Foto: Reprodução
Imagens feitas por outros estudantes mostram o adolescente negro de 17 anos sendo imobilizado, além de sofrer tentativas de rasteiras e depois um golpe de enforcamento por um policial militar dentro da Escola Estadual Professora Ondina Rivera Miranda Cintra, nesta quinta-feira (24), em Santo André no ABC paulista.
No vídeo é possível ouvir os estudantes dizendo “ele não fez nada” e o próprio adolescente também se defendendo. “O que eu fiz?”, questionando o PM. Segundo uma aluna, de 15 anos, que estava com ele por volta das 19h, quando estavam andando juntos a caminho da escola onde estudam no período noturno.
“Eu falei [nome do adolescente], eles estão te encarando". Aí ele falou alto "mas eu não tô fazendo nada, parça, duas vezes”, afirmou a jovem. “Aí o policial parou o carro na porta da escola e falou "fala para mim o que você tá falando aí moleque do caralho". A gente continuou entrando para a escola, ele veio correndo atrás dos meninos”.
Confira o vídeo, compartilhado pela professora Maíra Machado:
A juventude pobre e negra que já sofre com a precarização no ensino, que mais do que nunca, em plena pandemia se colocou a manter o funcionamento de diversos serviços, encarando jornadas precarizadas, e assim elevando o nível de evasão escolar, se vê ameaçada com o fechamento generalizado do período noturno em diversas unidades escolares da rede pública.
O Estado alega o fechamento devido à violência generalizada, mas sabemos que essa violência é gerada pela própria polícia, a mesma que matou Lucas e tantos outros jovens vítimas de balas "perdidas" em operações policiais.
As polícias seguem cumprindo seu papel, o de perpetuar a violência sistemática à população negra no Brasil. A comunidade escolar não pode permitir ataques como esse. Nós, do Esquerda Diário, nos solidarizamos com o adolescente e todos os jovens que tem suas vidas dificultadas e violentadas por esse Estado racista, e nos colocamos a serviço da construção dessa força que pode intervir na realidade
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