Em um cenário de crise e ataques à classe trabalhadora, os trabalhadores da MRV de Campinas, do ramo da construção civil, dão um exemplo de como se enfrentar com os capitalistas com os métodos da classe trabalhadora e entram em greve em 4 canteiros de obra na cidade.
terça-feira 7 de fevereiro de 2023 | Edição do dia
Hoje, dia 07/02/2023, os trabalhadores da MRV de Campinas entraram em greve exigindo seus direitos e melhores condições de trabalho. A principal reivindicação é pelo pagamento da PLR (Participação em Lucros e Resultados) e também por melhores condições de trabalho nos canteiros de obra.
A empresa se nega a pagar a PLR alegando que nesse ano o lucro foi menor, mas ao mesmo tempo o bilionário dono da empresa, o bolsonarista Rubens Menin, prefere destinar seus bilhões de lucro ao clube de futebol Atlético Mineiro do que pagar seus funcionários seus direitos ou garantir que eles tenham um café da tarde, que também é outra reivindicação da greve.
Além disso, a MRV é conhecida por manter trabalho análogo à escravidão em seus canteiros e precarizar a vida dos trabalhadores ao não garantir as condições mínimas de trabalho, como EPIs e outros materiais necessários para trabalhar, como produtos de limpeza ou atémesmo copos descartáveis. Um dos canteiros que entrou em greve no dia de hoje está passando inclusive por um surto de dengue, fruto da precarização das condições de trabalho.
Os trabalhadores da MRV de Campinas são um grande exemplo de como é possível arrancar direitos usando os métodos da classe trabalhadora: em 2021 esses mesmos trabalhadores entraram em greve e conquistaram o direito de receber a PLR, conquista hoje atacada pela empresa. Isso tudo em um cenário político onde ainda seguem vigentes as normas da reforma trabalhista, um profundo ataque à classe trabalhadora fruto do regime do golpe e aprofundada durante o governo Bolsonaro.
Nós, do Esquerda Diário, marcamos presença hoje ao lado de estudantes da Unicamp e professores da rede pública, e estaremos presentes nessa luta em apoio aos trabalhadores da MRV assim como estivemos em sua última greve, colocando nosso jornal à serviço da nossa classe. Apenas a luta da classe trabalhadora, como mostram hoje os grevistas da MRV, pode fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise e avançar para a revogação das reformas, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência, de forma independente do novo governo eleito, confiando somente em nossas próprias forças.
