Esta quarta feira (7) é o primeiro dia sem jogos na Copa do Mundo, depois de eletrizantes 17 dias, 54 partidas, e muito o que se falar dentro e fora de campo.
quarta-feira 7 de dezembro de 2022 | Edição do dia
Agora serão dois dias de pausa, até a primeira partida das quartas de final, na sexta (9), com o Brasil em campo.
Com poucas surpresas, mas uma muito especial, o que esperar das quartas-de-final no Catar?
Croácia x Brasil
Sexta - 09/12 - 12h
Os croatas criaram gosto pelas prorrogações em copas. Em 2018 no trajeto até a final, disputaram três - nas oitavas, nas quartas e nas semis - e agora em 2022, de novo suaram com o Japão para vencer nos pênaltis. O time é extremamente técnico, mas não deve dar o espaço que deixa para outros adversários contra o Brasil. Modric, Perisic e Kovacic, os principais jogadores, sentem o cansaço nos segundos tempos. O Brasil pode ter Alex Sandro de volta, e assim Danilo voltando para a lateral direita. A tendência é que o time se mantenha, e que o Brasil jogue para cima da Croácia. As críticas às dancinhas parecem entrar como mais um motivador de resposta dentro de campo a ataques racistas como o de Roy Keane. Brasil favorito, é claro, mas talvez o time mais desafiador para a seleção na copa até agora.
Holanda x Argentina
Sexta - 09/12 - 16h
Tanto Holanda quanto Argentina ficaram para muitos, abaixo do esperado. Ambas cresceram na chegada às oitavas, e protagonizam um clássico internacional, com confrontos históricos, como a final da Copa de 78, vencida pela Argentina, ano em que o craque dos laranjas, Cruyff, se recusou a ir para o Mundial por conta da ditadura Argentina. Difícil apontar favoritos. Ambas as seleções gostam do ataque, a Holanda pelas pontas em velocidade, e a Argentina construindo pelo centro, conduzida por Messi. Di Maria é dúvida ainda para os hermanos. Se jogar, pode desequilibrar bastante a partida, e ficando de fora, é desfalque de peso para a Argentina num momento em que o nível dos adversários só sobe.
Portugal x Marrocos
Sábado - 10/12 - 12h
O jogo com a grande surpresa positiva da Copa tem o Marrocos disputando sua primeira quartas-de-final de Copa da história, e igualando as melhores aparições africanas no torneio - Camarões, em 1990, Senegal, em 2002, e Gana, em 2010, chegando às quartas. A vitória marroquina contra a Espanha não só foi histórica pela melhor campanha da história do país, mas também pela história entre os dois países, divididos pelo Estreito de Gibraltar, e marcados pela colonização e atrocidades cometidas pelos espanhóis na costa norte marroquina. A grande zebra da Copa que conquistou seu lugar nas quartas com a melhor defesa da Copa até aqui, com apenas um gol sofrido, chega moralizada para enfrentar Portugal após uma goleada de 6x1 contra a mesma Suíça que havia feito os lusitanos disputarem a repescagem para a Copa. Com Cristiano Ronaldo no banco, os portugueses fizeram sua melhor atuação no mundial, e a partida promete ser disputada. Portugal é favorito, mas a Espanha também era e a vitória contra um campeão mundial deixa chance para se sonhar com a melhor colocação de uma seleção africana na história das Copas.
Inglaterra x França
Sábado - 10/12 - 12h
Outro grande clássico das quartas, ainda que não um confronto de grande história nos campos, é recheado de enormes fatores fora dele. A disputa entre grandes potências imperialistas carrega um histórico de guerras e disputas políticas que moveram as balanças de todo o globo ao longo do século XX. E como mostra a Copa, são duas seleções recheadas de imigrantes e filhos de imigrantes, e tem em seus principais jogadores jovens negros que saltaram aos olhos de todo mundo com ótimo futebol. A seleção francesa tem 14 jogadores de famílias imigrantes, o principal deles o craque do time, o atacante Mbappé, artilheiro da Copa até aqui, que tem origem Camaronesa e Argelina. Já na seleção inglesa, são 11 convocados com origens de outros países, com peso para origem irlandesa mas também caribenha. Um dos craques do time, Sterling, tem origem Jamaicana, assim como outros três jogadores da equipe, Kalvin Phillips, Kyle Walker e Callum Wilson. O artilheiro inglês, Rashford, tem origem da ilha caribenha de São Cristóvão e Neves.
A partida promete ser jogão. A França é favorita mas a partida não é ganha. Os ingleses buscam de novo sua melhor colocação desde o título em 66, com a disputa da semifinal, a mesma colocação da copa de 2018. A esperar o confrontos entre Mbappé e o lateral inglês Walker, que tende a ser definidor da partida.
