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Estudantes da UFMG aprovam paralisação dia 9 e chamado à UNE que construa pela base nacionalmente
Pedro Gronga
Estudante de História da UFMG

Em Assembleia Geral de Estudantes da UFMG foi aprovada uma paralisação no dia 9 de Junho, convocado pela UNE como dia de mobilização pela educação, e um chamado a que a entidade construa este dia desde as bases com uma paralisação nacional contra os cortes na educação, para combater o bolsonarismo e por justiça para Genivaldo e pela Vila Cruzeiro.

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Foto: DCE UFMG

Nesta terça-feira, 31, aconteceu a primeira Assembleia Geral de Estudantes da UFMG desde o retorno das atividades presenciais e após um longo período sem esses espaços democráticos de decisão des estudantes mesmo em meio ao ensino remoto e a pandemia. As pautas foram duas: conjuntura nacional, diante das aberrações promovidas pela extrema direita nos governos e por suas bases sociais bolsonaristas, como o assassinato de Genivaldo e a chacina da Vila Cruzeiro, além dos cortes à educação por Bolsonaro, a direita e o centrão; e os ataques da Reitoria da UFMG às festas e entidades estudantis, perseguição a vendedories ambulantes e os problemas do transporte público de Belo Horizonte.

Na primeira pauta es estudantes que se manifestaram, mostrando a tradição de luta do movimento estudantil da UFMG, rechaçaram o governo Bolsonaro, os militares e o bolsonarismo de conjunto, denunciando como os assassinatos de Genivaldo e dos 27 da chacina da Vila Cruzeiro eram responsabilidade dessa extrema direita racista, a mesma que quer o fim das cotas raciais e implementa cortes nas universidades. O mais recente, de 14,5%, afeta mais de 30 milhões do orçamento da UFMG, que representa algo em torno de todo o orçamento destinado à assistência estudantil e que também será afetada por mais esse corte em um orçamento já defasado em pelo menos 14 anos da universidade. A direita e o centrão, mostrando que não são aliados des estudantes, são os que propõem cobrança de mensalidades para elitizar e privatizar as universidades.

Sobre o assunto: Contra a PEC 206, o bolsonarismo e por justiça para Genivaldo

Nesse sentido, as falas tiveram um sentido comum de construir desde as bases uma paralisação no dia 9 de junho, convocado pela nossa entidade estudantil a nível nacional, a UNE (União Nacional dos Estudantes), como um dia de mobilização em defesa da educação. Algumas falas denunciaram, entretanto, que não é com a confiança que a UNE e nosso DCE (Diretório Central dos Estudantes da UFMG) têm em um projeto de conciliação com a direita nas eleições como a chapa Lula-Alckmin que vamos conseguir derrotar cada um desses ataques. Pelo contrário, esse projeto pretende governar o país administrando a obra econômica nefasta do golpe institucional de 2016, que inclui por exemplo o teto de gastos e as reformas da previdência e trabalhista. Esse caminho desarma a luta contra a extrema direita na medida em que concilia com a mesma direita que nos ataca, e assim enfraquece a auto-organização des estudantes para lutar com uma resposta própria, pois busca fazer do movimento estudantil um mero comitê de campanha eleitoral. Lembrando que o MBL que propôs cobrança de mensalidade nas universidades e o Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara inimigo da educação e que aprovou a Reforma da Previdência, foram tratado como aliados pela UJS, coletivo que é da direção majoritária da UNE e que foi colocado na mesa de direção da Assembleia de ontem pelo Afronte - coletivo que dirige o DCE da UFMG e que havia se posicionado contra a realização desta mesma Assembleia, que só aconteceu por pressão de outros coletivos de juventude no Conselho de Entidades de Base.

Leia também: Como enfrentar a extrema-direita bolsonarista sem sucumbir à conciliação de classes?

Como fruto dessa discussão, foram aprovadas uma série de propostas para fortalecer a luta des estudantes pela educação e por justiça por Genivaldo e pela Vila Cruzeiro, a começar pela aprovação de uma paralisação no dia 9 de Junho na UFMG, além de propostas como passagens em sala, faixa de chamado na portaria da Antônio Carlos, construção de um ato de rua em BH, dentre outros.

Para potencializar essa luta, a Faísca Revolucionária apresentou uma proposta que também havia sido proposta e aprovada em Assembleia de Estudantes da Filosofia com um chamado à UNE, buscando colocar a força das entidades estudantis a serviço da mobilização e da unificação das pautas da educação com as do povo negro e des trabalhadores:

“Es estudantes da UFMG reunides em Assembleia Geral no dia 31/05 chamam a União Nacional dos Estudantes (UNE) a construir com reuniões e assembleias de base nas universidades de todo o país uma forte paralisação contra os cortes na educação, para combater o bolsonarismo e por justiça para Genivaldo e pela Vila Cruzeiro.”

Veja as falas que defenderam essa proposta, que foi aprovada:

Na segunda pauta foi discutido como os ataques do governo Bolsonaro e do conjunto do regime político influencia na vida des estudantes dentro da UFMG, no marco de que a Reitoria administra a crise contra os setores mais precários da universidade. Es estudantes estão sendo proibides de fazer festas e a Reitoria e as Diretorias estão perseguindo e ameaçando fechar entidades estudantis enquanto tenta expulsar vendedores ambulantes dos campi. Também foi debatido como a prefeitura do até pouco tempo prefeito Alexandre Kalil (PSD) e do atual Fuad Noman (PSD) ataca duramente a população para favorecer os lucros exorbitantes das máfias dos transportes de Belo Horizonte. Frente a essa situação, foi aprovado uma carta das entidades estudantis em repúdio aos ataques da Reitoria dentre outras resoluções.

Sobre o assunto: Aliança Lula e Kalil em Minas Gerais

Veja também a fala da Faísca Revolucionária neste ponto:

Nesta quarta-feira, um dia após a Assembleia, foi deflagrada uma greve de técnicos administrativos da UFMG . Chamamos todes estudantes a apoiarem fortemente a luta desses trabalhadores, que têm suas vidas atravessadas pela defasagem salarial e situação imposta pelo governo Bolsonaro, e também pela sobrecarga e abusos da reitoria.

Nós da Faísca, que compomos o Polo Socialista e Revolucionário, queremos construir uma alternativa na luta de classes e nas eleições que, no movimento estudantil, contribua para que es estudantes se aliem à classe trabalhadora e setores oprimidos e não à direita, como fazem o PT e, inclusive, o PSOL. Queremos discutir essa perspectiva com todes, batalhando por uma universidade à serviço des trabalhadores e do povo e por uma sociedade sem classes, livre de toda exploração e opressão.

Pode interessar: Os exemplos na América Latina mostram que só uma política de independência de classe pode enfrentar a extrema-direita

 
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