Imagem: Reprodução/TV Globo
Durante a pandemia, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro estava autorizada a fazer compras emergenciais sem licitação, em base a “lei Covid”. O resultado dessas negociações vem agora à tona com um escandaloso achado: um galpão abandonado desde agosto de 2020 com respiradores superfaturados que não funcionam, 50 mil testes de COVID, além de macas e outros objetos dos hospitais de campanha que foram fechados em pleno aumento de casos de coronavírus no estado.
O estado do RJ está pagando mensalmente R$ 1 milhão apenas para manter este galpão armazenando equipamentos que ou poderiam estar sendo utilizados ou estão estragados. Sem contar o dinheiro que foi investido na compra deles. Os testes, por exemplo, tiveram um custo de R$ 180 reais cada, totalizando uma compra de R$ 9 milhões para ficarem estocados. O MP alega a falta de aprovação da Anvisa sobre os testes, enquanto a empresa responsável afirma o registro na Anvisa, responsabilizando a secretaria do estado pelo mau armazenamento. Quantos testes válidos, respiradores adequados, leitos de UTI ou mesmo hospitais de campanha poderiam ser mantidos com esses valores? O “toma lá-dá-cá” entre o governo e a empresa para ver quem é o verdadeiro responsável não nos engana. Ambos estão no jogo sujo de brincar com a vida das pessoas para receber mais dinheiro.
Além do galpão, o MP-RJ também está investigando a doação de 40 mil máscaras de papel que não protegem contra a COVID-19 e a compra de 4 milhões de frascos de soro no valor de R$ 20,9 milhões.
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Só nas últimas 24h o estado do Rio de Janeiro registrou 1.017 novos casos confirmados de coronavírus, chegando a um total de 501.202 infectados pela doença. O estado também tem a triste marca de 28.833 mortes por COVID.
É um completo absurdo que enquanto o estado caminha para um novo colapso com o aumento de casos, chegando a lotação de 90% dos leitos na capital no mês passado e agora voltando a ter alto risco de contaminação por todo território da cidade, o governo do estado tenha realizado compras milionárias e ineficazes para o combate a pandemia, apenas como forma de desviar dinheiro. Witzel, Castro e Crivella são responsáveis pelo desmonte da saúde no Rio de Janeiro e todos, junto de Eduardo Paes e do governo de Bolsonaro e Mourão, são inimigos declarados dos trabalhadores, colocando sempre o lucro antes das nossas vidas. Essas escandalosas compras milionárias são prova disso.
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