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Terceirizados UFRN | Terceirizadas da UFRN exigem pagamento imediato dos salários em forte ato em frente à reitoria

Na manhã desta quarta-feira, dezenas de trabalhadores da empresa CriArt se reuniram em assembleia para debater o absurdo cenário de atraso no pagamento do salário dessas trabalhadoras. Já são 8 dias desde que o pagamento deveria ser realizado, e suas famílias seguem sem saber como pagar o aluguel, a feira, enquanto a reitoria e a empresa jogam responsabilidade do atraso um para o outro.

quarta-feira 14 de dezembro de 2022 | Edição do dia

O atraso é fruto do último bloqueio orçamentário do MEC e das universidades federais realizados pelo governo Bolsonaro e por Paulo Guedes, que significou o não pagamento das bolsas de pós-graduação, auxílios estudantis e os gastos com manutenção e custeio, dentre os quais estão inseridos os salários dos terceirizados. Contudo, após a mobilização dos estudantes na semana passada, o MEC desbloqueou essa verba, e parte das bolsas e salários voltou a ser pago.

Contudo, há ainda bolsas como as do PET-FNDE que não foram pagas. Além disso, a reitoria da UFRN segue sem pagar algumas bolsas do PNAES e cortou parte da refeição do RU para bolsistas. E por fim, não está pagando junto a empresa CriArt o salário dos trabalhadores da limpeza, manutenção, motoristas dos circulares. Além disso, os terceirizados relatam que estão ocorrendo demissões de funcionários após o corte. Um verdadeiro descaso com os estudantes e terceirizados em pleno fim de semestre e fim de ano, tornando evidente que a reitoria despeja os cortes e a crise da universidade nos setores mais precários e vulneráveis da universidade.

Manifestação em frente à reitoria

Cansados das promessas da empresa, essas trabalhadoras se organizaram desde ontem em assembleia, e decidiram realizar uma nova reunião nesta manhã, onde decidiram paralisar as atividades e realizar um ato em frente à reitoria. Foi uma forte manifestação que ganhou adesão de novos trabalhadores, também com apoio de servidores técnico-administrativos, e em especial de estudantes de Ciências Sociais, Letras, Biologia, Serviço Social e Jornalismo.

O Esquerda Diário esteve presente na assembleia e na manifestação junto à juventude Faísca Revolucionária para colocar o jornal a serviço de dar voz e de ser uma ferramenta da luta desses trabalhadores, defendendo a unidade entre os estudantes e os trabalhadores, para enfrentar o calote da reitoria e da empresa terceirizada.

“É um descaso com a gente essa situação. Sou mãe solteira e tenho que fazer feira para dar o que comer para as minhas filhas, até para almoçar estou pegando um pouco do que meus colegas trazem, por que na minha casa não tem nada para trazer”, relata uma das trabalhadoras. “O meu colega passou ontem a manhã todinha chorando por que o dono queria que ele saísse por não ter pago o aluguel desse mês. Ele não tem pra onde ir, se não pagar o aluguel vai pra rua”, completou.

Outra trabalhadora denunciou o descaso que estão passando: “Esse povo dorme tranquilo sabendo que tem mãe, pai de família nessa situação? Falta dez dias pro Natal e não tenho nem como pensar na ceia pra minha família. Que presente de Natal que eles nos deram, falta de vergonha!”

Um trabalhador defendeu a luta dos terceirizados: “Se não pagar meu salário não venho trabalhar. Não venho mesmo, acho que tem que parar tudo. Quero ver essa universidade com banheiro sujo, sem ter quem limpe as salas”.

Com a manifestação, obrigaram que o encarregado da empresa fosse até a reitoria, que buscou justificar o atraso, prometendo que no dia seguinte, quinta-feira (15), o dinheiro estaria na conta dos terceirizados. Diante disso, as trabalhadoras suspenderam a paralisação com uma nova assembleia marcada para a manhã dessa quinta para deliberar sobre os rumos da luta caso o pagamento não seja realizado.

Erika Thuanny, militante da Faísca Revolucionária, deu declaração ao nosso jornal: “É fundamental cercar de solidariedade essa luta, sem qualquer confiança nas palavras da empresa e da reitoria. O Sintest, a Adurn precisam dar todo apoio e solidariedade a esses trabalhadores, pelo pagamento imediato, e contra qualquer tentativa de punição aos que lutam. E quero aqui fazer um chamado ao DCE da UFRN que se coloque a serviço de mobilizar os estudantes para estar ao lado dessa luta. Foram alunos de diversos cursos que saíram de suas salas para estar presente hoje, não é possível que o DCE sequer tenha estado presente. Mais uma vez chamamos a que se somem às passagens em sala que desde a Faísca estamos fazendo em cada setor que a gente pode para que os estudantes estejam presentes na assembleia amanhã de manhã, às 7h. E que isso sirva também que nos auto-organizemos, com uma assembleia geral, para exigir nosso pagamento de bolsas e dos salários dos terceirizados, pois não podemos ir pras férias com estudante e trabalhador passando fome.

Assim como fazer como estão fazendo os estudantes da Unicamp, se organizando através de um Comitê em Defesa das Terceirizadas, defendendo ao lado delas a efetivação dessas trabalhadoras, sem necessidade de concurso público, para que tenham os mesmos direitos dos técnico-administrativos. É fundamental que os estudantes e os servidores tomam para si essa demanda, pois não dá para a gente conviver com trabalho escravo na universidade, que estão sempre sob ameaça de atraso de salário e de demissão por parte da reitoria”




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