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Pablito | Qual democracia defende o judiciário?

Um dia antes da leitura das supostas cartas pela democracia, STF votou que salários dos ministros passem de 39,6 para 46,3 mil reais. Em meio a fome e carestia de vida de toda a população, será mesmo que é com gente como essa que vamos conseguir derrotar o bolsonarismo, as reformas e os ataques?

Marcello Pablito Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

sexta-feira 12 de agosto de 2022 | Edição do dia

No dia de ontem, 11 de agosto, vimos a articulação de diversos setores burgueses como a Fiesp, a Febraban e o judiciário, fazendo discursos cínicos e hipócritas em defesa da democracia. Não pude deixar de comentar o quanto toda essa movimentação desses setores é justamente para sequestrar todo o sentimento legítimo dos trabalhadores, da juventude e de todo o povo oprimido, que sentem a necessidade urgente de derrotar a extrema direita e o bolsonarismo. Eles querem que nossa revolta e indignação se transformem na defesa de seus próprios interesses de classe.

O STF foi um dos articuladores do golpe de 2016, atuaram fortemente para a aprovação da reforma da previdencia e da trabalhista, ja mostraram inumeras vezes na história sua postura racista contra os negros e todo povo oprimido. Além disso tudo, um dia antes da leitura das supostas cartas pela democracia, aumentaram seus próprios salários para 46,3 mil reais mensais, enquanto os trabalhadores e o povo oprimido sofrem com a fome e a carestia de vida. Inaceitável, que democracia é essa que defende o judiciário?

Para nós os juízes, ministros e toda essa casta deveriareceber o salário de um trabalhador comum e poderem ser votados e revogados. Somente assim saberiam o que um trabalhador passa no dia a dia, questionar os sultões dos tribunais é uma parte fundamental da batalha por enfrentar o bolsonarismo e o autoritarismo desse regime.

Nossa luta não pode ser desviada para os interesses dos empresários, dos banqueiros e do judiciário. Precisamos revogar integralmente todas as reformas e lutar pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais (6 horas, 5 dias na semana), sem redução salarial, unificando empregados e desempregados. Contra a fome, é decisivo lutar pela expropriação de toda grande empresa do agronegócio, colocando-a sob gestão de trabalhadores e do controle popular, junto com a reforma agrária radical, para colocar essa capacidade produtiva a serviço da produção de alimentos saudáveis para toda população.

A situação que estamos exige medidas que vão até a raiz dos problemas e sabemos que não é se aliando com nossos inimigos que vamos conseguir isso, como estão fazendo cada dia mais o PT na chapa Lula-Alckmin. Para enfrentar o bolsonarismo, a extrema direita e os ataques precisamos apostar no caminho da luta de classes e de forma independente.


Temas

Democracia    STF



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