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Precarização do Trabalho
Demissões via whatsapp e pressão psicológica: o trabalho no bandejão da Unicamp
Redação

Como trouxemos aqui no Esquerda Diário, com a troca da licitação da empresa responsável pela administração dos Restaurantes Universitário da Unicamp, mais de 300 trabalhadoras terceirizadas dos bandejões estão na iminência de serem mandadas embora. As demissões inclusive já começaram, com alguns trabalhadores já sendo desligados e com outros já sabendo a data de desligamento. Demissões via whatsapp e email, aumento de jornada de trabalho, precarização de serviços compõem os absurdos do processo. É urgente organizar a defesa de seus empregos e lutar por nenhuma família na rua!

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Na primeira semana de junho, a Unicamp aprovou a contratação da empresa Soluções Serviços Terceirizados, que carrega um histórico de processos irregulares que resultaram inclusive numa penalidade sanitária no Rio de Janeiro. A troca da empresa, além de trazer uma grande precarização dos serviços prestados, que aprofundam a terceirização do bandejão e afetam diretamente a permanência estudantil, vem junto com a redução do salário e demissão de vários trabalhadores.

Segundo relatos colhidos, algumas trabalhadoras já foram demitidas, mas a grande maioria continua trabalhando apenas com as datas que vão ser desligadas. Desde de que todas essas mudanças foram anunciadas, um elemento fundamental para impedir qualquer processo de luta e gerar confusão foi a surpresa das informações anunciadas. Exemplo disso é que contratos foram quebrados pela própria Funcamp antes de completar um ou dois meses, a depender do caso, para efetivar o término. Conforme relatado por alguns trabalhadores ao Esquerda Diário, foram contratados de forma temporária - com contratos de um ano e promessa de serem renovados por mais um ano - esses trabalhadores foram informados da diminuição de tempo de contrato por whatsapp e e-mails para que pudessem ser desligados no dia 2 de agosto. Formas de contrato de trabalho aprovadas por Temer com a Reforma Trabalhista e aprofundadas por Bolsonaro na pandemia, em contratos ultra precários de até 2 meses de trabalho, podendo ser revogados, como acontece agora. E que a Funcamp se utiliza, com aval da reitoria da Unicamp, para agora demitir um grande número de trabalhadoras. A insegurança sobre seus postos de trabalho é um duro ataque para quem não sabe se depois do dia 2 de agosto vão ter como pagar seus aluguéis, contas, como muitas afirmam.

Além dos escândalos que envolve a nova empresa, essas trabalhadoras foram demitidas via mensagem eletrônica, isto é, nem mesmo foram convocadas pela Funcamp a ir no setor de recursos humanos e assinar presencialmente a demissão, o que provocou revolta em torno do mínimo esclarecimento da situação em que se encontram e como parte de denunciar a arbitrariedade que a Funcamp está tratando este processo. Junto a isso, elas relataram que representantes da nova empresa visitam o RU todos os dias e observam a execução de tarefas, o que é uma forma de aumentar a pressão psicológica para trabalharem mais, incentivando a disputa entre elas para que talvez sejam recontratadas.

Esse fato aprofunda ainda mais a terceirização como um instrumento usado pela empresas, e pela Reitoria de Tom Zé, para fazer um verdadeiro descarte de trabalhadores, na medida em que aumenta a precarização, desconsidera direitos e todas as relações trabalhistas ganham esse tom impessoal e arbitrário, no qual os trabalhadores não sabem a quem exigir suas demandas.

Algumas trabalhadoras informaram ao Esquerda Diário que existe a possibilidade do Restaurante Universitário passar a funcionar aos sábados e domingos, o que aumentaria suas jornadas de trabalho.

Gostaríamos de debater a respeito dessa ampliação do funcionamento semanal do R.U, pois ao mesmo tempo que essa demanda é histórica e faz parte da luta do movimento estudantil, para que os estudantes possam se alimentar de forma acessível e com qualidade aos finais de semana, não podemos aceitar que a empresa imponha jornadas exaustivas ao mesmo corpo de trabalhadores dos dias de semana, levando em consideração que hoje já ocorre a sobrecarga. Não podemos permitir que a reitoria da Unicamp use isso de forma oportunista, para angariar uma imagem democrática, uma pauta do movimento estudantil que pode acabar na exploração de dezenas de trabalhadores.

Exigimos, portanto, que novas contratações sejam feitas para o horário total de funcionamento do restaurante, para que não haja sobrecarga no trabalho, sem redução salarial e com direitos assegurados para todas e todos trabalhadores. E assim, possamos ter bandejão aos fins de semana, mas sem precarização.

É preciso organizar uma forte luta pela defesa de todos os empregos, para que centenas de famílias nas sejam jogadas na rua, para barrar esse enorme ataque que aprofunda a terceirização, pioram o trabalho e os serviços do restaurante universitário, e ao mesmo tempo compromete a permanência dos estudantes que dependem deles.

Nós do Esquerda Diário e da juventude Faísca Revolucionária impulsionamos a participação de todos no Comitê em defesa dos terceirizados, no qual participam estudantes e trabalhadores. É fundamental que todas as entidades e as correntes de esquerda componham essa mobilização, fortalecendo uma unidade entre trabalhadores e estudantes que é o único meio de barrar esse processo de precarização do trabalho na universidade e a própria permanência, e avançarmos contra a terceirização em todos setores.

 
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