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Imperialismo
ONU hipócrita vota "deplorar" guerra na Ucrânia. Veja 3 vezes que a ONU promoveu massacres
Juliane Santos
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

A atuação da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, é permeada pelo apoio a invasão de países, ações autoritárias, denúncias de violência sexual contra mulheres pelas tropas de "paz", e um enorme rastro de devastação. Listamos aqui alguns desses exemplos da atuação da ONU em diferentes países que explicitam o caráter demagógico dessa organização e reafirmam a necessidade dos trabalhadores ucranianos buscarem uma saída independente, que batalhe pela construção de uma Ucrânia operária e socialista

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Nesta quarta-feira, 2, foi aprovada uma resolução contra a invasão da Ucrânia pela Rússia no Fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Foram três dias de discursos entre mais de cem países e um total de 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções em relação a proposta de resolução.

O Brasil votou favorável à resolução, junto com a maioria dos países, e os que foram contrários foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China se absteve.

Tal ação das Nações Unidas, de crítica à postura russa, se mostra enquanto um discurso demagógico se refletirmos a atuação do órgão em muitos países. Um exemplo a ser citado é o Haiti. Em 2004, a Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti (Minustah) realizava um debate de restaurar a ordem no país após uma revolta que derrubou o então presidente Jean-Bertrand Aristide.

Parte importante do efetivo de soldados que foram para a missão de "pacificação" no Haiti eram compostas por brasileiros, que empregou mais de 36 mil soldados no período entre 2004 e 2017, com as forças de paz comandadas pelo General de Divisão Brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira, atualmente Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, no governo de Jair Bolsonaro. O apoio ativo do Brasil a essa missão que teve como saldo uma profunda violência contra o povo haitiano, com inúmeros relatos de violência física e sexual a população do país, principalmente às mulheres, se deu no governo de Lula, que também possuía um discurso demagógico em relação a atuação da ONU no país.

No Afeganistão, a atuação da ONU nesse país que teve uma ocupação que durou cerca de 20 anos, foi outra intervenção que teve um resultado devastador, deixando milhares de mortos e o país ainda mais na miséria. A invasão e ocupação do Afeganistão por forças militares americanas e européias em dezembro de 2001, marcou o início da chamada "Guerra ao Terror", justificativa utilizada para a ocupação quando na verdade as ações imperialistas buscavam ter acesso a importante localização geopolítica do país, para além dos interesses nas reservas de petróleo.

Também na Síria, guardadas as devidas proporções, vemos um cenário parecido com o citado em outros países, em que a ONU, além de ser responsável pela calamidade social gerada pelos bombardeios, teve suas "tropas de paz" se aproveitando da miséria social da guerra para explorar sexualmente as mulheres, em especial solteiras e viúvas, em troca de ajuda de qualquer espécie.

A Organização das Nações Unidas, criada em 1945, tem dado exemplos de como atua nos países que realiza intervenção militar, sempre com discursos de ações pacificadoras, e luta contra grupos extremistas, mas o que vemos na prática são intervenções que visam garantir os interesses dos principais imperialismos mundiais, com isso gerando violência ao conjunto da população, e muito fortemente aos setores mais oprimidos, como as mulheres.

Enquanto a ONU realiza uma assembleia geral para que seja votada uma posição contrária aos ataques na Rússia, esse mesmo órgão foi parte ativa da invasão de países, em que algumas das consequências citamos nesse artigo, e recai sobre as costas dos trabalhadores e a população mais pobre e oprimida. Por isso, diante da situação na Ucrânia, não devemos buscar uma saída nem que se alie ao reacionário governo russo que ataca com suas tropas o país, e nem com os países imperialistas e seus órgãos como OTAN e ONU, que servem aos interesses de setores burgueses imperialistas.

A classe trabalhadora não tem fronteiras, e é explorada e oprimida mundialmente pelos setores burgueses, seja da burguesia nacional ou internacional. O único caminho que se coloca é a batalha por uma saída independente dos trabalhadores, autoorganizados, confiando em suas próprias forças e com independência de classe, por uma saída operária e socialista.

 
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