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COLAPSO DA SAÚDE
626 cidades podem ter falta de oxigênio: reconversão da indústria para evitar nova Manaus
Guilherme Garcia

Não podemos esperar que uma nova Manaus ocorra em mais das 600 cidades apontadas no levantamento que estão ameaçadas de falta de oxigênio. É preciso que toda a industria tenha sua produção reconvertida para produzir insumos para combater a pandemia.

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Nesta semana foi realizado um levantamento pela Confederação Nacional dos Municípios onde mostra que 626 municípios de todo o país correm o grande risco de ficar sem oxigênio nos hospitais em menos de uma semana. Além disso, 1147 municípios podem ficar sem medicamentos do “kit intubação”. Esses dados mostram que uma tragédia como ocorreu na cidade de Manaus (AM) no início deste ano pode ocorrer novamente. Algo totalmente bárbaro com pessoas morrendo por não terem direito a algo tão elementar para tratamento de pacientes nos hospitais como um oxigênio, onde mesmo Bolsonaro e seu então ministro da saúde, General Pazuello, sabiam da ameaça de faltar os oxigênios e não realizaram nada. Assim como o próprio governo do Amazonas, Wilson Miranda, não tomou medidas para evitar que essa catástrofe acontecesse.

O Brasil já superou mais de 325 mil mortes por covid, ontem a média móvel passou das 3 mil mortes diárias. A maioria dos estados estão com o sistema de saúde completamente colapsado, como é o caso do estado do Rio Grande do Sul que há mais de um mês está com a lotação dos leitos de UTI acima de 100%. O número alto de mortes já está ameaçando o próprio sistema funerário de alguns estados. Como São Paulo, onde começou a ocorrer enterros noturnos para cobrir a demanda. E ainda somente 8% de toda a população brasileira foi vacinada.

A situação é extremamente caótica, o país passou a ser o epicentro da pandemia. Frente a isso vemos que as políticas de Bolsonaro, o Congresso, STF e os governadores seguem numa política assassina frente à pandemia. Seja levada pelo negacionismo do Bolsonaro, ou seja, nas demagogias dos governos hora reabrem a economia para os empresários continuarem lucrando, hora fechando comércio e outros ramos sem proibir as demissões e sem garantir auxílios para esses trabalhadores pode colocar comida na mesa para sua família. Além disso, os governos não garantiram testagem massivas e nem uma quarentena racional para evitar que chegasse a esse ponto.

Se a crise sanitária continuar a ser tomada desse jeito, os trabalhadores irão continuar sofrendo e morrendo. E tragédias anunciadas como a possível falta de oxigênio podem ocorrer. Precisamos de um plano emergencial para enfrentar a pandemia e evitar a escassez de oxigênio e outros insumos para combater a pandemia. Nós do Esquerda Diário defendemos que grandes indústrias que hoje estão sendo fechadas, como a fábrica de montagem da Honda na cidade de Manaus, tenham sua linha de produção reconvertida para produzir insumos, cilindros de oxigênio, respiradores, entre outros materiais. A refinaria da Petrobras, a Fafen, por exemplo, que está fechada há mais de um ano, teria a capacidade de produzir até 30 mil cilindros de oxigênio por hora. Uma capacidade de produção que poderia superar toda a demanda que Manaus precisou quando estourou a crise.

Mas porque Bolsonaro e os empresários não giram a produção dessas indústrias para suprir a escassez e evitar novos colapsos? Porque antes da vida dos trabalhadores está o lucro desses capitalistas. Para eles o desmonte da Petrobras para poder privatizar suas refinarias é mais interessante e lucrativo do que reabrir uma refinaria desativada e contratar novos trabalhadores para poder produzir cilindros e salvar vidas (não somente de covid, pois muitas pessoas com outras doenças podem morrer sem ter oxigênio). Por que a White Martins, que é uma grande multinacional que se gaba por ter uma enorme linha de produção de cilindros de oxigênio e atende mais de 100 países, não colocam todo o seu maquinário para cobrir a demanda? A resposta é simples: os donos dessa grande empresa não estão preocupados em evitar que vidas sejam perdidas, e sim preocupados onde vão ganhar mais com suas vendas.

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Os trabalhadores não podem depender do Estado e dos capitalistas para combater a pandemia. é preciso levar a frente essas ideias pela própria classe trabalhadora. Se organizando nos seus locais de trabalho, em comitês de segurança e higiene, para levar a frente essas demandas. Também é preciso que as grandes centrais sindicais como a CUT e CTB, que são dirigidas pelo PT e PCdoB, rompe com a sua paralisia e apresente um plano de lutas, que chamem assembleias para que a base dos trabalhadores possa se organizar e lutar contra toda essa miséria que está sendo imposta pelo s capitalistas.

Veja também a declaração do MRT com um programa para a pandemia

 
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