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Política | Zema quer ceder Funed a laboratório norte-americano ao invés de apoiar a vacina da UFMG

Governo de Minas negocia com Covaxx, um laboratório privado norte-americano, a transferência de tecnologia para que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) passe a fabricar vacinas contra a Covid-19 em Belo Horizonte. Paralelamente a esta decisão, o desenvolvimento de uma vacina pela UFMG se dá sem apoio do governo Zema (Novo)

terça-feira 29 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução/Facebook

Ontem (28), em sabatina com deputados estaduais durante o programa Assembleia Fiscaliza, o secretário de Estado de saúde, Fábio Baccheretti, abordou a negociação do Governo de Minas Gerais com o laboratório norte-americano Covaxx, empresa subsidiária da United Biomedical (UB).

A proposta seria a transferência de tecnologia para que a nova vacina fabricada pela empresa privada, que atualmente está nas fases 2 e 3 de testes, passasse a ser produzida em Belo Horizonte, na Funed.

Segundo a Funed, a Covaxx pretende utilizar fábricas licenciadas por órgãos regulatórios para a produção de até um bilhão de doses de vacina para o ano de 2021. Também foi afirmada a manutenção de diálogo com a UFMG sobre a Spintec, vacina que está sendo desenvolvida pela universidade.

Entretanto, por trás da demagogia do governo de Zema (Novo), está a falta de investimentos no trabalho dos cientistas da UFMG, que sofrem com a falta de verba para pesquisas e com o desmonte da universidade pública que se dá através de medidas como a PEC do Teto de Gastos e os recentes cortes anunciados contra as universidades e institutos federais.

Mais uma face dessa demagogia é o fato de que a parceria com o laboratório privado norte-americano seria viabilizada a partir da construção de um novo laboratório da Funed, custeado pela Mineradora Vale, como parte do acordo de reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho, R$135 milhões seriam destinados para Funed e para o projeto Biofábrica Wolbachia. Essa mineradora, que lucra em três meses R$30,5 bi, quase todo seu gasto para reparar seus crimes e estabelece acordos sem a participação dos atingidos pelas barragens excluindo grande parte das pessoas que tiveram suas vidas destruídas por ela, nunca esteve realmente preocupada em reparar os danos causados às comunidades atingidas por seus crimes.

Contra toda essa demagogia, tendo o país ultrapassado a marca de 500 mil mortos e mantendo uma média móvel de 2 mil mortos por dia, o que de fato poderia ampliar qualitativamente o acesso da população à vacina seria a quebra de patentes sem indenizações para os capitalistas que durante toda a pandemia lucraram às custas de centenas de milhares de vidas.

Somente a luta da classe trabalhadora organizada poderá impor uma quebra das patentes que não esteja subordinada a pagamento de indenizações às empresas. Além disso é necessário que sejam os trabalhadores que controlem a produção e a distribuição das vacinas. Esse é o caminho para garantir vacina para todos o mais rápido possível, sem esperar que mais pessoas morram por falta de uma vacina que já existe.




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