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Serviço Social UnB
Eleições do Caseso: o que está em jogo?
Eduardo Máximo
Estudante da UnB e bancário na Caixa
Faísca Revolucionária - UnB
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB

Estamos avançando no processo eleitoral do CASESO. No próximo dia 8 será apresentado e votado em assembleia do curso o regimento eleitoral que ditará como as eleições se darão. Desde já precisamos debater, o que está em jogo nessas eleições? Que centro acadêmico precisamos e que papel ele pode cumprir na luta contra a extrema direita e os ataques? Nós da Faísca Revolucionária abrimos esse breve diálogo com es estudantes para que todes possam ser sujeitos a refletir e debater essas questões tão importantes.

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Há pouco tempo voltamos a ocupar os corredores da UnB presencialmente, a felicidade de estar finalmente podendo viver a universidade e o que ela oferece se mistura com os enormes desafios colocados para os estudantes com o retorno presencial.

Desde o início das aulas nos deparamos com os cortes bilionários na educação que já afetam a UnB. Quem nunca ficou pelo ICC atrás de um bebedouro que tivesse água? Ou mesmo horas nas filas do RU? Onde muitos acabam não comendo… e já pararam para pensar na sobrecarga dos trabalhadores terceirizados do restaurante? Sem contar a lotação das linhas do 110 e a retirada dos ônibus intercampi. Essas questões dizem respeito a permanência e assistência estudantil que são as primeiras que tem as bolsas cortadas e atacadas, atingindo os setores mais precários da nossa universidade.

Além disso, é impossível deixar de mencionar os escandalosos casos de violência de gênero, como os assédios, um que ocorreu com uma estudante do nosso curso, porém soubemos de vários outros casos de assédio, e o odioso e revoltante estupro que aconteceu em um caminho que fazemos todo dia.

Isso tudo não está descolado da realidade política que vivemos. Bolsonaro, os militares, a extrema-direita e a direita elegeram a juventude e os setores oprimidos como alvo, vomitam ódio contra nós e vem nos atacando ainda mais, querendo fazer com que nós paguemos pela crise que os capitalistas criaram, seja com os cortes na educação, mas também com as reformas que aprofundam a precarização do trabalho e as nossas condições de vida.

E por quê isso tem a ver com as eleições do CASESO? Justamente porque nossas entidades estudantis (CAs e DCE) não estão por fora da realidade política. São importantíssimas para batalhar pelas reivindicações dos estudantes e podem cumprir um papel fundamental de conscientização, politização e organização para a luta dos estudantes ao lado dos trabalhadores.

O que está em jogo é se nossa entidade estudantil será um instrumento de luta ou não. Se construiremos um CASESO que estará à altura dos desafios colocados para nós. Nem todes concordam com essa visão, existem diferentes concepções em disputa e aqui queremos abrir um diálogo com todes estudantes.

Nós da Faísca Revolucionária enxergamos que não é possível construir um centro acadêmico combativo, aliado aos trabalhadores e independente da reitoria e dos governos com uma política de conciliação de classes como leva à frente o PT, que com a chapa de Lula-Alckmin estão lado a lado da direita golpista, contando com o apoio dos grandes bancos e empresários, e querem que o dia do estudante, 11 de agosto, esteja a serviço dessa aliança com nossos inimigos de classe. A esquerda infelizmente vem seguindo os passos do PT, como o PSOL-REDE. Eles apostam todas as fichas nas eleições nacionais e mantendo nossas entidades estudantis em uma paralisia eleitoral enquanto os ataques seguem passando. Sabemos que as eleições são incapazes de resolver os problemas estruturais do país, isso só ocorrerá através da nossa luta.

Ou seja, está em jogo a batalha incessante por um CASESO vivo, amplamente democrático, combativo e aliado aos trabalhadores, onde todas as opiniões possam se expressar e todes es estudantes possam levar à frente suas ideias e iniciativas, nesse sentido, acreditamos que a melhor forma de eleger a nova direção é de forma proporcional aos votos obtidos por cada chapa, esse é um debate que desenvolveremos mais. Ampliar a democracia de nosso centro acadêmico é o que pode fortalecer nossa batalha contra a extrema-direita, exigindo a revogação de todas as reformas e ataques. Para isso é decisivo que cada estudante sinta-se capaz de tomar essa ferramenta de luta, em suas mãos, e sujeito ativo na transformação da realidade, construindo a unidade que realmente precisamos.

Se organizados ao lado dos trabalhadores e professores, das LGBTQIAP+, das mulheres, negros, indígenas e quilombolas temos a potência de arrancar nossas demandas, batalhar por uma universidade radicalmente diferente, onde a ciência produzida esteja a serviço dos trabalhadores e da população pobre e não dos lucros do agronegócio e das grandes empresas, de maneira independente dos setores que nos atacam como é a Reitoria que aplica os cortes na UnB e os governos.

Achamos que essa é a força histórica que o movimento estudantil tem, e nossa universidade foi palco de grandes combates contra a ditadura militar e inúmeros ataques que nos deixam profundas lições para os dias de hoje. Nos mostraram que nosso futuro e direitos são irreconciliáveis, e para conquistarmos, vamos ter que ir muito além da miséria do possível que nos é imposta! Precisamos fazer ecoar os estudantes no maio de 68 francês que junto dos trabalhadores desafiaram o poder gritando:

Sejamos realistas, exijamos o impossível!

 
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