sexta-feira 29 de abril de 2022 | Edição do dia
Os dados do IBGE sobre emprego e renda mostram que a crise capitalista não para de crescer.
Estamos enfrentamos uma taxa de inflação acumulada de 12% e, pra completar, os números mostram que a renda média do trabalhador caiu 8,7% em relação ao ano passado. Esses são dados divulgados pelo IBGE, e mostram nosso cotidiano, os preços em alta e nossa renda encurtando.
O número de trabalhadores no Brasil é por volta de 95 milhões. Desses, a taxa de informalidade chega a 40,1%, o equivalente a 38,2 milhões de trabalhadores informais, trabalhando sem direitos e, na maioria dos casos, em condições de trabalho muito precárias.
De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil foi de 11,1% no primeiro trimestre, o que significa uma queda na comparação com o mesmo período de 2021, que estava em 14,9%. Mas é preciso muita atenção diante destes números para entender o que eles de fato significam. O governo Bolsonaro se vangloria diante desta aparente diminuição dos dados, mas as pesquisas realizadas pelo próprio IBGE apontam que esta redução aconteceu diante da queda do número de pessoas que estão à procura de emprego.
Este dado se combina com o aumento do número de MEI, microempreendedor individual - que são justamente os desempregados que tiveram de recorrer ao trabalho informal (como venda de alimentos, artesanatos ou serviços informais) - e ao aumento de pessoas que estão trabalhando na informalidade diretamente. Além disso, esse dado também é inflado pelo fato de que há um aumento de pessoas que desistiram de procurar emprego, tendo em vista o escasso trabalho formal disponível.
Ou seja, ao contrário de demonstrar um crescimento real do emprego, os dados mostram uma situação alarmante. Diante de tal situação, se coloca a importância de debater uma demanda efetiva para combater a questão do desemprego, começando pela repartição de todas as horas de trabalho disponíveis entre todos os trabalhadores, sem que isso signifique redução salarial. Além disso, outra demanda é a importância do reajuste salarial de acordo com a inflação, acabando com o rebaixamento salarial que se impõe aos trabalhadores a todo momento.
