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Salário mínimo não terá aumento real, enquanto inflação retira dinheiro dos trabalhadores

Governo reajusta previsão do salário mínimo de R$ 1.067,00 para R$ 1.088,00. Na justificativa para fazer frente ao aumento da inflação, na prática o reajuste não representa aumento real e está longe de fazer frente ao aumento recente de preços, como alimentos e conta de luz.

terça-feira 15 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Assim como no anterior, a previsão do salário mínimo para 2021 não possui aumento real para os trabalhadores. Na nova proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso Nacional hoje foi revisto o valor de R$ 1.067 para R$ 1.088, valor bastante inferior para que os trabalhadores possam arcar com todas as despesas para ter uma condição de vida mínima. Em um contexto em que a inflação vem corroendo ainda mais o poder de compra dos trabalhadores que já estão tendo de se endividar para arcar com demandas essenciais, alimentos, contas de luz, água, aluguel.

Para se ter ideia, segundo os cálculos do Dieese o valor do salário mínimo deveria ser R$ 5.289,53 em novembro, o que corresponde a 5,06 vezes o mínimo atual, de R$ 1.045.

Além disso, a inflação desse ano vem batendo recordes, em novembro foi a mais alta dos últimos 5 anos. Entre Janeiro e Novembro, o preço dos alimentos sofreu um aumento de 12,53 %, dado registrado pelo Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e pela Fipe. Itens da cesta básica também tiveram aumento, embora menores, e no acumulado do ano os percentuais continuam lá no alto de forma assustadora. No ano de 2020, cereais tiveram alta de 49,58%, legumes 35,25% e óleos 61,36%. A alta dos preços foi ocasionada principalmente pelas proteínas, o preço da carne subiu quase 40% nos últimos 12 meses.

Com todos esses reajustes, vemos na prática um redução das condições de vida dos trabalhadores, mesmo aqueles que estão empregados e recebendo um salário mínimo. Se incluirmos a realidade daqueles milhões de desempregados, que no ano que vem se verão sem o auxílio emergencial, temos um quadro generalizado de degradação das condições de vida.

Alta da inflamação, alta do desemprego, retirada do auxílio emergencial. Para reverter esse cenário de ajustes contra os trabalhadores é preciso batalhar por uma unidade dos trabalhadores, empregados e desempregados, formais e informais, todos aqueles que veem sua condição de vida ser atacada pela crise econômica e em meio a crise sanitária.




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