No Recife, mobilização dos recenseadores impõe que sejam ouvidos pela direção estadual do instituto.
quinta-feira 1º de setembro de 2022 | Edição do dia
Hoje no Brasil está acontecendo distintas mobilizações de recenseadores. A pauta é o pagamento dos salários e outros débitos que estão em atraso. Antes mesmo da greve começar, recebemos inúmeras denúncias de assédio das chefias, cobrando produtividade e ameaçando desligamento, mas o que a greve já começa a mostrar, é que o caminho é a mobilização e no Recife os recenseadores impuseram uma primeira reunião com a direção estadual nesta manhã.
O governo Bolsonaro mostrou diversas vezes que não via nenhum valor no Censo. Tentou cancelar, depois cortou parte importante do orçamento destinado. Agora em ano eleitoral, faz demagogia posando com colete do Censo. A ausência de campanhas na TV que informem a população soma para que o trabalho dos recenseadores seja ainda mais difícil. Por isso é preciso responsabilizar o governo pela precarização na prestação deste serviço, que segue aqui a lógica com a qual aplicou reformas como a trabalhista: para os trabalhadores, o mínimo possível.
O IBGE exige produtividade, mas deixa trabalhadoras e trabalhadores sem recursos. Muitos trabalhadores estão literalmente pagando para trabalhar, pois estão trabalhando sem ter recebido o auxílio transporte e alimentação. Em um momento onde a inflação sobre os alimentos é enorme, isso significa literalmente fazer com que muitos tenham que trabalhar com fome. Além da falta de estrutura e condições mínimas de trabalho, a categoria sofre com inúmeros problemas para completar sua sessão.
A pauta dos trabalhadores é exigir o mínimo de que têm direito que é que recebam a remuneração pelo seu trabalho somada às reivindicações de melhoria tanto nas condições de trabalho, quanto na própria prestação do serviço para a população. Que esteja entre as reivindicações que haja maior divulgação por parte do governo no Censo para que a população não recuse de atendê-los, é um exemplo de como são os trabalhadores na linha de frente que sabem identificar a melhor forma de garantir esse serviço.
Nós do Esquerda Diário estamos acompanhando a mobilização dos trabalhadores do Censo e nos solidarizamos às suas reivindicações. Deixamos o canal aberto para os trabalhadores que queiram expressar suas denúncias e marcamos a necessidade de construir em cada local de trabalho e de estudo a mais ampla luta pela revogação da reforma trabalhista que naturaliza o desmonte e a precarização das relações de trabalho.
Segue abaixo a íntegra da pauta dos recenseadores em Recife:
1- Informação por parte do IBGE sobre os valores de: questionário básico , questionário amostra, casa pessoa recenseada, domicílio ocupado, domicílio vago, domicílio de uso ocasional, domicílio em construção ou reforma, de forma clara e transparente e de bom entendimento.
2- Garantir datas marcadas para pagamento de ajuda de custo, a fim de evitar atrasos e avaliar cada caso quanto aos gastos de passagens.
3- Divulgar para os recenseadores que os setores podem ser fechados com cinco por cento de pendências.
4- pagar a ajuda de custo em um único pagamento e no início do trabalho.
5- ampliar a divulgação do Censo nos canais de comunicação televisivos e de redes sociais a fim de baixar as taxas de recusas por parte da população.
6- Resolução para os assédios morais e até mesmo físico sofridos pelos recenseadores
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7- Aumento da taxa para o valor 8( oito) em todas as áreas.
8- Reuniões com os recenseadores e seus respectivos ACMs e ACSs a fim de ter uma comunicação mais contundente.
9- Data marcada e informada ao recenseador para pagamento de fechamento de setor.
Att: Recenseadores!!
