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Geração U | Starbucks EUA contrata uma ex-agente da CIA para sua campanha anti-sindical

A Starbucks contratou uma ex-agente da CIA e da agência de detetives Pinkerton para atacar o processo de organização que os trabalhadores estão levando adiante nos EUA. Um novo capítulo das tentativas patronais para enfrentar a Geração U.

quarta-feira 10 de agosto de 2022 | Edição do dia

Quando desperta uma nova geração que tem esperanças na sindicalização, a lutar por melhores condições de salário em meio a uma das maiores crise não somente econômicas se não também de recursos; era de se esperar que as grandes empresas busquem liquidar estes movimentos de muitas maneiras, inclusive através da vigilância e da intervenção direta nos sindicatos.

Neste caso foi a Starbucks, a grande multinacional de café, quem decidiu levar a cabo um plano para tentar acabar com as tentativas de sindicalização entre seus trabalhadores. Esta empresa contratou desde março uma ex-agente da CIA, Amanda Stanfill, segundo declaração pública da própria companhia. A ex-agente também tem em seu currículo ter trabalhado no Departamento de Estado na famosa agência de detetives anti-sindicais Pinkerton, que já foi contratada pela Amazon para seu trabalho anti-sindical.

Os trabalhadores da Starbucks, entretanto, se organizam também frente a estes ataques e repressão sindical. Há algumas semanas, em uma das lojas da Starbucks de Boston, na avenida Commonwealth, os jovens trabalhadores declararam greve por tempo indeterminado contra a perseguição sindical e a intimidação que sofrem por parte da empresa.

Estes tipos de métodos anti-sindicais são habituais nos Estados Unidos, se conhece como "union busting" estas ações contra a sindicalização, tanto a vigilância constante de empregados, como as campanhas anti-sindicais dentro dos centros de trabalho, ou como a intimidação direta contra estes trabalhadores organizados.

Porém, essas ações não somente tem sido levadas a cabo pela Starbucks, senão também por outras grandes corporações como a Amazon, que em 2021 em um de seus armazéns em Nova York autorizou que um de seus empregados fosse interrogado por um antigo agente do FBI que atuava como "gerente" nesse centro de trabalho.

Isso não deve ser uma surpresa para ninguém quando esta mesma empresa baseia toda sua política com seus empregados no bombardeio de desinformação sobre os sindicatos, controlar até os minutos que seus empregados levam para ir ao banheiro ou nas tentativas para que não se reúnam nem nas horas de trabalho, nem fora deste.

Apesar desses esforços de parte da grande multinacional em abril (2022), os empregados conseguiram formar seu primeiro sindicato em Nova York, na Amazon Labour Union (ALU). Assim mesmo, a Starbucks está conseguindo grandes avanços na sindicalização de suas lojas. Em 8 de junho de 2022 haviam chegado no alcance de 115 lojas sindicalizadas.

A desinformação, ameaças e vigilância não freiam a juventude cada vez mais convencida de que este sistema não tem nada para oferecer à classe trabalhadora e aos setores oprimidos, pois antes dos lucros dos multimilionários devem estar nossas vidas. Diante da crise econômica, da crise climática, o avanço da direita e das falsas alternativas do reformismo, há toda uma geração de jovens que se organizam para lutar contra o racismo, a LGBTfobia, o machismo e os abusos da patronal.




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