Seguro de vida de Gari que morreu em acidente de trabalho vale menos que um mês de salário de um gerente ou funcionário do alto escalão da Comlurb. O valor pago nas férias de um Coordenador é maior que o salário de um ano inteiro do gari. E assim que garis morrem em acidentes de trabalho e a Comlurb varre para baixo do tapete. A Gari Irenilce, vítima de um acidente de trabalho que veio a falecer no dia 23/07, teve da Comlurb apenas uma nota de pesar publicada em seu aplicativo corporativo.
A Comlurb sequer publicou uma matéria em sua página, como pesar pelo falecimento da funcionária, essa é a política da empresa que tem silenciado sobre a morte de inúmeros garis vítimas de acidente de trabalho que, muitas vezes, tem a própria direção da empresa como responsável, obrigando os funcionários a descumprirem regras, normas e leis da medicina do trabalho, como a ergonomia.
O mesmo tratamento dado a gari Irenilce foi o reservado pela direção da Comlurb às dezenas de garis mortos enquanto trabalhavam durante a pandemia, muitos com comorbidade não foram afastados, continuaram trabalhando, sem EPIs adequados, sem fornecimento de mascaras pela Comlurb para evitar o contágio, sem aferição de temperatura e sem álcool em gel em muitas gerências. Notas de pesar no aplicativo da empresa, sem dar uma explicação sobre o motivo do falecimento daqueles funcionários, todos sem investigação, sem pericia, sem divulgação real dos fatos, de quantos se contaminaram ou morreram de covid-19, trabalhando ou não.
Irenilce era do Hospital Lourenço Jorge, mas morreu em um acidente na Cidade das Artes, ao entrar no elevador (com defeito) quando este não estava no andar. O acidente dificilmente teria ocorrido se as gerências da Comlurb prestassem atenção para o problema que é realocar o trabalhador de um setor para o outro sem o devido treinamento. Acostumada a trabalhar em um Hospital, a funcionária foi deslocada para outro setor e ficou lá por 3 meses. Garis reclamam que a empresa os trata como descartáveis.
A família de Irenilce nem mesmo recebeu o auxílio funeral da Comlurb, foi a RIOTUR que arcou com as despesas. Pelo seguro de vida de um gari, a Comlurb paga apenas R$ 10 mil à família da vítima nesse tipo de ocorrido, uma valor muito inferior às despesas que a Comlurb tem com os salários e regalias pagas aos gerentes e cargos de confiança do alto escalão da empresa (estes que são responsáveis por tragédias como essa, como também pelo super faturamento da folha de pagamento da empresa). E quando ocorrem os acidentes, a empresa tenta sempre abafar o caso, sem ao menos apurar os fatos ou abrir uma CAT.
Só em um mês, um Superintendente da Comlurb ganha cerca de R$ 33 mil de remuneração, enquanto que um Engenheiro recebe cerca de R$ 25 mil. Diretores e gerentes recebem, no mês, salários superiores ao valor do seguro de vida que a empresa deve à família de Irenilce. Isso sem contar os gastos com carros para os funcionários do alto escalão da empresa ir trabalhar, remunerações especiais e outras regalias para aqueles que estão em cargos indicados. Tanto Crivella quanto Eduardo Paes usaram esta estrutura da empresa para fins políticos.
Enquanto isso, para quem sustenta a empresa e está na rua varrendo, nos hospitais, nas escolas, correndo atrás de um caminhão, assim como as demais funções de base. O custo de vida só aumenta, o salário é corroído pela inflação, e a direção da empresa não dá nenhuma reposição desde 2019, defasando assim o salario dos trabalhadores.
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