Governo do reacionário Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, em SP ataca agora a dignidade íntima de alunxs da rede pública estadual, vetando a distribuição de absorventes nas escolas estaduais, assim como fez Bolsonaro em 2021. Atacam a nossa juventude com a Reforma do Ensino Médio, proíbem o debate de gênero e sexualidade nas escolas e agora nem mesmo o direito ao acesso aos produtos básicos de higiene íntima menstrual alunxs podem ter.
Pão e Rosas@Pao_e_Rosas
terça-feira 7 de março de 2023 | Edição do dia
Foto: divulgação.
Tarcísio de Freitas, seguidor das políticas bolsonaristas, mostra mais uma vez que seu governo de extrema direita será de ataques e opressão contra as mulheres, principalmente as mais vulneráveis nesse sistema de profunda exploração. Tanto que colocou a ex-vereadora bolsonarista e reacionária, Sonaira Fernandes, conhecida como a “vereadora da família”, à frente da Secretaria de Política para Mulheres do governo estadual de SP e nós sabemos bem qual conotação ganha a palavra "família" na política dessa ultra direita machista e homofóbica.
Para se ter uma ideia qual a política que Sonaira representa, a mesma ano passado participou e deu todo o suporte como parlamentar a uma vigília antiaborto, que começou em 8 de março de 2022 e durou 40 dias, em frente ao Hospital Pérola Byington, local de atendimento a todxs que possuem ainda por lei o direito ao aborto, como crianças vítimas de estupro, que também são atacadas pelo misógeno e machista judiciário diariamente.
Com uma secretária dessa e um governo como esse, nós mulheres trabalhadoras e jovens sabemos que os ataques contra nós seguirão. E o novo alvo agora é o Programa Dignidade Íntima, que foi criado com o objetivo de combater a pobreza menstrual na rede estadual de educação. O programa visa a distribuição de produtos de higiene íntima menstrual em todas as unidades escolares da rede estadual para quaisquer estudantes que precisarem, com destaque para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Além de promover a formação dos profissionais da escola e estudantes a respeito da pobreza menstrual e saúde da mulher e pessoas que menstruam.
Sabemos que os governos estaduais anteriores do PSDB, como de Geraldo Alckmin que agora é vice presidente no governo do PT, fizeram muita demagogia com programas como esse, mas que não foram aplicados, até porque tal partido também tinha como foco a opressão e aprofundamento da exploração das mulheres e LGBTQIAP+, bem como o ataque à educação e todo e qualquer projeto que humanize as escolas. Agora Tarcísio de Freitas veta definitivamente o programa de distribuição de absorventes, ou seja, veta o mais básico, assim como estão acostumados a atacar merenda e material de limpeza dentro das escolas. Bolsonaro em 2021 já havia vetado a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda e pessoas em situação de rua.
A juventude já vive hoje sob o ataque da Reforma do Ensino Médio - da qual o governo Lula-Alckmin já se pronunciou dizendo que não irá revogar assim como todas as outras reformas - que esconde por trás também o machismo, onde precarizando a educação da nossa juventude mais pobre e em sua maioria negra tem como objetivo também que meninas e LGBTQIAP+ sigam ocupando os mais precários postos de trabalhos, como os terceirizados, com menos direitos e menores salários. E se por um lado governos colocam no currículo a opção de ensino religioso nas escolas, por outro proibem o debate de gênero e sexualidade, tema este tão necessário para a educação sexual de crianças e jovens, que diariamente sofrem abusos ou morrem por abortos clandestinos. Agora até mesmo a dignidade durante o período menstrual é vetada a todxs.
Não podemos confiar no governo da frente amplíssima que o PT forma hoje com partidos da direita e que vem aprofundando conciliações com os interesses agora da extrema direita de Tarcísio aqui em SP. Enquanto Tarcísio ataca aqui as mulheres trabalhadoras, jovens e LGBTQIAP+, o PT tem apoiado Tarcísio em ações que colocam o nosso futuro nas mãos dessa extrema direita no estado. Isso vai contra os interesses e demandas mais sentidas por nós, como a dignidade íntima, a educação sexual em todas as escolas, o atendimento médico de qualidade e especializado na saúde da mulheres, o direito ao acesso a todos os tipos de contraceptivos e o direito legal, seguro e gratuito ao aborto para quem engravida não morrer.
Para conquistarmos essas e tantas outras demandas, será preciso enfrentarmos esse sistema de miséria do capitalismo, que se constrói por cima dos nossos corpos, nos oprimindo para nos explorar mais. Precisamos construir a unidade entre todos os setores oprimidos e toda classe trabalhadora e a juventude, onde juntos teremos que nos organizar de forma independente de todos os governos e patrões, para arrancar a revogação de todas as reformas, como a do Ensino Médio, assim como todas as demandas de nós mulheres e LGBTQIAP+.
Neste 8 de março, levaremos às ruas essas bandeiras e convidamos todas e todes que compartilham dessas batalhas a estarem no Encontro Interestadual aberto do Pão e Rosas no dia 25 de março, se organizando junto com a gente em cada cidade e estado.
Conheça o Pão e Rosas e venha conosco nesse 8M! Por um 8 de março independente do governo e do Estado capitalista: colocar de pé a força das mulheres trabalhadoras!
