Trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da empresa Justiz, contratada pelo Estado para prestar serviço nas unidades de saúde do Rio Grande do Norte, que atuam no Hospital João Machado, denunciaram ao Sindicato de Saúde do RN nesta sexta-feira (3) o atraso de 4 meses do pagamento dos salários.
segunda-feira 6 de fevereiro de 2023 | Edição do dia
Com a falta dos seus salários e sem garantias de quando o dinheiro irá cair nas suas contas, os trabalhadores terceirizados estão com dificuldades para pagar as dívidas, além de muitos estarem até sem dinheiro para pagar a passagem para o local de trabalho.
Essa situação absurda já vem ocorrendo em outros hospitais e tem sido cada vez mais comum, como temos denunciado aqui, envolvendo empresas terceirizadas e as prestações de serviços dentro dos hospitais.
O descaso com as trabalhadoras é responsabilidade tanto da empresa terceirizada, que deixa as famílias sem salário para não afetar o lucro da empresa. Mas também do governo estadual de Fátima Bezerra (PT), que não pagou a empresa e tenta tirar sua responsabilidade, alegando “a empresa deveria ter uma saúde financeira para pagar os seus funcionários de forma antecipada e sem depender totalmente do repasse do governo”. O fato é que a terceirização é uma forma de explorar ainda mais os trabalhadores, colocando-os em jornadas de trabalho iguais às de efetivos, mas com salários mais baixos.
A situação de abandono da saúde no RN é tão grave, que o prédio do Hospital Maternidade Dr. Araken Irerê Pinto, do município de Natal, foi atingido por um incêndio na manhã deste domingo (5), resultado de anos de sucateamento e ataques contra a saúde pelo prefeito bolsonarista Álvaro Dias (PSDB), que também é responsável pelo atraso do pagamento de salários aos servidores municipais.
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É escandaloso que diante da crise internacional, a qual sentimos no Brasil com a inflação que encarece os alimentos e demais bens de consumo necessários para a vida das famílias brasileiras, assim como o desemprego que coloca milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde, que pagam com o seu suor os custo da crise dos capitalistas, fiquem 4 meses sem receber os seus salários.
Essa situação também é resultado da nefasta reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer junto ao congresso e aprofundada por Bolsonaro com o aval do STF, que precariza ainda mais as condições de trabalho da classe trabalhadora brasileira, como já era durante os governos do PT que triplicou a terceirização, e que agora com o governo Lula-Alckmin já deu sinais que não vai revogar a reforma trabalhista, para garantir os interesses dos patrões e capitalistas.
No entanto, os trabalhadores da saúde do RN têm demonstrado bastante disposição de luta, protagonizando uma forte mobilização no ano passado pelo piso nacional da enfermagem, como parte da luta nacional da categoria. Para essa semana, a enfermagem está convocando uma assembleia no dia 8 de fevereiro, às 9h, na praça sete de setembro, em Natal, para articular a participação da Enfermagem do Rio Grande do Norte na Paralisação Nacional pela implementação do Piso Salarial da Enfermagem, a qual nós do Esquerda Diário nos colocamos em total apoio e chamamos todos trabalhadores, estudantes e a população para se somar a luta dos trabalhadores da saúde se enfrentado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a lei do piso desde 4 de setembro.
A luta pelos direitos dos trabalhadores da saúde é uma só e de toda a classe trabalhadora, da juventude e dos setores oprimidos, somente essa unidade e organizando desde as bases uma forte luta e mobilização podemos arrancar nossos direitos e dar uma saída aos problemas mais profundos que atingem a classe trabalhadora do país e do mundo. Pela efetivação dos terceirizados e um SUS 100% estatal!
