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FALTA DE OXIGÊNIO NO RN
Sem oxigênio, ventiladores e testes, RN tem urgência de um plano emergencial
Redação

Segundo informações do G1 publicadas nesta terça feira, 16 de março, durante o último final de semana, ao menos três unidades de saúde de Natal e região metropolitana tiveram problemas de abastecimento de oxigênio.

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FOTO: Toa55/Getty Images

No último final de semana, houve unidades de saúde que chegaram a suspender o atendimento por falta do insumo. A secretaria de saúde de São José de Mipibu informou que devido à alta demanda na região metropolitana de Natal e a lotação dos leitos no Rio Grande do Norte, o atendimento chegou a ser suspenso. No momento em que escrevemos esta nota foi notificada a normalização da situação.

Outros hospitais e unidades de saúde que relataram problema com a falta de oxigênio foram o Percílio Alves em Ceará Mirim e a UPA Sul em Cidade Satélite, na cidade de Natal. A Secretaria de Saúde da capital informou que as 4 UPAs do município já estão trabalhando acima de sua capacidade máxima para casos de COVID-19. A informação de que já são 60 municípios os que enfrentam problemas com o abastecimento de oxigênio do Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS).

Ao Saiba Mais, a médica Alessa Andrade, que trabalha na linha de frente de combate à pandemia na capital, relata que faltam leitos, transporte e até oxigênio. Na terça-feira se deparou com situação de ter que escolher entre pacientes qual teria mais chance de sobreviver para ser intubado no ventilador.

Segundo ela, durante todo o sábado não havia cilindros do gás para transporte de pacientes em nenhuma das UPAS e nem no Hospital de Campanha. A Secretaria Municipal de Saúde nega, julgando se tratar de um “equívoco”. Ela aponta também que há escassez de testes nos centros clínicos UPAS.

Na segunda feira desta semana, 15 de março, o estado do Rio Grande do Norte ultrapassou pela primeira vez o número de 1000 pessoas internadas por Covid-19. As últimas informações são de 130 pessoas se encontram na fila de espera de um leito de UTI. Já são 900 mortes por falta de leito desde o começo da pandemia, dentre as quase 4000 registradas.

Nas redes sociais, surgiram denúncias de que pacientes estavam comprando oxigênio para internados com COVID-19 e de que faltou oxigênio para transportar pacientes.

Diversas outras denúncias surgiram comentando o colapso do insumo na cidade.

Veja também: Brasil agoniza nas UTIs lotadas e pela fome: a resposta não é esperar 2022

A cada dia fica evidente que se o governo negacionista de Bolsonaro quer que a população morra de COVID trabalhando ou de fome, também os governadores nos estados não estão preocupados com a vida do povo pobre e trabalhador. Permitiram que a situação se descontrolasse ao ponto de por em risco que a população fique sem ar.

Isso vale para Dória e governadores da direita, que inclusive reabrem escolas, mas também para a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra do PT, que se vangloria das medidas repressivas como o toque de recolher, mas que significam não mais que repressão à juventude e não diminui os contágios. Mantem a dinâmica de trabalho, ônibus lotados, para salvar a normalidade dos lucros patronas. Uma política também de responsabilidade de Álvaro Dias, que chegou a dizer que a "vencemos a pandemia" na capital, deixando a população à própria sorte. Junto com a governadora, abaixam a cabeça diante do que querem a máfia da SETURN, da Fecomércio, e da Fiern.

Já assistimos o colapso da saúde em Manaus fruto da negligência dos administradores do Estado. É preciso que os trabalhadores junto à população tomem as rédeas da situação e exijam um plano emergencial para resposta efetiva à crise sanitária e econômica. Isso não passa nem pelo “lockdown” que define o que é essencial ou não de acordo com a necessidade dos empresários amigos de cada governo como colocam os governadores nos estados, nem pelo discurso negacionista de morte do governo Bolsonaro, que ri na cara de mais de 280 mil famílias que estão atravessando um luto de consequências emocionais imprevisíveis.

Passa por brigar por testagem massiva da população, isolamento racional nos hotéis, resorts da Via Costeira, prédios ociosos, controle genômico das novas cepas e quebra das patentes para acelerar a vacinação de toda a população. Pressupõe também a necessidade de que os laboratórios e indústrias químicas sejam estatizadas sob controle dos trabalhadores para produção de insumos para testagem e produção de vacinas.

Pensar uma resposta de maneira racional para a crise sanitária passa obrigatoriamente pela organização das trabalhadoras e trabalhadoras a partir de seus organismos de classe, os sindicatos, junto à população e os movimentos sociais. Assim como fizeram nas indústrias e restaurantes da Itália ano passado, os trabalhadores deveriam se organizar através de comitês de higiene e saúde para definir a liberação e a luta por remuneração dos setores não essenciais e de risco.

Essa forma de auto-organização poderá abrir caminho para que os trabalhadores debatam, junto aos IFs e UFRN, um plano de reconversão da indústria para hierarquização da produção dos itens que são realmente necessários.

Por exemplo, é simplesmente absurdo estarmos produzindo carros de luxo enquanto os pacientes com COVID 19 clamam nas unidades de saúde por oxigênio. Indústrias como a FORD Camaçari deveria ser proibida de ser fechada e colocada para produção urgente de ventiladores, cilindros de oxigênio, e outros equipamentos de UTI para abertura massiva e permanente de leitos, assim como a Jeep em Pernambuco e outras indústrias. A produção precisa ser organizada para dar uma resposta concreta à pandemia! Produzir galões de oxigênio, equipamentos hospitalares, alimentos de qualidade, seringas, EPI’s devem ser hierarquia, com produção garantida pelo estado sob controle dos trabalhadores de cada setor!

Ao tempo que não só não basta decretar um lockdown qualquer e achar que a população poderá garantir isolamento sem oferecer um auxílio emergencial real, que cubra as necessidades da população que precisa ficar em casa; valor esse que pensando na situação emergencial, não pode ser menor que um salário-mínimo por pessoa, desde já partindo que o salário-mínimo decretado pelo governo já é insuficiente em frente ao valor da inflação, dos alimentos e do custo de vida da família dos trabalhadores.

É necessário impor as direções sindicais da CUT e CTB – dirigidas pelo PT e PCdoB - que rompam com sua paralisia e convoque esse gigante que é a classe trabalhadora brasileira junto às mulheres, negras e negros, juventude, indígenas, LGBTQI+, movimentos por terra e moradia e todos os setores populares para impor a partir de nossa mobilização uma Assembleia Constituinte que seja Livre e Soberana e possa debater todas as questões que nos afligem e dar respostas concretas da nossa classe para a nossa classe e isso passa por colocar fortemente que não podemos esperar por 2022 e perdoar os golpistas, como Lula repetiu insistentemente no seu discurso na última semana.

Esta perspectiva, que nesse momento se mostra como a mais racional frente a um regime do golpe cada vez mais fissurado e degenerado e que não mede esforços para atacar a classe trabalhadora, precisa ser em enfrentamento direto com a burguesia e seus aparatos, numa perspectiva anticapitalista e socialista.

Nós do Esquerda Diário e Movimento Revolucionário de Trabalhadores colocamos nossas ferramentas à serviço de fortalecer essa perspectiva.

 
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