Desde o golpe institucional em 2016, quando também se aprovou a lei do teto de gastos para estrangular a verba da educação e da saúde e pagar a ilegal e fraudulenta dívida pública, fica claro que o projeto da burguesia para a juventude e para os trabalhadores é o da precarização. Hoje o governo de Bolsonaro impõe sua política através do interventor Bulhões na UFRGS e descarrega os ataques à educação nos estudantes cotistas, que têm suas bolsas cortadas e são desligados arbitrariamente da universidade, e nos terceirizados, que foram ou sobrecarregados com mais trabalho ou demitidos durante a pandemia.
Além da precariedade da moradia estudantil, ressaltada pela luta dos estudantes indígenas, os RUs agora contam com um sistema de agendamento que, na prática, é uma restrição de gastos com alimentação e funcionários, já que são pouquíssimos terceirizados para garantirem o seu funcionamento. Também vemos a precariedade dos prédios da UFRGS que, por conta dos cortes, não têm a infraestrutura adequada para receber seus alunos de volta. Os prédios do Instituto de Artes, por exemplo, têm um histórico escandaloso de pragas, infiltrações e alagamentos e, por isso, hoje os estudantes e professores reivindicam o ex-prédio do ICBS para terem suas aulas por meio de mobilizações, aulas públicas, debates e atos, iniciativas que o Centro Acadêmico do Teatro (CADi), gestionado pela Faísca Revolucionária e independentes, têm impulsionado junto dos demais estudantes do IA.
A reitoria interventora mantém a maior parte dos dados financeiros da universidade em sigilo porque beneficiam a iniciativa privada enquanto cortam dos setores mais precários. É urgente a abertura do livro de contas para que a comunidade acadêmica saiba desses dados e possa decidir os rumos da universidade. Que os capitalistas paguem pela crise!
Para levar à frente essas tarefas, as entidades estudantis precisam atuar como verdadeiras ferramentas de luta, impulsionando a auto-organização dos estudantes através de assembleias de base e apostando na aliança com os trabalhadores. O DCE da UFRGS, dirigido atualmente pelo PSOL (Juntos/MES, Alicerce e Afronte/Resistência), UP e até pouco tempo pela UJC/PCB, precisa cumprir esse papel, porque essa luta precisa se enfrentar com o interventor bolsonarista, o que só pode ser feito através da auto-organização da comunidade universitária, sem confiar nas instâncias burocráticas da universidade, como o CONSUN, que são também responsáveis pela atual situação. Apostamos no caminho da mobilização que se enfrente com a reitoria interventora, os cortes na educação, o teto de gastos e todos os ataques que visam elitizar e privatizar a universidade pública. Não é se aliando com a direita liberal, como hoje faz o PT com a chapa Lula-Alckimin, que vamos enfrentar essa situação. Os cortes se aprofundaram com o golpe e com Bolsonaro mas, na verdade, se iniciaram com Dilma.
Por isso, é necessário exigir que a UNE, dirigida pela UJS/PCdoB, PT e Levante Popular, rompa com sua paralisia eleitoreira e organize os estudantes nacionalmente. É escandaloso que a UJS/PCdoB, mesma organização que constrói o movimento “Eu Defendo a UFRGS”, através de sua entidade UMESPA aqui em Porto Alegre, tenha considerado uma vitória o ataque do bolsonarista Melo ao meio-passe estudantil, o que vai na contramão de defender os estudantes.
O movimento estudantil não pode ficar refém dessa política e por isso é urgente nossa organização. Em defesa dos cotistas, bolsistas, todos estudantes e trabalhadores da UFRGS, levantemosl uma forte campanha contra os cortes, pela abertura do livro de contas e por mais verba para a educação para garantir políticas de permanência, defendendo o fim da lei do Teto de Gastos e o não pagamento da dívida pública!
Vem com a Faísca Revolucionária batalhar por uma universidade à serviço dos trabalhadores e do povo pobre, em que a ciência, arte e tecnologia sirvam para atender as demandas de quem tudo constrói nesse mundo: a classe trabalhadora!
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