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Precarização | Trabalhadores terceirizados morrem após romper o cabo do guindaste e caírem de 25 metros

Cinco trabalhadores terceirizados da empresa Inpasa Agroindustrial morreram após o rompimento do cabo de aço que segurava o guindaste no qual estavam trabalhando em Nova Mutum/MT. Eles caíram de uma altura de 25 metros.

quinta-feira 20 de outubro de 2022 | Edição do dia

No último dia 14, cinco trabalhadores terceirizados morreram após o rompimento de um cabo de aço que segurava o guindaste onde trabalhavam. Eles caíram de uma altura de 25 metros. O acidente aconteceu na cidade de Nova Mutum/MT. Os trabalhadores que eram nordestinos, foram para o Mato Grosso trabalhar como terceirizados na usina da Inpasa Agroindustrial.

O trabalhador Fernando Pereira Lima tinha 34 anos e faleceu no mesmo dia. Os outros quatro: Wanderson Lacerda de Castro de 26 anos; Atalibio Lacerda dos Santos de 32 anos; e os irmãos Jairo e Fausto da Silva Lado, de apenas 20 e 26 anos, respectivamente, faleceram um dia após o acidente.

A Inpasa Agroindústria, que contratou a empresa terceirizada, foi considerada a maior produtora de etanol do país, em primeiro lugar no ranking das maiores empresas do setor, realizado pelo Valor Econômico, no ano de 2021. Em matéria para o jornal, o vice-presidente da Inpasa, Rafael Ranzolin, disse que no último ano um dos principais pontos da gestão foi “cuidar do bem-estar físico e emocional dos funcionários, que são a base da empresa”.

As declarações do vice-presidente contrastam com a brutalidade das condições reais de trabalho na empresa. A morte dos cinco trabalhadores não foi o primeiro caso da empresa nesse ano. Em abril, outro trabalhador, de apenas 25 anos, faleceu soterrado por um pedaço de concreto enquanto fazia escavações numa empresa terceirizada da Inpasa, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. O lucro da empresa, que foi 1,357 bilhões de reais e teve aumento de mais de 300% no último ano, é construído em cima da exploração dos trabalhadores terceirizados em condições precárias de trabalho.

Longe de ser um fato isolado, o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países do G20 - as vinte maiores economias do mundo- com mais mortes em decorrência de acidentes de trabalho. Os dados contabilizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) a partir dos acidentes notificados pelas empresas, são de 2,5 mil óbitos registrados e 571,8 mil comunicações de acidentes de trabalho (CATs) em 2021. Os números reais são ainda maiores, já que há subnotificação para esse tipo de ocorrência.

Nos últimos anos, os acidentes e óbitos durante a jornada de trabalho voltaram a crescer no Brasil, fruto do aprofundamento da precarização do trabalho com medidas como a reforma trabalhista e a aprovação de terceirização irrestrita. A OIT e o MPT apontam para um crescimento de 30% nos acidentes e óbitos de trabalho entre 2020 e 2021.

Esse é o país de Bolsonaro que descarrega a crise capitalista nas nossas costas. Enquanto isso, trabalhadores e trabalhadoras seguem arriscado suas vidas sem nenhuma segurança para que esses mesmos capitalistas sigam lucrando rios de dinheiro com nosso suor e com nossas vidas, como foi o caso desses cinco operários que morreram por negligência da empresa que é responsável por esse gravíssimo acidente. Nos solidarizamos com as famílias desses trabalhadores e seus companheiros de trabalho.




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