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Ataque ao MST | Repudiamos os ataques a tiros no acampamento Marielle Vive do MST em Valinhos

Em menos de 24 horas o acampamento Marielle Vive, em Valinhos, SP, sofreu dois ataques a tiros. O acampamento que abriga 450 famílias esta sendo ameaçado constantemente de despejo e agora ainda sofre com a violência de setores reacionários. Nós do Esquerda Diário e do MRT, repudiamos os ataques sofridos pelas famílias e chamamos todos as entidades e setores da esquerda a rechaçar o que aconteceu e cercar o acampamento de solidariedade.

segunda-feira 11 de abril de 2022 | Edição do dia

O Acampamento Marielle Vive, MST, localizado em Valinhos, em menos de 24h foi alvo de dois ataques neste domingo, 10/04. Um homem armado rondando a região com seu carro, desferiu tiros contra a portaria do acampamento, o ataque não feriu ninguém, mas teve clara intenção de intimidar e imprimir uma ação violenta contra as famílias que ali residem, além de ser um ato politicamente voltado contra os trabalhadores e os movimentos sociais. Ataques assim são fruto do ódio da extrema direita e seus métodos de ameaças e perseguições àqueles que lutam.

O que acontece no Marielle Vive não é um ato isolado, mas parte de um conjunto de ações intensificadas justamente pelo governo Bolsonaro, o qual veio implementando atrocidades contra os povos indígenas, negando o direito à demarcação de terras, expandindo fronteiras do agronegócio que leva conflitos armados no campo contra os povos originários, além de perseguir assentamentos e áreas ocupadas pelo MST, em nome de defender o agronegócio e seus latifundiários que servem como pilar reacionário do governo e, assim, alimentar na sua base social ódio aos trabalhadores.

Além disso, outros setores e instituições do regime político dão aval para que estas ações continuem a existir sem que qualquer justiça chegue às famílias. Assentamentos perseguidos e historicamente alvo de violência de aparatos do Estado, como a polícia militar que, mesmo durante a pandemia, invade arbitrariamente ocupações em áreas rurais e urbanas para expulsar moradores por meio do uso da força que resguarda interesses de proprietários privados, entre eles ruralistas ou puros especuladores. Relembramos que medidas como estas recebem a legitimidade de órgãos públicos, como foi a decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pelo despejo das mais de 450 famílias, que vivem hoje no Marielle Vive, passando a valer para este ano. Se tal ordem não se cumpriu, foi categoricamente fruto da luta desses trabalhadores que ainda seguem vivendo sob essa sombria medida e cotidianas ameaças.

Não nos esqueçamos também que em julho de 2019 o acampamento já passara por um ataque que resultou na lamentável morte do senhor Luís Ferreira, que protestava por direito à água, assassinado devido ao atropelamento assumidamente provocado pelo motorista Léo Ribeiro que também fazia rondas pela região.

É fundamental que neste momento todas as organizações de esquerda e entidades estudantis e de trabalhadores, demais movimentos sociais se unifiquem em repúdio às ações desferidas contra o acampamento e o cerque de solidariedade, afirmando que somente com a força e mobilização da classe trabalhadora, junto a seus sindicatos e partidos, com seus métodos de luta, é que vamos efetivamente conseguir conquistar e fazer avançar direitos para derrotar todos os ataques.

O Esquerda Diário se solidariza com os assentados e abre seus canais pela defesa integral do Acampamento Marielle Vive.




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