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Dia do estudante | Precisamos de assembleias de base para construir o dia 11 nas universidades

Organizações do movimento estudantil estão convocando manifestações para o dia do estudante, 11 de agosto. Em meio a um aprofundamento da crise política de Bolsonaro, vivemos um cenário revoltante de mortes, falta de vacinas, fome, desemprego e ataques, fruto da política de Bolsonaro e Mourão que junto ao Congresso, STF, nos jogam cada vez mais na miséria para garantir os lucros dos capitalistas. Todo esse ódio frente a essa situação, se organizado nas ruas, pode derrubar Bolsonaro, Mourão e todos os ataques. É urgente que a UNE e a esquerda, que dirigem diversas entidades estudantis pelo país, convoquem assembleias em cada universidade para construir pela base o dia 11, para que seja um dia massivo que supere a tentativa dessas direções de canalização da nossa revolta para saídas institucionais que não irão atender às nossas demandas.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

sexta-feira 6 de agosto de 2021 | Edição do dia

Organizações do movimento estudantil e a UNE estão anunciando em suas redes sociais uma mobilização para o dia do estudante, 11 de agosto. O dia do estudante neste ano ocorre em meio a uma profunda crise social, política e econômica, em que, nos últimos meses, a população vem saindo às ruas demonstrando rechaço ao governo Bolsonaro e sua gestão genocida da pandemia ao lado de Mourão, do Congresso Nacional, STF, governadores e militares, e também aos ataques.

No entanto, as manifestações que ocorreram nesses últimos meses não foram construídas amplamente pela base dos trabalhadores e estudantes. Pelo contrário, a raiva e a revolta expressas nas ruas foram desviadas pela política consciente das direções das organizações do movimento operário e estudantil como as Centrais Sindicais, CUT(PT) e CTB(PCdoB) e a UNE(PT, PCdoB e Levante Popular). A frente Povo na Rua, composta por partidos que dirigem diversos CAs e DCEs pelo país - MES/Juntos/PSOL, PCB, Correnteza, UP -, levam à frente essa mesma política: pressionar as instituições do regime do golpe de 2016 para saídas e mecanismos por dentro delas - como é a CPI, o impeachment e as eleições.

O que se expressou, na realidade, foram manifestações inofensivas (assim como querem as direções burocráticas), vimos atos controlados, pacíficos e com datas extremamente esparsas, decididas burocraticamente em reuniões de cúpula. Isso sem contar o absurdo que fizeram e continuam fazendo de dividir as mobilizações, um dia atos dos trabalhadores e outro dos estudantes.

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Não podemos esquecer que o mesmo Congresso Nacional e judiciário, recheados de golpistas, que aplicaram os cortes bilionários e ataques à educação, à ciência e à pesquisa, é o mesmo que aprovou hoje a privatização dos Correios, que aprovaram ontem a PL da grilagem, as reformas, etc. Estão de mãos dadas com Bolsonaro e Mourão para nos atacar, fazer jus ao golpe institucional de 2016 e nos manter na miséria.

É revoltante que não tenha um plano de lutas unificado e construído ativamente pela base dos estudantes e trabalhadores - e não em plenárias das direções mal divulgadas como a que aconteceu ontem -, para combater todos esses ataques e governo nas ruas.

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Rumo ao dia 11 de agosto, precisamos que sejam convocadas assembleias de base com direito à voz e voto para todos, a força organizativa e capacidade de articulação que uma assembleia pode de ter, poderia ser decisiva para mudar o rumo da nossa luta, e abrir caminho para intervir nos rumos do país.

Para além disso, é necessário exigir que as centrais sindicais e a UNE articulem um plano de lutas nacional e em unidade com os trabalhadores e oprimidos, não com a direita, e nesse sentido, avançar para pensar com quais métodos iremos lutar para derrubar Bolsonaro, Mourão e os ataques com um só punho. Isso se liga à necessidade de uma greve geral, método histórico de luta da classe trabalhadora, que paralisaria o país, atacando diretamente os lucros capitalistas, colocando a classe trabalhadora em cena em aliança com os estudantes e movimentos sociais.

Nesse sentido, é urgente que a esquerda que dirige as entidades estudantis e sindicatos batalhem por um Comitê Nacional por uma Greve Geral para exigir de maneira unificada que as Centrais rompam com seu imobilismo, completamente funcional ao governo e ao regime, e convoquem uma paralisação. Essa é a única força capaz de derrubar Bolsonaro, Mourão, os ataques e a direita pela via da luta de classes.

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