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RACISMO ESTRUTURAL | Racismo: no Brasil 71,7% dos jovens negros abandonam a escola para trabalhar

Segundo os dados da pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua divulgada pelo IBGE, 71,7% dos jovens que abandonam o ensino básico são negros. Esses jovens são obrigados a deixar o ensino escolar para trabalhar e ajudar no sustento dos seus lares. Os dados dessa pesquisa reforçam o quanto a sociedade brasileira é enraizada no racismo e na desigualdade, sendo os jovens negros e pobres os principais prejudicados.

quarta-feira 22 de julho de 2020 | Edição do dia

O Brasil tem quase quatro séculos de trabalho escravo e desumanização do povo negro, o fim da escravidão se deu principalmente pelo medo das elites da revolta negra e ao abolir a escravidão as elites racistas brasileiras buscaram novas formas de perpetuar o racismo nas estruturas sociais e o mito da democracia racial foi a principal justificativa das elites para perpetuar o racismo estrutural e manter o racismo velado.

A instituição educacional é uma instituição que não foge dos atrasos sociais existentes, a escola através do currículo também reproduz o racismo e as desigualdades que existe no país. Existem grandes e importantes discussões no campo da educação sobre a o próprio currículo tradicional que é ultrapassado e não ajuda o senso crítico dos alunos e a própria metodologia dos professores. Atualmente esses jovens que deixam os seus estudos para trabalhar são os jovens que trabalham horas exaustivas com trabalhos precários enquanto os grandes capitalistas lucram em cima de suas vidas.

Além dos 7,2 milhões de jovens negros que abandonam o ensino básico para trabalhar, 23% das mulheres deixam os seus estudos por terem engravido e 10,1 milhões de jovens de 14 a 29 anos não frequentam a escola ou não concluíram o ensino médico. Esses dados mostram o nível de precarização de vida e de futuro que os grandes capitalistas reservam para a juventude negra e pobre e a instituição escolar naturaliza essas mazelas do capitalismo e do racismo nas instituições escolares.

Esse governo de extrema direita de Bolsonaro é inimigo número um da educação pública de qualidade, são verdadeiros privatistas a serviço do lucro das empresas privadas e justamente por isso que é lucrativo para a burguesia manter a educação pública precária porque esses jovens negros que abandonam o ensino serão jovens negros futuros trabalhadores de postos de trabalhos com salários reduzidos e sem nenhum direito trabalhista garantido. Então para a burguesia a educação tal como ela é, se faz necessária para a manutenção do poder e do lucro dos grandes capitalistas. Porque esses jovens negros e pobres serão trabalhadores com mais horas de trabalhos exaustivos com menos direitos e salários reduzidos.

Por isso a luta por uma educação pública e de qualidade também é uma luta contra esse governo de extrema direita que reserva um futuro de exploração e opressão a juventude negra e pobre. Lutar por uma educação pública acessível à maioria da população é lutar contra as estruturas racistas e desigualdades sociais que existem no país.


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