Após uma manifestação de donos de escolas particulares, que causou vergonha alheia a qualquer um com senso crítico, a justiça autorizou novamente o retorno às aulas no Rio. Os empresários da educação, de olho no lucro, abriram prontamente seus estabelecimentos. Poucas crianças compareceram.
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Neste domingo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) permitiu o retorno às aulas em colégios particulares. Como era de se esperar, a adesão de alunos foi baixa.
Na semana passada, uma liminar foi concedida ao Estado, para impedir a retomada — prevista em decreto estadual para os ensinos fundamental e médio —, atendendo ao Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe-RJ). Essa decisão caiu em poucos dias e as escolas particulares foram rápidas no gatilho para reabrir.
Os donos de escolas particulares realizaram ontem, dia 13 de setembro, na praia de Copacabana, uma manifestação que gera vergonha alheia a qualquer um com senso crítico. A busca é o lucro incessante, não importa quem fique na frente e se essa reabertura pode colocar em risco os jovens, trabalhadores, professores e os familiares.
Os professores não podem prestar sua confiança nessa justiça, tal como fez o Sinpro semana passada, tratando uma decisão judicial parcial como uma vitória. Isso desarma a categoria e não prepara a uma reação organizada contra a patronal e os governos, que estão pouco se lixando para as vidas.
A decisão de voltar não deve ficar nas mãos de políticos oportunistas e empresários da educação que lucram com a exploração do trabalho. Deve ser decidida democraticamente pela comunidade escolar: professores, funcionários e estudantes. Mas antes é necessário construir a organização desde a base, e por isso chamamos a todos os profissionais e estudantes a se unirem para batalhar por um programa de medidas emergenciais durante a pandemia para garantir a segurança de todos.
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