Trabalhadores da empresa MG Terceirizações, que prestam serviços para os Correios de Indaiatuba, no Centro de Tratamentos de Cartas e Encomendas (CTCE) paralisaram hoje (8) contra parcelamentos dos salários. Funcionários relatam que estão também há mais de 3 meses sem nenhuma formalização de contrato de trabalho.
quarta-feira 8 de julho de 2020 | Edição do dia
Trabalhadores da empresa MG Terceirizações, que prestam serviços para os Correios de Indaiatuba, no Centro de Tratamentos de Cartas e Encomendas (CTCE) paralisaram hoje (8) contra parcelamentos dos salários. Funcionários relatam que estão também há mais de 3 meses sem nenhuma formalização de contrato de trabalho.
“Quem se importa com nossas vidas?” foi o que disse para o Esquerda Diário uma trabalhadora via denúncia anônima em maio deste ano. Trabalhadores relatam que desde o início da pandemia o que se viu foi apenas descaso. Falta de EPIs e medidas de segurança, e agora, o parcelamento de salários anunciado pela empresa MG Terceirizações, que disse que parcelará os próximos 90 dias de salários em duas vezes (sempre nos dias 16 e 29).
“Durante quase 3 meses de pandemia declarada a empresa pouco se importou de saber a condição de saúde dos trabalhadores, e fornecer equipamentos de segurança e proteção mínimos, como máscaras e luvas. Nenhum levantamento foi feito para saber quais funcionários são parte do grupo de risco e nenhuma adaptação eficaz foi feita para atender a demanda de trabalhadores que em meio ao isolamento social, aumentou.”
A paralisação de hoje (8) começou às 5h10 da manhã em frente ao CTCE dos Correios de Indaiatuba, uma central enorme que atende diversas regiões e tem grande demanda.
Em mensagem enviada de forma anônima para a redação do Esquerda Diário, eles informaram que a empresa MG Terceirizações anunciou um acordo feito com o Sindicato - que mostrou que em nada defendeu estes trabalhadores e trabalhadoras - de parcelamento dos próximos 3 meses de salários.
“Estamos desamparados, sem saber o que fazer, e o que nos resta é buscar socorro nas mídias”, é o que diz um dos trabalhadores terceirizados.
O Sindicato disse que colocaria os advogados e a estrutura do sindicato em função destes trabalhadores. Mas na hora do vamos ver, o sindicato virou às costas, e estes trabalhadores ficaram desamparados. Automatic word wrap
Já são três meses que muitos funcionários estão sem contrato de trabalho. A troca da empresa anterior para a MG Terceirização gerou este problema que deixa esses trabalhadores de mãos atadas aos mandos e desmandos da empresa que hoje fornece os serviços.
Este é mais um exemplo das consequências da terceirização, que ganham contornos ainda mais absurdos em meio à pandemia, permitindo que empresas ataquem as condições de vidas de trabalhadores que já vivem regimes ultra precários.
“Não vamos aceitar ficar todos aglomerados, trabalhando o mês inteiro para chegar no final do mês e não receber salários”. Isso foi o que disse um dos trabalhadores durante a paralisação.
É importante também que os trabalhadores efetivos dos Correios se coloquem em defesa das condições de vida e dos salários dos trabalhadores terceirizados. Essa unidade é que pode garantir a força da luta desses trabalhadores, e fazer com que não sejam eles que paguem os custos da crise, mas sim seus patrões, no caso, a MG Terceirizações.