Segundo o pai da criança, o educador André Couto, que também estava no supermercado, a criança se dirigia à ele para pedir que comprasse o produto, foi aí que André viu a cena, em que o segurança estava “dando tapinhas nas costas dele para se apressar”, e conseguiu evitar que o filho fosse expulso do supermercado.
Em relato nas redes sociais, André mostra que se sentiu culpado por não conseguir evitar que o filho passasse por essa experiência tão violenta que vai marcar sua memória, também se sentiu culpado pelo filho ter pedido desculpas à ele pelo transtorno que viu no pai.
Mas sabemos muito bem que essa violência é cotidiana na vida de milhões de negros e negras no Brasil, que tem seus corpos e suas vidas violadas pelo simples fato de existirem no país que ainda nega a existência do racismo, querendo passar a imagem de uma democracia racial.
Assim com o filho de André Couto, são milhões de outros negros que dia a dia são seguidos nas lojas, insultados nos espaços, impedidos de acessar uma educação de qualidade, aprisionados e mortos pela polícia e o judiciário racistas. E que agora com as reformas de Temer, vão sofrer ainda mais com os postos de trabalho precarizados, com a terceirização, reforma da previdência e tantos outros ataques.
Por isso, é fundamental que nós negras e negros tomemos a greve geral chamada para o dia 30 nas nossas mãos, e que ela sirva para mostrarmos nossa força nas ruas, dizendo ao governo golpista que basta de racismo e que não vamos deixar seus planos de intensificar ainda mais a exploração e opressão das nossas vidas irem adiante.
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