Hoje (09/02) em Campinas, trabalhadoras terceirizadas da limpeza das escolas municipais em greve, fazem um ato em frente à prefeitura, para garantir o básico: o pagamento dos seus salários e o pagamento sem atrasos dos vale alimentação, refeição e transporte.
É escancarado que a precarização do trabalho e a terceirização atinge principalmente as mulheres, sobretudo as negras. Como o grupo de mulheres Pão e Rosas costuma dizer "A precarização tem rosto de mulher, e no Brasil, de mulher negra". Essa afirmação é importante para organizar a unidade das fileiras da classe trabalhadora, batalhar contra as reformas que retiram direito e pra chegar à conclusão que também defendemos: a luta também tem rosto de mulher e sobretudo, de mulheres negras.
E são esses rostos que hoje protagonizando o ato em frente à prefeitura puderam ser vistas cantando "mulheres unidas, jamais serão vencidas" e fazendo falas emocionantes com a força de quem tem que enfrentar a patronal, o machismo, o racismo e o patriarcado todos os dias.
"Nós mulheres já trabalhamos de graça na nossa casa", diz outra trabalhadora, demonstrando o peso da dupla jornada e como o casamento entre patriarcado e capitalismo descarrega o trabalho não pago nas costas das mulheres.
Frente ao caso absurdo, em que a empresa terceirizada não paga os salários dos dias já trabalhados e atrasa todos os vales, as trabalhadoras diziam "não somos escravas", "se a empresa não paga, a prefeitura que assuma", exigindo da prefeitura o pagamento dos salários, já que ela também é responsável por essa situação.
Contra a empresa e a prefeitura, que em tempos de pandemia, alta da inflação, aumento nos alimentos, no aluguel, nos remédios, deixam trabalhadoras sem os seus já insuficientes salários, as terceirizadas gritam: só voltamos às escolas, com o pagamento do nosso salário!
Todo apoio à luta das trabalhadoras terceirizadas das escolas municipais de Campinas! Nós mulheres do Pão e Rosas, junto ao Esquerda Diário, Juventude Faísca e professores do Nossa Classe, estamos à disposição para dar vazão a essa luta e colocar todas nossas forças ombro a ombro com a de vocês, e chamamos todas as organizações e parlamentares de esquerda, movimentos sociais e entidades estudantis a somarem forças nessa mobilização.
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