Foto: GUILHERME LARA CAMPOS/A2 FOTOGRAFIA
Nesse período de pandemia, um cinturão foi colocado nos carros de comando visando manter um distanciamento mínimo entre o operador e o usuário. Essa medida é para resguardar o funcionário e o passageiro por conta do risco de contaminação dentro do trem, já que o operador fica muitas horas ali dentro durante o dia. Porém a direção da empresa quer retirar esse cinturão de isolamento sem nenhuma justificativa depois de uma matéria da Globo, mostrando que a segurança sanitária não faz parte das prioridades de quem comanda o Metrô.
Como o governo Bolsonaro, o governo Doria mostra que o lucro está a cima da vida. Estão promovendo uma abertura irresponsável da economia sem testes massivos ou vacina, querendo inclusive fazer as nossas crianças voltarem as aulas presenciais, ao mesmo tempo que mantêm o transporte público cada vez mais precário para a população e negligenciam a segurança de quem está trabalhando. É isso que deixa a população aglomerada no transporte lotado, correndo risco desnecessário. Mas ao invés de apontar isso, a Globo protege o governo e coloca a responsabilidade da superlotação do transporte em um cinturão que garante o distanciamento para o operador de trem, que não faz somente uma viagem, e sim fica exposto o dia todo, ao custo de reservar 1,5m do comprimento de um trem de 86m . Os Metroviários e a população não devem aceitar isso. Os operadores de trem exigem cabines de operadores em todos os trens da linha 15, garantindo a segurança da operação para os passageiros e a segurança biológica dos funcionários que fazem a linha funcionar.
A linha 15 já demonstrou inúmeros problemas desde sua inauguração em 2015. São falhas e acidentes constantes, mostrando que ela não é o projeto de transporte mais eficiente e seguro para a região. A opção do governo pelo modal do monotrilho, um transporte usado para regiões com baixa densidade populacional, o que não é o caso da zona leste, faz os funcionários e a população correrem riscos, amargando longos períodos da linha fechada por conta de falhas e acidentes, como o ocorrido em fevereiro de 2020, deixando a linha paralisada por meses.
Além disso a empresa começou a distribuir máscaras de pano para os funcionários, substituindo em grande parte as máscaras N95. Como em hospitais, o transporte é um local de alto risco de contaminação, visto o tempo que o funcionário fica exposto ao contato com milhares de pessoas, máscaras de pano não são EPIs para esses funcionários, mesmo assim a empresa continua a distribuir máscaras de pano sem se preocupar com a vida dos trabalhadores. Por isso os operadores de trem da linha 15 se reuniram nessa quarta feira(16) e decidiram que não vão aceitar a mudança que a empresa quer impor no cinturão de isolamento, se o governo Doria e seus chefes no metrô não se importam com as vidas que transportamos em nossos trens, os operadores se importam e vão lutar.Nossas vidas valem mais que o lucro deles!
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