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Eleições 2022 | Túlio Gadelha (REDE-PSOL) apoia a direitista Raquel Lyra (PSDB) em Pernambuco

A REDE Sustentabilidade, partido ecossocialista, dá mais uma prova de que não tem nada de esquerda, apesar do PSOL ter aceitado realizar uma federação eleitoral com este partido. Tulia Gadelha, deputado estadual da sigla, declarou publicamente seu apoio a Raquel Lyra do PSDB no segundo turno da eleição para governador em Pernambuco.

quinta-feira 27 de outubro de 2022 | 13:19

Imagem: Américo Nunes

Embora a federação REDE/PSOL esteja apoiando oficialmente a candidatura de Marília Arraes, Túlio Gadelha declarou seu apoio a Raquel em uma coletiva de imprensa nesta terça (25). O partido REDE Sustentabilidade já havia demonstrado seu projeto claramente pró capitalista, fortemente patrocinado por grandes empresas da iniciativa privada e grandes bancos como o Itaú. Este mesmo partido, dito “verde”, votou mais de uma vez ataques contra os trabalhadores, como por exemplo a reforma da previdência de Temer, além de se aliar frequentemente com partidos da direita tradicional e ter sido conivente com a repressão de professores de São Paulo enquanto colaborava com ataques à educação. Não podemos esquecer também que a REDE tem como principal figura pública Marina Silva, que sempre foi publicamente contra o direito das mulheres na pauta de legalização do aborto e apoiou o golpe institucional.

Leia mais: Candidatura de Raquel Lyra: a união de velhas oligarquias

De Túlio Gadelha e da REDE Sustentabilidade portanto não existe espanto em apoiar uma candidata do PSDB, claramente apoiada pelo bolsonarismo e a extrema direita pernambucana. Gadelha rompeu com o PDT apenas em 2021 quando uma importante base de seu partido já tinha votado a favor do impeachment da Dilma Rousseff em 2016. Enquanto estava filiado ao PDT foi diretor do ITERPE (Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco) no governo Eduardo Campos (PSB). Além disso, ele e seu antigo partido sempre foram base de apoio ao governo do PSB e compunham juntos a Frente Popular no estado. Túlio Gadelha sempre levou a frente um política de apoio às oligarquias regionais. Não é um detalhe que Túlio apoie Raquel Lyra num momento em que as forças bolsonaristas no estado estejam abertamente ou indiretamente apoiando a candidatura de Raquel. Se alinhar com um projeto desses que se apoia na precarização do trabalho e privatista só mostra que os longos anos no PDT e ao lado do lhe ensinaram estar do lado da burguesia e não dos trabalhadores.

A contradição fica com o PSOL, apesar dos protestos de sua diretoria estadual, a organização segue o caminho do completo abandono de qualquer princípio de independência de classe com objetivos puramente eleitoreiros, como desenvolvemos aqui. Ao estabelecer uma federação com a REDE está jogando fora qualquer possibilidade de defesa de um programa anti-capitalista e operário já que devem atuar em conjunto com mesmo programa e estatuto durante 4 anos. Nem mesmo os objetivos eleitorais que o PSOL-PE se colocou conseguiu se efetivar, porque os votos que caíram para a federação REDE-PSOL ajudaram a eleger Túlio Gadelha que agora abraça sem nenhum remorso Raquel Lyra. Esse resultado eleitoral deixou de fora Robeyoncê (REDE-PSOL) como suplente dele.

Mas esta contradição já vem se apresentando desde muito antes, agora dando um salto com a federação REDE/PSOL que irá durar, segundo as novas leis, quatro anos compartilhando um programa explícitamente burguês.

Mas a falta de qualquer princípio de independência de classe do PSOL também se expressa estadualmente no apoio oficial à campanha de Marília Arraes, atualmente no partido Solidariedade, fundado pelo mafioso sindical Paulinho da Força, que possui um projeto político neoliberal e que tão pouco oferece qualquer alternativa a classe trabalhadora.

Já para Raquel Lyra o apoio de Gadelha cai como uma luva para sua demagogia de “neutralidade” perante as eleições presidenciais, enquanto por baixo abraça o apoio de candidatos abertamente bolsonaristas. Não à toa Túlio Gadelha fez questão de ir com adesivo de Lula grudado no peito à comitiva de imprensa, uma via de desarmar as críticas às alianças bolsonaristas de Raquel podendo seguir demagogicamente com sua fachada de neutralidade.

A bancarrota da política eleitoreira, oportunista e conciliadora do PSOL apenas comprova que o caminho de conciliação com a direita, com a burguesia e os patrões, assim como também faz a chapa Lula-Alckmin, em nada fortalece a esquerda, a classe trabalhadora e os setores oprimidos, ao contrário, abre caminho para o fortalecimento da extrema direita.

Como explicamos neste texto Marília Arraes não representa nenhuma alternativa para enfrentar Raquel Lyra e a direita.
Por isso em Pernambuco o Esquerda Diário e o MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) vem defendendo que o único caminho para enfrentar o bolsonarismo e a extrema direita é através da nossa organização, usando os métodos da luta de classes, sem nenhuma aliança com a burguesia, as oligarquias e a direita.




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