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GREVE DOS CORREIOS | Trabalhadores dos Correios em greve param principal via da Ceilândia

Nesta sexta-feira, 28/08, trabalhadores dos correios realizaram uma passeata em Ceilândia, parando uma das vias da Avenida Hélio Prates, uma das principais da cidade, decorrente da atual Greve dos Correios que está ocorrendo desde a noite do dia 17 de agosto.

sábado 29 de agosto de 2020 | Edição do dia

Nesta sexta-feira, 28/08, trabalhadores dos correios realizaram uma passeata em Ceilândia, parando uma das vias da Avenida Hélio Prates, uma das principais da cidade, decorrente da atual Greve dos Correios que está ocorrendo desde a noite do dia 17 de agosto. O ato foi realizado por mais de 100 trabalhadores e trabalhadoras e apoiado por diversos motoristas que passavam próximo. A indignação dessa categoria da classe trabalhadora tem suas urgentes razões no projeto de privatização dos Correios e de outras riquezas nacionais Banco do Brasil, Eletrobras, Porto de Santos, o INSS e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). Tudo isso impulsionado ativamente por Bolsonaro, Guedes e os golpistas, intimamente ligados com o capital estadunidense.

Veja também: Guedes ameaça privatizar os Correios: "Seguramente, não vou falar quando"

Estão sendo feitos ataques severos aos direitos e auxílios da categoria, como o retiro de 70 dos 79 pontos do Acordo Coletivo (que deveria ser mantido em vigência até 2021) - e em meio à pandemia, com o medo constante do contágio, mas agora também da fome e da perda do emprego e da renda. Tal escolha unilateral realizada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é verificada em ataques como: redução do tempo de licença-maternidade de 180 dias para 120 dias; aumento no desconto do plano de saúde na folha de pagamento, alteração negativa a jornada de 40 horas, fim da cláusula sobre acidente de trânsito para motorista, redução desumana de um salário que em média é R$ 1,800,0; dentre muitas outras.

É fundamental reconhecer que esses são direitos e auxílios conquistados ao longo de 3 décadas de luta dos trabalhadores pelos trabalhadores do Brasil inteiro. A privatização dos Correios carrega consigo o descarte de 80 mil trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias à miséria, e não "apenas" esses diretamente atuantes nessa categoria, o dano será real para as milhares de famílias que vivem em territórios abandonados pelas políticas de urbanização comandadas pelos grandes proprietários do capital especulativo, ou aquelas que habitam áreas propriamente rurais ou florestais. Os trabalhadores dos Correios não entregam apenas encomendas domésticas, cartas, mas também insumos essenciais para a vida de milhões de brasileiros e brasileiras, como equipamentos hospitalares, medicamentos, alimentos, etc, e isto está intensificado pela conjuntura pandêmica do coronavírus, assim, perguntou um dos ecetistas durante o ato desta quarta-feira: "Qual empresa privada vai querer fazer entrega no final de Águas Lindas de Góias, no Sol Nascente, nas pequenas cidades do amazonas?”

No entanto, a atual direção dos Correios está na contramão das necessidades mais fundamentais das e dos trabalhadores, sobretudo das mulheres negras dessa empresa que tiveram ataques que procuram tirar sistematicamente a estabilidade da categoria. Isso é obra do general Floriano Peixoto, presidente da estatal indicado por Bolsonaro. De fato, vai muito na contramão do que a Globo e o governo dizem, de que os trabalhadores dos Correios são “privilegiados”. A alto cúpula burocrata e o general Floriano Peixoto, bem como Bolsonaro e sua família, o STF e a casta política - esses sim são os verdadeiros privilegiados.

Ceilândia é um dos focos de contágio da COVID-19, a qual milhares de trabalhadores e trabalhadoras dos Correios estão expostos todos os dias. Cerca de 500 mortes confirmadas e mais de 2.000 casos confirmados, bem como 150.000 em todo DF e entorno. Isso é fruto da política genocida, racista do milionário Ibaneis (que continua de quarentena em sua mansão no Lago Sul) e que em seu seguidismo à Bolsonaro não concede testes massivos para a população, não investe na saúde pública, concedendo sempre benefícios às empresas privadas, assim como é cúmplice direto da precarização do trabalho no DF e dos ataques aos Correios.

Infelizmente, essa manifestação não contou com a presença da esquerda socialista. É de extrema importância que as correntes de esquerda do PSOL e o PSTU coloquem toda sua força militante para fortalecer essa greve para que ela possa vencer!

A Juventude Faísca Anticapitalista e Revolucionária, impulsionado pelo Movimento Revolucionário dos Trabalhadores e que também impulsiona o Esquerda Diário, esteve presente em solidariedade à categoria.

É fundamental que as centrais sindicais, a CUT principalmente que dirige o SINDECT/DF, que organizem greves de outras categorias e que também estão sendo atacadas, tais como bancários, petroleiros, professores etc., para que possamos unificar ainda mais as fileiras da classe trabalhadora para barrar os ataques e enfrentar o regime de conjunto do golpe institucional.

Todo apoio à greve dos Correios! Nossas vidas valem mais que o lucro deles!

Para entrar em contato com o Comitê Esquerda Diário no Centro-Oeste, escreva para: [email protected].

Veja também: Contra a privatização e os ataques: todo apoio à greve dos Correios no DF e Entorno!




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