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Obras paradas | Precarização das escolas de São Paulo não vai ser resolvida com Lemann e empresários

Em São Paulo, 26% das obras paradas ou atrasadas são da Educação. Mais de R$ 657 milhões investidos e parados, dinheiro que sai da população direto para o bolso dos empresários. E o que recebemos em troca? Uma educação cada vez mais precarizada e sem acesso para todos.

sexta-feira 11 de novembro de 2022 | Edição do dia

A última atualização do Painel de Obras Atrasadas e Paralisadas aponta que mais de 225 obras em SP estão irregulares de acordo com o cronograma (81 estão atrasadas, ao passo que 144 se encontram paralisadas) - são escolas, universidades, quadras de ensino, faculdades, etc.

Em São Paulo, são R$ 657.066.342,45 investidos e parados, dinheiro que sai da população direto para o bolso dos empresários. E o que recebemos em troca? Uma educação cada vez mais precarizada e sem acesso para todos.

A educação foi uma das áreas mais atacadas nos anos de governo Bolsonaro, aprofundou os ataques, cortes orçamentários bilionários e incentivou o homeschooling, Escola sem Partido, o EaD, que solidificam uma ofensiva ideológica que fez contra professores, a juventude e as universidades. Houve um corte de 34% na educação básica, entre o primeiro ano do governo Bolsonaro e o orçamento previsto para 2023. O Teto de Gastos e das reformas aprovadas desde o golpe institucional em 2016, sendo a Reforma do Ensino Médio a primeira delas, também tiveram efeitos profundos. Tudo isso em nome de garantir sempre os lucros dos empresários, dos tubarões da educação.

Agora, na equipe de transição para o novo governo chefiada pelo ex-tucano, Geraldo Alckmin, o que vemos é o protagonismo dos representantes dos fundos bilionários da educação privada e dos grandes articuladores dessa Reforma e da nova BNCC, que encabeçaram grandes ataques à educação nos últimos anos. É claro: a pecarização das escolas de São Paulo não vai ser resolvida com Lemann, o segundo homem mais rico do Brasil, que teve na linha de frente do golpe de 2016, nem com outras figuras reacionárias do empresariado.

Como desenvolvemos nesse texto: Da Fundação Lemann ao Itaú, transição de Lula é com os articuladores da Reforma do Ensino Médio

A transição de Lula reafirma o que ele dizendo: não será um governo do PT, mas de uma ampla frente com a direita, na qual Alckmin é um dos grandes representantes, coordenando esse processo. É significativo que essa transição tenha à frente uma figura histórica do tucanato direitoso que impulsionou com o PSDB paulista uma ampla reestruturação da educação no estado que hoje é "símbolo" da implementação mais avançada da Reforma do Ensino Médio, da nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e da precarização do trabalho docente, em base à dura repressão a luta dos professores e da juventude.

A luta por uma educação 100% pública, gratuita e de qualidade para todes, com condições de trabalho, infraestrutura e ensino para professores e todos os profissionais da educação, nunca será possível ao lado de um governo repleto de neoliberais e acordo em nome da conciliação de classes que apenas rifam nossos direitos e só poderá abrir novos espaços para extrema-direita. Portanto, é preciso ter independência política diante do governo Lula-Alckmin. Parte da esquerda já anunciou sua entrada no governo, como o PSOL-Rede que integrará até mesmo o governo de transição, um desserviço a nossa luta.

O caminho para enfrentar os ataques à educação, revogar as reformas trabalhistas e da previdência, revogar os cortes e a reforma do Ensino Médio, assim como levar à frente as obras paradas, é através da força da luta dos trabalhadores ao lado da juventude, das mulheres, negros, LGBTQIAP+ e indígenas, jamais como nosso inimigos e a direita. Construindo uma força independente do governo eleito e através da mobilização e organização em cada local de estudo e trabalho.

Leia também: Editorial do MRT - Contra a extrema-direita, construir uma força dos trabalhadores independente do novo governo e do regime




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