Orçamentos previstos para os próximos quatro anos indicam que o estado fluminense aumentará sua dependência da indústria petrolífera e ficará mais vulnerável as flutuações desse produto no mercado internacional
Reportagem publicada pelo jornal O Globo nessa segunda-feira, 5, aponta que os orçamentos previstos para estado do Rio de Janeiro no período entre 2021 e 2023 contarão com mais de 25% de suas receitas oriundas dos royalties derivados da exploração de petróleo no estado. As cidades que fazem parte do polo petroquímico fluminense e são chamadas de “cidades do petróleo” receberão nos próximos 4 anos cerca de 47 bilhões de reais.
Entretanto, existe um julgamento marcado para dezembro que pode redistribuir as rendas do petróleo de forma menos vantajosa para os estados produtores, o que poderia gerar uma perda de 67,9 bilhões de reais para o Rio de Janeiro e um forte golpe nas combalidas finanças do estado, um dos mais endividados do Brasil.
O maior peso das receitas provenientes do petróleo deixam o estado do Rio de Janeiro mais vulnerável às intensas variações que o preço do petróleo apresenta comumente no mercado internacional, o que pode comprometer serviços essenciais como saúde e educação caso ocorra uma forte desvalorização do petróleo.
Esse cenário já é velho conhecido nas “cidades do petróleo”, que sofreram uma forte crise em 2017, causada pela interrupção de projetos da Petrobrás em cidades como Maricá, Macaé e Saquarema, situação que levou ao atraso de meses nos salários dos servidores municipais e precarização dos serviços básicos como saúde, educação e até coleta de lixo em algumas cidades.
Os problemas derivados da exploração mal planejada do petróleo também já são conhecidos, com cidades como Campos apresentando em 2020 o dobro da população que tinha em antes dos royalties mas com um orçamento que é metade do que contava antes. Também tem os danos ambientais, como em Saquarema, onde a exploração de petróleo causou o assoreamento do canal da laguna há cinco anos, afetando o trabalho dos pescadores locais.
A riqueza do petróleo deve estar à serviço dos trabalhadores e por isso é preciso seguir na luta por uma Petrobrás 100% estatal gerida democraticamente pelos trabalhadores, contra o projeto privatista de Bolsonaro e Guedes e do regime golpista que querem vender nossos recursos ao imperialismo.
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