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UFRN | Todos à assembleia na UFRN! Organizar os estudantes contra Bolsonaro, os cortes e reformas

Chamamos todos os estudantes à assembleia do DCE nessa quinta (13), às 15h, para organizar nossa luta pela revogação de todo o corte na educação, aliado ao combate à reforma administrativa anunciada por Arthur Lira (PP), batalhando pela unidade com os trabalhadores. E exigimos da UNE que convoque urgentemente uma paralisação nacional das universidades e institutos federais para unir nossas forças nesse combate. Só a luta des estudantes junto com trabalhadores é capaz de derrotar Bolsonaro e essa extrema direita nojenta que arrasta direitos e se fortalece sistematicamente!

Éri MahinEstudante de Ciências Sociais da UFRN e militante da Faísca Revolucionária

Camila CampeloMestranda em Psicologia pela UFRN e militante da Faísca Revolucionária

terça-feira 11 de outubro de 2022 | Edição do dia

O asqueroso presidente da república na última semana tentou impor um confisco de 1 bilhão no MEC, que despertou um forte rechaço contido nos estudantes. No dia seguinte, estudantes da UFBA realizaram uma assembleia massiva e paralisaram as aulas contra esse ataque. Na Ufal e em no IF de Brasília, houve fortes manifestações em repúdio. Diante desse rechaço ativo dos estudantes, o ministro da educação bolsonarista Vitor Godoy, gravou um vídeo anunciando que devolveu recursos confiscados. Um anúncio que sequer deixa claro a parcela devolvida. Na mesma noite A Unifesp ocupou a universidade, rechaçando o conjunto dos cortes realizados esse ano. Essas lutas mostram o caminho para enfrentar o bolsonarismo e seus ataques. Por isso, chamamos a todos os estudantes à assembleia do DCE nessa quinta (13), às 15h, para organizar nossa luta pela revogação de todo o corte na educação, aliado ao combate à reforma administrativa anunciada por Arthur Lira (PP), batalhando pela unidade com os trabalhadores. E exigimos da UNE que convoque urgentemente uma paralisação nacional das universidades e institutos federais para unir nossas forças nesse combate. Só a luta des estudantes junto com trabalhadores é capaz de derrotar Bolsonaro e essa extrema direita nojenta que arrasta direitos e se fortalece sistematicamente!

Só na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) o novo corte levaria 8.8 milhões do orçamento. Mesmo que tenha sido revogado, só esse ano a universidade teve 24 milhões cortados do valor que era previsto para 2022, uma perda de 7% do valor total. Correspondente ao orçamento de custeio, o valor bloqueado atinge diretamente o setor dos terceirizados e da energia elétrica. A ameaça de novo corte revelou mais uma vez o compromisso de Bolsonaro e sua corja com a destruição da vida de milhares de jovens, principalmente negros e pobres brasileiros, sinalizando ao capital financeiro o que é capaz de fazer contra a classe trabalhadora e para beneficiar a burguesia.

A prática recorrente da reitoria é de descontar a crise nas costas dos trabalhadores terceirizados, professores e estudantes, cortando auxílio alimentação pela metade em 2022, dificultando e impossibilitando a permanência no campus, com um Restaurante Universitário com a refeição custando 8,00 e sem acesso garantido a todes, combinado ao atraso no pagamento dos auxílios e de bolsas como no PET, por exemplo. Além de manter baixas quantidades de terceirizadas, em sua maioria mulheres negras, responsáveis por grandes quantidades de espaços para limpeza nos setores. Defendemos que é urgente que haja a efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso público, garantindo condições de trabalho dignas ao invés de destinar o recurso para empresas que só aprofundam a exploração e precarizam a vida de milhares de trabalhadores no país e mais contratações. Um exemplo recente foi a morte de Cleide, trabalhadora do bandejão da Unicamp, que morreu trabalhando pela empresa Soluções que acumula denúncias de jornadas extenuantes de trabalho, e que após a morte da trabalhadora ordenou que os companheiros continuassem normalmente como se nada tivesse acontecido, ação que ocorreu de forma semelhante na UFRN, quando em 2019 José Aldo, trabalhador da limpeza, foi encontrado morto no auditório da reitoria e seus colegas foram obrigados a continuar suas atividades.

O resultado do primeiro turno no último domingo atestou uma coisa: o bolsonarismo e a extrema direita são forças reais no Brasil e se consolidam por todo o país. O que demonstra algo que viemos alertando há tempos, que as alianças com a direita só fortalecem a extrema direita, pois não atingem o cerne da burguesia responsável pelas precárias condições de vida da maioria da população. É nesse sentido que não confiamos em nenhum nível nas alianças com a direita, com o Alckmin, que em São Paulo foi ladrão de merenda e espancador de professores, o que demonstra nitidamente o projeto dele para a educação. Muito menos com a FIESP e a Febraban, ou com o Flávio Rocha da Guararapes, denunciado por trabalho escravo e todos defensores das reformas que setores responsáveis por defenderem a manutenção da reforma trabalhista e da previdência, que descontam a crise nas costas daqueles que tudo produzem na sociedade, e que Lula e Alckimin garantem a todo momento que não vão revogar, nem rever privatizações.

A luta é agora: É preciso seguir o exemplo das enfermeiras que lutam agora pelo seu piso salarial, e dos estudantes da UFBA e da UFAL que tomaram as ruas para derrubarem os confiscos, convocando uma forte paralisação nacional nas UFs e IFs com um plano de luta contra Bolsonaro, pela revogação dos bloqueios e cortes e também para barrar lado a lado dos trabalhadores a reforma administrativa que Arthur Lira (PP) pretende colocar em votação antes do fim do ano. Como disse Elisa Campos em assembleia geral da UFMG, as críticas à data indicada pela própria UNE, 18 de outubro, devem mesmo existir, já que a entidade dá a entender que confia mais em Alckmin do que nos estudantes na luta em defesa das universidades.

Temos que confiar na nossa força aliada à classe trabalhadora, também para lutar pelo fim da Lei do Teto de Gastos, que asfixia a saúde e a educação. Colocamos também a necessidade da efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público, por uma educação 100% estatal com condições plenas de permanência estudantil para que a vida da juventude não seja ceifada pelo capital. Só a união de estudantes com trabalhadores é capaz de barrar todos os ataques e colocar de joelhos Bolsonaro e a extrema direita, confiando apenas nas nossas forças. As assembleias convocadas pela UNE precisam ter grande peso nas universidades e institutos federais, para que cada estudante tenha direito à voz e voto, opinando sobre o rumo da luta.

A assembleia geral foi adiada pelo DCE apenas 55 minutos antes do seu horário previsto, tendo em vista as chuvas que atingiram Natal na manhã anterior. Nos parece fundamental que sejam realizadas passagens em sala e convocação ampla dos estudantes para participarem da assembleia, apenas a 3ª em um ano onde confiscos de maio seguem em voga, por isso reforçamos o chamado para 5ª feira, às 15h.




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