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Reunião de delegados sindicais da Caixa: frente aos ataques da direita, CUT segue passiva

Eduardo MáximoEstudante da UnB e bancário na Caixa

terça-feira 22 de novembro de 2016 | Edição do dia

Nesta terça, os delegados sindicais da Caixa se reuniram, a chamado da direção do sindicato dos bancários de São Paulo, para discutir o balanço da última campanha salarial e os próximos passos na luta contra a privatização e reestruturação que o governo golpista de Temer já vem implementando no banco público e que promete se aprofundar ainda mais no próximo período.

Logo após o escandaloso anúncio da direção do Banco do Brasil, sobre a reestruturação que deve fechar 402 agências em todos o país, além das 379 que serão transformadas em postos de atendimento, lançando um plano de aposentadoria que deve atingir até 18 mil bancários; seria natural pensar que a reunião dos delegados da Caixa teria como um dos pontos principais a solidariedade e discussão de medidas de luta para barrar mais este ataque dos banqueiros e do governo.

Longe disso, a direção do sindicato mostrou novamente seu completo rotineirismo. No discurso da representante dos empregados da Caixa no conselho de administração, Maria Rita Serrano, muito se falou da necessidade de lutar pelas empresas públicas, seu papel na sociedade, e se divulgou o seminário que será realizado amanhã, na quadra dos bancários, em defesa das empresas públicas. Mas o que não se falou é que para lutar contra a privatização da Caixa temos a tarefa imediata de barrar o processo que ocorre no Banco do Brasil, que neste momento serve de exemplo para o que pode vir a acontecer não só nos bancos públicos como a todas as estatais.

Quanto as questões específicas da Caixa, como a extinção da função de caixa através do RH184, a implantação do “caixa minuto”, descomissionamentos e as mudanças nas regras de incorporação, tudo se limitou a depositar confiança nos “grupos de trabalho” que segundo a direção do sindicato foi uma grande conquista da campanha salarial, a verdade é que sabemos muito bem que essas mesas de negociação não passam da enrolação que já conhecemos onde os representantes do sindicato se reúnem a portas fechadas com o banco sem que haja qualquer participação real dos bancários.

Conscientemente a direção burocrática da CUT, que durante e depois do impeachment nada fez para organizar a classe trabalhadora contra a direita golpista, mantem sua passividade diante de todos os ataques. No próximo dia 25, em que está previsto um dia nacional de lutas, não divulgaram e tampouco chamaram assembleia para organizar a paralisação dos bancários.

Sobre o balanço da campanha salarial a visão da direção do sindicato é de que a greve foi positiva. No dia a dia sabemos que os bancários têm uma visão bem diferente. Além do acordo salarial rebaixado, o acordo bianual foi a forma que os banqueiros em acordo com a burocracia sindical encontraram para amarrar os bancários em um ano de intensos ataques, que por sinal já estão na ordem do dia. Temos que nos apoiar no discurso dúbio do sindicato que deixa em aberto a possibilidade de greve e exigir a mobilização dos bancários diante dos ataques.

Diante dos ataques ao Banco do Brasil é mais do que necessário que os bancários se organizem para barrar a reestruturação. Exigir que o sindicato chame uma assembleia para discutir ações com a categoria, organizar em cada local de trabalho, entre os delegados sindicais, a mobilização que possa mostrar que não aceitaremos que ataquem nossos direitos e nos façam pagar pela crise dos empresários e do governo.

Isso não pode se desligar de uma saída política ao governo golpista de Temer, que não passa pelo autoritarismo reacionário da Lava Jato, e sim pelo questionamento de toda a casta política deste regime dos ricos: uma nova Constituinte imposta pela luta, que abra caminho a um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.


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CUT    Política



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