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Crise
Frio em SP assola moradores de rua, enquanto especulação imobiliária lucra milhões. É urgente uma reforma urbana radical!
Redação

Com o frio recorde desta última madrugada em São Paulo, a crescente população que vive na rua teve problemas de saúde, ocasionando mortes por não ter acesso a um direito mínimo e digno de moradia. Enquanto isso, a especulação imobiliária lucra milhões, com todo o apoio dos governos.

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Na madrugada desta quarta-feira, 18, as temperaturas marcaram 5,5ºC na capital paulista, com sensação térmica chegando a -4ºC, sendo a noite mais fria do mês de maio desde 1990 na cidade. E é justamente nesse contexto que, em meio à crise econômica agravada nos últimos dois anos de pandemia, milhares de pessoas passaram a noite dormindo na rua, em péssimas condições, sem cobertor, casaco e comida, sentindo na pele a crueldade e miséria causados pela sede de lucro da especulação imobiliária.

Essa situação chegou a ocasionar a morte de um idoso de 66 anos, morador de rua que teve uma convulsão por conta do frio que passou na madrugada desta noite. Outros moradores da região central de São Paulo, relataram que durante a noite, ligaram para o telefone da prefeitura da assistência social municipal e não obtiveram resposta e atendimento para os centros de acolhimento, não existindo outra possibilidade senão ficar nas ruas geladas e sem proteção.

Diante disso, a posição da prefeitura do reacionário Ricardo Nunes (PSDB) foi nada menos que proteger os interesses das empresas e construtoras da especulação imobiliária, destilando descaso às vidas dos moradores de rua em meio às baixíssimas temperaturas. Inclusive, na região do centro de São Paulo, foram vistos caminhões da prefeitura retirando o pouco que estes moradores de rua tem, como cobertores, colchões e barracas que ficam na via embaixo do Elevado, o Minhocão.

Caminhão da prefeitura de São Paulo retirando cobertores e barracas da região central da capital paulista no dia mais frio do ano [Imagem: Reprodução].

Além dos recordes de temperaturas baixas, nesta mesma semana, a prefeitura acionou a Polícia Militar para reprimir e reintegrar um prédio abandonado na região da Avenida Paulista, em São Paulo, ocupado por dezenas de famílias que não têm casa, deixando-as na rua em meio ao frio e à crise.

Essa é a política do governo Bolsonaro e Nunes, que em meio à crise que aumentou em mais de 30% o número de moradores de rua nos últimos dois anos, opta por investir na ação repressora da polícia de reintegrar terrenos e edifícios, abandonando ao frio e à falta de moradia mais famílias e pessoas.

É por isso que é urgente defender uma reforma urbana radical, que garanta este direito mínimo à moradia. Nesta madrugada morreram mais pessoas de frio em São Paulo, e enquanto isso, existem 1800 mansões na capital que poderiam abrigar mais de 100 mil famílias. E sabemos bem que essas mais de 30 mil pessoas que moram nas ruas têm cor e classe social, sendo mais de 70% de negros, destinados à miséria nesse sistema capitalista.

O mesmo capitalismo que pode desenvolver altas tecnologias, não consegue garantir nem sequer uma demanda tão elementar que é não morrer de frio e garantir moradia digna para todos. Basta! Necessitamos urgente de uma reforma urbana radical, em que todos os imóveis, mansões e terrenos vagos fiquem à disposição de pessoas sem moradia, como primeira medida que se choque com os interesses do mercado imobiliário. Basta de capitalistas milionários em terrenos quilométricos enquanto pessoas morrem de frio, fome e miséria nas ruas!

 
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