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Petrobras | Trabalhadores em greve na REFAP denunciam perseguição patronal, policial e da justiça

"Como é que você está vindo para a greve e policial à paisana querendo te coagir a não fazer parte de um direito que é seu?" Essas e outras denuncias dos grevistas terceirizados da Petrobras no RS demonstram a brutalidade da repressão da patronal e do Estado, que ainda tenta impor multa individual diária contra os grevistas. É preciso apoiar a greve e repudiar a repressão!

terça-feira 7 de fevereiro de 2023 | Edição do dia

São vários relatos de trabalhadores em greve, denunciando perseguições por parte das empresas terceirizadas, assim como intimidações por parte de policiais, além da constante ameaça de multa por parte da justiça. Nós do Esquerda Diário seguimos lado a lado com esses trabalhadores e estamos impulsionando uma campanha de solidariedade com essa importante luta.

A greve está em sua segunda semana e os trabalhadores do setor de manutenção da Petrobrás seguem firmes com suas reivindicações. Nesta terça-feira (7), a escalada de perseguição por parte da patronal tomou novos contornos. Alguns trabalhadores foram demitidos, outros receberam advertência. Há relatos também de trabalhadores coagidos por policiais à paisana dentro dos ônibus que os levam até o local de trabalho.

Um dos trabalhadores, membro da comissão que está à frente da greve, disse ao Esquerda Diário:

"O que está rolando aqui no Rio Grande do Sul, meu irmão, é descaso com trabalhador, com o ser humano e com tudo em geral. Entendeu? Não existe o trabalhador vir trabalhar e não ter condição de tomar um café digno. Você sair do seu estado, se locomover para cá, você gasta R$ 1500 numa passagem e a empresa não te reembolsar nem R$ 10. Entendeu? Você abrir mão de estar perto da sua família, do conforto da sua casa, chegar aqui e ser humilhado, não poder reivindicar seu direito. A greve é o direito do trabalhador [...] Como é que você está vindo para a greve falar com a galera e o cara está dentro do ônibus, o policial à paisana querendo te coagir a não fazer parte de um direito que é seu?"

Outro trabalhador grevista, relatou que a empresa terceirizada Monserv começou a demitir e inclusive colocou está tentando mandar esses trabalhadores de volta para suas cidades de forma totalmente autoritária. Esse trabalhador, que manteremos em anonimato, afirma que havia policiais na porta do hotel onde está hospedado para garantir que os trabalhadores não fiquem mais lá e voltem para casa. Segundo ele, somente em seu hotel são cerca de 8 trabalhadores demitidos e com viagem marcada para voltar.

A grande maioria desses trabalhadores vieram de outros estados para trabalhar temporariamente nas obras da Petrobrás, na Refinaria Alberto Pacoaline, em Canoas. A Petrobrás mantém um regime de terceirização, com empresas parasitas que não garantem os direitos mais básicos dos trabalhadores. Assim, a gigante brasileira lava suas mãos, enquanto seus acionistas ficam com toda riqueza produzida por esses trabalhadores.

No dia 08/02, quarta-feira, haverá uma nova audiência com a justiça para negociar as reivindicações da categoria, segundo informação de um dos grevistas.

"A empresa está o tempo todo coagindo o trabalhador a não vir, mandando multa. Eu, que estou na frente da comissão, fui mandado embora, querendo me coagir. Eu vou estar aqui todo tempo até quando eu conseguir com a galera. A gente passou uma proposta para a galera que não foi o que as empresas ofereceram, nem o que o juiz falou, mas foi o que a gente decidiu em reunião. Não vai dar o braço a torcer por menos disso."

É necessário cercar de toda solidariedade ativa essa importante greve. Os sindicatos, centrais sindicais, parlamentares de esquerda e o conjunto do movimento estudantil precisa estar ao lado desses trabalhadores, colocando suas forças para ajudar nessa luta. De fato, esses trabalhadores mostram o caminho para lutar contra a precarização do trabalho. Nós do Esquerda Diário, do MRT e da Juventude Faísca seguiremos ao lado desses trabalhadores e colocamos nossas forças à disposição dessa importante luta, apontando também que esses trabalhadores deveriam ser efetivados sem necessidade de concurso, garantindo todas seus direitos.




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