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VIOLÊNCIA POLICIAL | Porta-voz da PM ignora relato de moradores e testemunhas e defende inocência dos policiais

Apesar da porta-voz da PM ter dito que não houve operação na comunidade na noite em que as duas crianças foram atingidas em Caxias, afirma ser “leviano” acusar policiais por disparos, mas não leva em conta relatos de familiares e pessoas presentes no local.

segunda-feira 7 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Na noite da última sexta-feira (4), duas crianças negras, uma de 4 e outra de 7 anos, foram alvejadas na cabeça e no abdômen pela polícia racista na comunidade Santo Antônio em Duque de Caxias, na baixada fluminense. As meninas estavam brincando na rua, quando passou uma viatura atirando em direção ao grupo e atingindo as crianças.

“Seria leviano levantar qualquer suspeita de que a morte das meninas tivesse alguma relação com o deslocamento destes policiais”, disse a porta-voz da PM, Gabriela Dantas. Gabriela ainda destacou que não havia operação na comunidade e que os agentes foram chamados para um caso de furto de veículo e depois escutaram alguns tiros.

Apesar de nenhum morador ter relatado qualquer troca de tiros ou perseguição ocorrendo no local, a Polícia Militar afirma que a equipe do 15º Batalhão de Duque de Caxias estava fazendo um patrulhamento e não dispararam. É absurda a forma como a polícia mente, distorce os fatos e encobre as atrocidades que comete contra a população pobre e negra.

Neste domingo (6), foi realizado um protesto por Justiça a Emilly e Rebeca, sendo marcado pela presença e relatos de seus familiares e da Rede de Mãe e Familiares vítimas de violência da Baixada retratando a crueldade da polícia que mata sistemaicamente nas favelas e periferias do país.

"Eles só sabem fazer isso, dar tiro. Olhou, dá tiro. Quando percebi, eu só peguei o documento. Porque eu já sabia, minha filha já estava estirada. A minha filha levou tiro de fuzil na cabeça. A minha filha já estava morta. A minha sobrinha deu tempo de correr e morreu ao lado da caixa d’água da mãe dela. Os moradores estão comigo. Não é vereador, não é prefeito, não é governador. São os moradores".

É preciso se inspirar na luta do movimento Black Lives Matter nos EUA, que reúne negros, brancos e latinos exigindo o desfinanciamento, o desarmamento e o fim da polícia! E para isso, é necessário que as Centrais Sindicais, as entidades estudantis e as organizações de esquerda organizem nos locais de trabalho e estudos uma grande mobilização por justiça à todos os mortos pela violência policial e pelo o racismo que é totalmente estrutural da sociedade capitalista!




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