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Povos originários | Retomada indígena em Porto Alegre sofre ataques de bolsonaristas

Na noite da quarta-feira (16), a retomada multiétnica Kaingang-Xokleng em Porto Alegre foi atacada por um bolsonarista envolto em racismo e misoginia. Integrantes da retomada vem recebendo ameaças e hoje um homem desfilou armado próximo do terreno. Diante do descaso da polícia, que também já esteve no Morro Santana para aterrorizar os indígenas durante as noites, o apoio de vizinhos e a força dos que lutam pela preservação dos territórios e culturas é o que vêm sustentando essa resistência.

sexta-feira 18 de novembro de 2022 | Edição do dia

Em outubro, indígenas dos povos Kaingang e Xokleng, junto com apoiadores, ocuparam um terreno no Morro Santana em Porto Alegre contra as investidas da especulação imobiliária e da prefeitura reacionária do direitista Sebastião Melo (MDB), que querem construir um mega empreendimento em cima de uma área de imenso valor ambiental, arqueológico e cultural, como denunciamos aqui no Esquerda Diário.

Na noite da quarta-feira (16), a retomada multiétnica Gãh Ré foi atacada por um bolsonarista envolto em racismo e misoginia. As informações são de que o homem seria síndico de um condomínio próximo à aldeia, no bairro Jardim Ypu. Visivelmente alterado e com um copo na mão, o homem foi até o pórtico da aldeia gritando xingamentos racistas e depredando o portão e as faixas e cartazes ali instalados, supostamente incomodado com a fumaça da vigília e as práticas culturais no território. Segundo os relatos, ainda chegou a agredir a própria companheira, que tentava acalmá-lo.

A polícia militar, que em noites anterior já foi ela mesma ao portão da retomada para ações provocativas, esteve presente no local, mas não tomou medidas protetivas ou contra o agressor. Com mulheres e crianças indígenas sob ameaça direta, a situação teve de ser controlada por vizinhos que se aproximaram para apoiar os indígenas e pelos membros da retomada.

Esse ataque não foi um caso isolado na retomada que completa um mês. Há alguns dias integrantes da retomada receberam ameaças pelo celular e hoje, sexta-feira (18), um homem exibiu uma arma próximo ao terreno.

Bolsonaro perdeu as eleições, mas sua base cujo reacionarismo foi alimentado por anos de ataques aos povos originários, violência policial, avanço do agronegócio, enriquecimento de pastores evangélicos e toneladas de racismo, misoginia e lgbtfobia, permanece nas ruas, encorajada em frente aos quartéis clamando aos generais por um golpe militar. Junto do avanço da extrema-direita no legislativo e nos governos estaduais, se enraizando como parte do regime, são mostras de que não serão varridos por dentro dos mecanismos dessa democracia burguesa degradada, sendo preciso levantar a bandeira da independência política dos explorados e oprimidos contra nossos inimigos através dos métodos da luta de classes.

O Esquerda Diário se solidariza com a Retomada e colocamos nossa mídia à disposição para fortalecer essa batalha em defesa da natureza e dos povos originários contra o capital e a extrema-direita.




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