No meio da maior onda de ocupações de escolas da história de São Paulo,que no fechamento dessa edição já se aproxima de uma centena, o governador Geraldo Alckmin enviou proposta de orçamento da Educação para o próximo ano em que consta o valor de R$ 28,4 milhões. Ou seja, o mesmo valor que foi destinado para o ano de 2015, como a inflação medida pelo IPCA desse ano se encontra na casa dos 10%, o valor real do orçamento de 2016 é 10% menor do que o do ano de 2016, ou seja, perdemos cerca 2 bilhões.

Para fazer esse orçamento caber nos doze meses do próximo ano só cortando despesas e é nesse marco que se insere o processo de fechamento de escolas,sucateamentos das remanescentes, sem falar em lotar ainda mais as salas de aulas, fechamento de vários noturnos e cortes de despesas com pessoal. Os professores que já amargaram zero por cento de reajuste esse ano, mesmo tendo realizado uma greve de 92 dias, podem se preparar para a tentativa do governo de impor mais arrocho salarial no próximo ano.

" O governo estadual vem a décadas sucateando a educação pública do estado de São Paulo, e com a desculpa da diminuição da procura de matriculas, tenta dar um salto nesse processo. Cinicamente diz de que vai melhorar a educação, mas com essa proposta orçamentária fica claro que seu único interesse é economizar dinheiro, jogando nas costas dos alunos, país e professores o custo dessa crise econômica que não fomos nós que criamos" declarou o diretor da APEOESP pela corrente PROFESSORES PELA BASE Danilo Magrão.

Por sua vez Maíra Machado, também diretora da APEOESP e militante dos PROFESSORES PELA BASE, declarou que " é preciso apoiar com tudo as ocupações que estão se espalhando por todo o estado e organizar para valer o boicote as provas do SARESP. Concluiu dizendo que " é uma vergonha o papel que a direção majoritária da APEOESP, chapa 1 CUT e CTB, vem tendo em todo esse conflito, sendo um verdadeiro freio as lutas" e que " é preciso que os professores saiam em luta já, passando por cima dessa direção"