foi derrotado nas urnas mas segue como força social. Nessa nova situação é fundamental batalhar para que nossos sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais tenham uma posição classista e de independência frente ao governo de frente ampla Lula Alckmin, aos patrões, ao STF, apostando na organização de trabalhadores e do povo pobre pela base e em nossa auto-organização, a única força realmente capaz de enfrentar a extrema direita e toda obra suja do golpe institucional de 2016

O ato golpista de 8 de Janeiro, completamente reacionário, ecoou a política atroz de Bolsonaro contra os trabalhadores, as mulheres, a população negra e indígena, todos setores oprimidos que repudiaram com justificado ódio essa ação. Já a resposta do regime político tem sido a de cerrar fileiras em nome da unidade nacional e canalizar todo amplo rechaço às ações golpistas para a confiança nas instituições. Depois da ação golpista do 8J e que resultou no enfraquecimento das alas burguesas e de militares que a apoiaram, no afastamento de Ibaneis e do comandante do Exército, o governo Lula-Alckmin também se apoiou nas medidas arbitrárias de Alexandre de Moraes, que já é usada contra a esquerda em proibição de atos democráticos, como aconteceu na cidade de Botucatu em São Paulo.

Apenas a força de trabalhadores em aliança com o povo pobre auto-organizados é que pode criar forças para a revogação das reformas, a demarcação das terras indígenas e pela não anistia de todos mentores civis e militares dos atos golpistas e do extermínio dos povos indígenas como os Yanomamis, sem nenhuma ilusão nas instituições desse regime político podre como o STF que é peça chave para a não demarcação das terras indígenas e pela impunidade de civis e militares envolvidos com a ditadura militar de 1964 e que até hoje seguem com grandes privilégios, na impunidade e fortemente atuantes na política como nunca antes desde a Constituinte de 1988.

Da política de extermínio do povo Yanomami, ao assassinato de Marielle e às mortes na pandemia, todas essas ações reacionárias motorizam o sentimento por justiça. Lutar pela não anistia dos responsáveis pelo golpismo bolsonarista e contra todo legado da extrema direita e do regime degradado fruto do golpe institucional de 2016 exige responsabilizar não
apenas Bolsonaro e bolsonaristas envolvidos nas ações, mas todo alto comando militar e de capitalistas envolvidos nos crimes contra os povos indígenas, nas milícias, no assassinato de Marielle Franco, nas enormes tragédias de Mariana e Brumadinho. Sem nenhuma ilusão de que o judiciário, o STF e as forças da direita são nossos aliados. Mas confiando na força da mobilização independente da classe trabalhadora com seus métodos de luta, em aliança com todo povo pobre, sem nenhuma confiança nas instituições desse regime político podre.

Fortalecer nossa auto organização em nossos locais de trabalho para que sindicatos, movimentos sociais e centrais sindicais convoquem um plano de lutas pela revogação das reformas

Nosso sindicato, as centrais sindicais e os movimentos sociais devem estar a serviço de unificar as demandas de trabalhadores com a dos povos originários, dos negros e negras, da juventude, das mulheres, pcds e ambientalistas para podermos atuar com um só punho. Mas sabemos que hoje as direções dos maiores sindicatos e das centrais sindicais não estão a serviço desta unidade e naturalizam a divisão capitalista nos separando entre categorias diferentes, entre efetivos e contratados, entre CLTistas, uberizados e concursados e um longo etc. Algumas centrais sindicais estiveram até mesmo ao lado de Bolsonaro e dos patrões! Já a CUT busca canalizar o ódio contra o antigo governo Bolsonaro para as vias institucionais, retirando o potencial radical que se expressa no ódio contra os ataques dos últimos anos. Como se pudéssemos confiar no STF, no Congresso Nacional de Arthur Lira ou em governos de frente ampla e disputar por dentro das instituições burguesas, com a presença de representantes sindicais e dos movimentos sociais em cargos do governo, ignorando que o Estado é feito para gerir os interesses dos capitalistas.

Defendemos que a partir da organização pela base em cada escola possamos construir a força necessária para superar a linha de espera e confiança das instituições impostas pelas burocracias sindicais, fortalecendo a unidade da nossa categoria. Nos professores temos uma localização privilegiada para buscar construir alianças com outras categorias de trabalhadores, com a juventude e os movimentos sociais, o que é uma grande fortaleza para poder levar a frente a luta contra cada um dos ataques que foram impostos pelos governos e patrões nos últimos anos.

Imaginem a força que poderia ter essa articulação rumo ao 8 de março, que é o dia internacional de luta pelos direitos das mulheres, data que deveria ser tomada como um marco para mostrar nossa força contra a direita e a extrema direita, com a força das meninas e mulheres indígenas que lutam no dia a dia contra o garimpo, milicianos, fazendeiros e militares contra seus territórios, a força das mulheres negras que são três a cada quatro mulheres que morrem pelo aborto cladestino, a força das trabalhdoras de cada local de trabalho que enfrenta no dia a dia o racismo, o machismo e as patronais. Imaginem como poderia ser potente se nosso sindicato impulsionasse uma política para que nós professoras pudéssemos nos unificar com todas as trabalhadoras da educação e com as estudantes, recebendo o apoio de todos os nossos colegas para fortalecer uma perspectiva classista na luta contra o patriarcado? Apenas confiando na força independente e na auto-organização de trabalhadores da cidade e do campo desde seus locais de trabalho junto aos movimentos sociais, do povo pobre, dos povos originários, da juventude em seus locais de estudos e territórios, que podemos erguer uma força realmente capaz de retirar as centrais sindicais de sua passividade e conciliação de classes e podermos tomar nossos sindicatos como instrumentos de luta.

Por uma ampla campanha pelo Piso Salarial e contra a carestia de vida

A nossa luta pelo piso salarial da educação é parte da mesma luta de trabalhadores contra a carestia de vida em que a maior parte da população não vive sequer com o valor de 1302,00 reais aprovado como novo salário mínimo, valor aquém do prometido em campanha eleitoral pelo atual governo. Enquanto Arthur Lira, apoiado pelo PT, aprovou o aumento dos já altos salários e privilégios de parlamentares como ele, enquanto não temos sequer o piso pago na educação. Por isso defendemos que a campanha pelo Piso Salarial na educação seja feita também junto a um diálogo com a população contra toda casta política que recebe altos salários e contra a carestia de vida, pelo aumento do salário mínimo conforme o aumento da inflação até que alcance um salário que possa sustentar uma família como estabelecido pelo DIEESE, o que é equivalente hoje a 6.754,33 reais. Apenas a luta e mobilização que pode conquistar o piso salarial e nossos aliados são os trabalhadores e o povo pobre que sofre com baixos salários e a precarização da educação.

Basta de ajuste fiscal contra o povo! Abaixo o Regime de Recuperação Fiscal de Zema. Abaixo a privatização do metrô de BH: repudiamos o apoio do governo Lula-Alckmin a esse ataque!

Em Minas Gerais vivemos no dia a dia o drama dos impactos sócio ambientais das grandes mineradoras, da espoliação de nossas riquezas naturais, da superexploração, da carestia de vida e da precarização da educação e dos serviços públicos. O governo de Romeu Zema é responsável por aprofundar essa realidade, deixada como herança dos governos anteriores. Agora eleito em primeiro turno, é um governo que terá mais 4 anos para tentar passar mais ataques. Já conta com o apoio do governo Lula-Alckmin para a privatização do metrô de BH e se articula para aprovação do Regime de Recuperação Fiscal com apoio do STF, o que significará maiores ajustes fiscais contra trabalhadores e aos serviços públicos. Contra o Regime de Recuperação Fiscal também defendemos o não pagamento da dívida pública e o fim da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal que estrangula o orçamento nos municípios e é um instrumento essencial para o pagamento ilegal, ilegítimo e fraudulento da dívida pública.

Por uma ampla campanha estadual levada a frente pelo SindUTE pela revogação da Reforma do Ensino

Na educação, vemos o avanço de grupos empresariais como o grupo Itaú, a privatização da gestão escolar por via de projetos como o Somar, da educação infantil como o projeto Mãos Dadas e a ampliação das escolas cívico-militares. Projeto que é aplaudido por parlamentares reacionários e que são agentes de perseguição e discriminação nas escolas do qual o reacionário deputado Federal Nikollas Ferreira é asqueroso exemplo. Vemos ser aprofundado um modelo de educação mercadológico e neoliberal que tem a Reforma do Ensino Médio como um ponto de apoio. A Reforma do Ensino Médio unificou desde os setores obscurantistas do Escola Sem Partido aos grandes monopólios da educação como o grupo Lemann e as grandes editoras. Os principais alvos somos nós professores e estudantes, que lidamos no dia a dia com um modelo de educação neoliberal, em que a precarização, a meritocracia, a competitividade e o empreendedorismo se aprofundam, atacando as vias de maiores investimentos públicos nas estruturas das escolas e conteúdos elementares para uma educação crítica como conhecimentos sobre classes sociais, gênero, exploração capitalista, racialização, saberes ancestrais. Pela educação sexual nas escolas! Por formações antirracistas, antimachistas, anticapacitista e antiLGBTfóficas junto aos professores nas escolas! Por concurso para psicólogos para haver atendimento de qualidade em cada escola da rede pública estadual. Para fortalecer essa luta, defendemos que o SindUTE leve a frente uma ampla campanha estadual contra o pilar desses retrocessos: a Reforma do Ensino Médio e a nova BNCC.

A precarização tem rosto de mulher negra: efetivação imediata das trabalhadoras ASB com todos os direitos garantidos

Os capitalistas conseguem atacar melhor nossos direitos e nos super explorar nos dividindo entre trabalhadores efetivos, contratados e terceirizados, homens e mulheres, negros e brancos, cis e trans. Essa divisão não pode ser considerada natural por nossos sindicatos e devemos lutar pela maior unidade de trabalhadores, defendendo de forma intransigente os direitos dos setores mais precários de nossa classe. Durante a greve pelo piso em 2022 muitas escolas tiveram na linha de frente as trabalhadoras ASB que depois foram penalizadas a pagarem a onda roxa. Um verdadeiro ataque e humilhação racista e machista que aconteceu dentro de cada escola. Enquanto numa mesma categoria houverem trabalhadores de primeira e segunda ordem de importância são os governos e os patrões como Zema que saem ganhando. Devido a nossa luta e mobilização não temos ainda a terceirização na limpeza, merenda e manutenção nas escolas da rede estadual. Mas este é um projeto de Zema e não devemos esperar mais um ataque avançar para então sairmos à luta. Por isso, junto à campanha pela retirada dos projetos Somar e Mãos Dadas o sindicato também deve lutar pela efetivação imediata de todas trabalhadoras ASB com todos os direitos garantidos e sem necessidade de concurso público, pois o concurso público nesse caso acarretará na prática em demissões de milhares de trabalhadoras que fazem com maestria seu trabalho a décadas nas escolas e que sem elas sabemos que uma escola não funciona. Temos que lutar pela efetivação da ASB com todos os direitos garantidos, contra a demagogia de partidos de direita que aprovaram a Lei 100 para depois punir os trabalhadores junto ao judiciário com as demissões. Contra a precarização do trabalho entre professores defendemos a convocação imediata dos professores concursados e o preenchimento de todos os demais cargos vagos com a efetivação de professores contratos com os mesmos direitos que os efetivos, a partir de um plano de emergência para atender todas demandas de preenchimento de vagas, com critérios definidos e controlados pela base de professores e de trabalhadores da educação junto a nosso sindicato contra todo ataque a direitos conquistados por nossa categoria que venham pelas mãos da direita e do judiciário.

Estrutura sindical SindUTE pela base! Abaixo toda perseguição de Zema, prefeitos e da justiça ao SindUTE! Por uma diretoria colegiada e proporcional, por conselho de representantes de base nas subsedes e controle da base sobre as licenças sindicais

Contra os ataques e perseguições dos governos a nosso sindicato temos que defender cada diretor ou trabalhador atacado e/ou perseguido, como fizemos ativamente pelo Esquerda Diário na defesa dos companheiros de Betim frente aos ataques do prefeito Vittorio Medioli e em defesa dos diretores arbitrariamente exonerados por Zema em Belo Horizonte. Como parte de nossa batalha pela organização desde a base e contra o distanciamento dos sindicatos e centrais da base de trabalhadores, acreditamos que o máximo de democracia operária em nossos sindicatos é essencial em momentos em que não estamos em greve. Defendemos, a máxima democracia de trabalhadores no SindUTE, a inclusão estatutária de Conselhos de Representantes de Base pelas subsedes, com representantes eleitos por escolas. Propomos a implementação de uma diretoria colegiada estadual e das subsedes, com o critério da proporcionalidade direta e qualificada para diretoria estadual e de subsede com cada chapa sendo representada dentro da diretoria do SindUTE pela proporção de votos. Que seja garantido no site e no jornal do SindUTE espaço para posições divergentes das apresentadas pela direção estadual sempre que apresentadas democraticamente nos fóruns da categoria (deliberativos ou não). Defendemos medidas ativas e de controle da base contra a burocratização que atinge todos os sindicatos. Lutamos pela máxima ampliação da democracia de trabalhadores no SindUTE e por isso propomos o tempo máximo de 18 meses para cada diretor liberado, com o diretor licenciado tendo que retornar ao trabalho pelo mesmo tempo de seu afastamento. Uma medida que favorece uma renovação de dirigentes sindicais e maior controle da base para poder combater a burocratização e o distanciamento da direção sindical em relação à base de trabalhadores.

A luta dos trabalhadores e dos povos peruanos e franceses mostram o caminho!

Acompanhamos cada luta popular e de trabalhadores nacional e internacionalmente pois é na luta de classes que está contida a força e a potência para o combate à extrema direita e aos ataques capitalistas. Na França os trabalhadores e a população enfrentam a Reforma da Previdência do governo de Emmanuel Macron, representante do imperialismo francês que além de destruir povos e o meio ambiente em países da África, quer que os trabalhadores franceses trabalhem até morrer. E em meio a nosso Congresso, no dia 31 de janeiro, desde petroleiros a professores farão sua segunda jornada de lutas, depois de uma grande paralisação nacional no 19J. Como exemplo de sua força, os trabalhadores eletricitários em greve retomam práticas de aliança operária-popular com medidas chamadas de “ações Robin Hood”, em que oferecem energia gratuita para hospitais, padarias, bibliotecas e escolas como ação para ganhar apoio popular contra o governo e o aumento do custo de vida, ajudando a mostrar que se os trabalhadores tudo produzem, a nós tudo pode pertencer, atacando os lucros capitalistas.

E em nosso país irmão na América Latina o povo peruano luta contra o golpe parlamentar em seu país, pela queda do governo golpista da racista Dina Boluarte, pela libertação dos presos políticos e por uma nova assembleia constituinte livre e soberana, na qual trabalhadores e os povos originários em luta estejam à frente. Uma fortíssima revolta popular que pode se transformar em uma situação revolucionária em nosso país irmão: um exemplo de como enfrentar a extrema direita e os interesses imperialistas. Enquanto isso, o governo de frente ampla Lula-Alckmin, junto a outros governos como Gabriel Boric do Chile, reconhecem e dão sustentação ao governo golpista de Dina Boluarte mesmo com mais de 60 mortos pelas mãos das forças repressivas e militares peruanas. No encontro da Celac (Comunidade dos Estados Latibno Americanos e Caribenhos) na Argentina, o ministro das Relações Exteriores de Lula/Alckmin encontrou-se com a Chanceler peruana para estreitar relações entre os países. E Lula, logo após o golpe parlamentar no Peru, em dezembro do ano passado, já havia dito que reconhecia o governo golpista de Dina Boluarte afirmando que este teria supostamente chegado ao poder dentro dos marcos da constituição. Pelo mesmo argumento a direita golpista de 2016, alinhada com o imperialismo estadunidense, justifica até hoje o impeachment contra a então presidenta Dilma Rousseff, levando a frente um golpe institucional reacionário contra os trabalhadores e o povo, que gerou retrocessos históricos em nosso país.

Estamos lado a lado do povo peruano e repudiamos o reconhecimento do governo Lula-Alckmin a um governo golpista na América Latina, assim como o fez Bolsonaro. Posição que favorece apenas os interesses imperialistas na região. Recentemente, a general do comando sul do exército estadunidense, Laura Richardson, disse que os EUA têm recursos estratégicos na América Latina. Um discurso obscenamente imperialista, que evidencia como consideram que nosso continente é sua propriedade. O apoio do governo brasileiro a um governo golpista é mais uma mostra de como a conciliação de classes abre mais espaços para a extrema direita e para a espoliação de nossos recursos ao apostar as forças na unidade com a direita e não na luta de classes. Pela saída de Boluarte e todos os golpistas, por uma nova constituinte livre e soberana no Peru que possa ser levada a frente por um governo provisório das organizações operárias e camponesas em luta. Todo apoio à luta dos franceses contra Macron e a reforma da previdência e à luta do povo peruano contra o golpe! Chega de colonialismo! Abaixo o imperialismo na América Latina!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias