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Petrobrás
Bolsonaro busca privatizar três refinarias da Petrobrás, o que aumentará preço dos combustíveis
Redação

Há pouco mais de dois meses para a eleição, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes recomeçaram a tentativa de privatização da Petrobras, com o objetivo de obter apoio dos capitalistas para as eleições, mostrando que está disposto a realizar os ataques exigidos pela burguesia. A Petrobrás reabriu o processo de venda de três de suas refinarias e ainda estendeu o prazo para que interessados na compra se manifestem. Tudo isso, enquanto o próprio governo estuda a privatização da própria Petrobras.

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É em meio a esse cenário de combustíveis mais caros que as pesquisas eleitorais começam a mostrar, com alguma frequência, uma derrota de Bolsonaro no primeiro turno, em outubro. Em resposta a isto é que Bolsonaro começa a tentar medidas desesperadas com o intuito de melhorar sua situação nas pesquisas.

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As refinarias à venda neste momento são a Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. As três juntas têm 23% da capacidade de refino do país.

Das oito refinarias postas à venda pela Petrobras, a Rlam é a única que foi efetivamente negociada e transferida ao seu novo dono, o Fundo Mubadala. O valor do negócio foi fechado em março de 2021: US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,83 bi).

Estudo do Ineep aponta que a Rlam valia pelo menos o dobro disso: US$ 3,12 bilhões (mais de R$ 16 bilhões hoje).

O Ineep também apontou vendas abaixo do valor considerado justo no caso da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, vendida em agosto de 2021; da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, vendida em maio.

No caso da Rlam, contudo, a perda econômica não fica restrita à Petrobras, mas atinge toda a população da Bahia. O Fundo Mubadala criou uma empresa para administrar a Rlam, a Acelen. Ela, desde que assumiu o controle da refinaria, aumentou o preço do combustível vendido a distribuidores mais que a Petrobras; passou a comercializar os derivados de petróleo mais caros do país; e isso refletiu-se nos postos de combustível. Em março, a Bahia tinha a gasolina e o diesel mais caros do Brasil.

Estimativas calculadas pelo economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo (OSP) apontam que a gasolina seria até 11,5% mais cara em refinarias da Petrobras caso eles já tivessem sido privatizadas. Já o preço do diesel seria até 12% superior ao atual nesse mesmo cenário.

Isso, aliás, num contexto em que os preços dos combustíveis acumulam altas históricas. De acordo com cálculos da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde o início do governo de Bolsonaro, em 2019, o diesel nas refinarias subiu mais de 200% –ou seja, triplicou. A gasolina, mais de 160%.

Os petroleiros vêm sendo profundamente atacados nos últimos anos, com a demissão de centenas de milhares de trabalhadores, entre efetivos e terceirizados, o que leva a jornadas maiores e mais extenuantes e maior número de acidentes. Uma forte luta dos petroleiros contra a privatização, que piora suas condições de trabalho enquanto aumenta o preço dos combustíveis, tem a capacidade de se unificar com a classe trabalhadora de conjunto, que também sofre com a atual situação da Petrobras, e é a única maneira de reverter a privatização, impondo uma Petrobras 100% estatal, baixando o preços dos combustíveis, bem como enterrar o bolsonarismo enquanto movimento político, que vai seguir mesmo com uma derrota nas urnas, como pode ser visto nos Estados Unidos, onde o trumpismo segue forte nas ruas.

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