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Medidas insuficientes e descaso do governo levam AM ao colapso e caos na saúde pública
Redação

Com um sistema de saúde colapsado, o estado vivencia um verdadeiro caos, com mais de 500 pessoas que ainda esperam leito hospitalar e com falta de oxigênio, insumo fundamental para a vida de milhares de pacientes.

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Imagem: Divulgação / prefeitura de Manaus

O sistema de saúde do estado do Amazonas não suporta mais a quantidade demandada por leitos, o que, nas últimas semanas, gera uma lista de espera de cerca de 550 pessoas, diariamente, que precisam e ainda não conseguiram ser internadas, mesmo com o anúncio da medida do lockdown.

A espera de pacientes graves por vagas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é de 112 pessoas. O quadro calamitoso evidencia a ineficácia das medidas tardias e ineficazes do Governo Bolsonaro (sem partido) em todo o país, do governo do Amazonas de Wilson Lima (PSC) e da prefeitura de Manaus, atualmente com David Almeida (Avante).

A subnotificação e a falta de controle da doença demonstra como o governo federal e todos os governos em Manaus que são alinhados politicamente com Bolsonaro não estavam e não estão preocupados com a saúde pública e nem com a vida das pessoas. Com saídas demagógicas, colocou-se que as pessoas ficassem em casa, algo que se fez necessário, mas nem de longe é o suficiente para real controle da pandemia.

O lockdown em Manaus não é nem mesmo a ponta das medidas que a população precisa, quando, a essa altura, a doença já deveria ter sido mapeada no país, com testagens massivas, para que o isolamento seja, de fato, eficaz. Em vez disso, Bolsonaro, desde o início da pandemia, fez pouco caso da própria doença, não garantiu testagem para a maior parte da população e, junto com o ministro da saúde, general Eduardo Pazuello, permitiu com que milhares de testes PCR para COVID-19 (considerado padrão ouro para a detecção) perdessem a validade.

Enquanto isso, conduzia inúmeros ataques econômicos e falácias negacionistas em torno da doença, ao passo que país precisava de medidas sérias como estruturação e criação de leitos nos hospitais, contratação de mais profissionais da saúde, EPI’s para os profissionais e o devido mapeamento da doença. Os médicos e profissionais da saúde, no entanto, trabalharam desde o início da pandemia e ainda trabalham de forma precária, com falta de EPI’s adequados, com carga horária sobrecarregada e falta de condições necessárias nos hospitais, fazendo com que os próprios adoeçam. O número de profissionais da saúde mortos por conta da Covid já passa da casa dos milhares. Nem mesmo a chegada da vacina é garantida pelo governo, que atrasa a entrega e vacinação dos grupos prioritários, dentre eles, profissionais da saúde que estão na linha de frente contra a doença.

Nas últimas semanas, os relatos da falta de oxigênio em Manaus revelaram a situação caótica que os pacientes vivem, com a agonia de ver doentes morrendo sem ar, enquanto o próprio presidente lava suas mãos, dizendo que não é sua responsabilidade.

É a faceta mais brutal de tudo o que representa Bolsonaro e demais alinhados com sua ideologia de que o povo pague com a vida, tudo em nome dos capitalistas que pensam apenas em seus lucros, mesmo que isso custe a vida do povo que precisa se expor ao vírus diariamente para sobreviver. Ficar em casa foi uma opção que milhões de trabalhadores não tiveram sequer um dia na pandemia, pois nem mesmo isso foi garantido pelo governo Bolsonaro que liberou um mísero auxílio emergencial de iniciais R$ 600 por mês, com atrasos no pagamento, e que, em seu final, foi reduzido a 300 reais, nem perto de ser suficiente para sustentar as famílias, que não tiveram direito a resguardar suas próprias vidas durante uma crise sanitária. Por outro lado, metade do orçamento da união, isto é, de todo o país, é destinado apenas a pagar a fraudulenta dívida pública e rechear os bolsos dos capitalistas financeiros, enquanto a saúde colapsa no país.

A solução para os problemas do povo de Manaus, do estado do Amazonas e do país todo passa por uma reconversão da indústria, onde a capacidade produtiva das plantas de empresas como a Ford, que hoje se retira do país deixando milhares de famílias de trabalhadores na miséria, poderia ser utilizada para produção de insumos e demais interesses da população para que se possa enfrentar a crise.

Que a indústria do país passe a servir aos interesses e necessidades do povo, e não ao lucro dos empresários. É preciso, também, que se coloque a questão da fila única, que se aproprie dos leitos privados para que esses atendam a população que necessita. A apropriação dos leitos privados é fundamental para que se salvem vidas no país com o aparato que estiver à disposição, em vez de deixar milhares morrerem para manter a especulação dos empresários da saúde que lucram com o sucateamento da saúde pública.

Ao contrário do que Bolsonaro, Mourão e todos os seus aliados planejam, é preciso que os trabalhadores se organizem em seus locais de trabalho e que tomem pra si a direção dos setores estratégicos, para que os trabalhadores dêem a saída para crise que não virá das mãos de mais ninguém a não ser da própria classe trabalhadora.

 
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