Imagem: Vanderlei Almeida/AFP

As mensagens reveladas pertenciam ao sargento Adelmo Guerini, que foi transferido para o batalhão de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, em fevereiro de 2020. As mensagens foram trocadas entre ele e os colegas ou informantes falando sobre quatro operações onde, em duas delas, foram mortos dois traficantes por não pagarem propina, e outras duas onde o material apreendido foi desviado pelos policiais, usados em algumas ocasiões para pagar informantes pelo serviço.

Em uma das operações, foram encontradas mensagens entre Guerini e o sargento Oly Biage com fotos de um homem morto, dizendo que Guerini havia encontrado R$2.700 reais e uma mesa de drogas. No relatório da polícia, entretanto, apenas a droga foi reportada. Essa operação ainda deixou uma vítima, Antônio de Souza Ferreira da Silva, de 14 anos, que voltava de uma consulta com uma psicóloga para concluir o processo de adoção que estava passando após a morte da mãe.

Entre as fotos das vítimas, mensagens nojentas de parabenização de Biage para Guerini pelos assassinatos e informações sobre os melhores lugares para se tirar propina, também se lia nas mensagens que as mortes eram causadas pela recusa dos traficantes em pagar propina. Guerini afirma que matou "pq essa falou se barca quiser $ vem buscar" e ainda que "agora falamos que vamos só matar".

Os inúmeros os casos de corrupção policial e o surgimento de milícias são inerentes ao Estado capitalista e às instituições policiais, que existem com a única finalidade de garantir os interesses da burguesia. As chacinas da juventude nas periferias e da violência policial andam de mãos dadas com os interesses do Estado de reprimir a população, e apenas a luta pelo fim das instituições policiais, organizada pela classe trabalhadora pela formação de um Estado operário, pode conseguir justiça pelas vítimas da polícia e dar fim à corrupção policial.