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Eleições de CAHIS 2022
Conheça as ideias da chapa Carcará para CAHIS
Faísca - SP

Nas eleições para o CAHIS - USP 2022, a Faísca Revolucionária, junto a estudantes independentes, formou a chapa Carcará. A chapa leva à frente ideias e batalhas como a proporcionalidade da gestão, a aliança com os trabalhadores, a defesa da permanência estudantil e um movimento estudantil combativo que se organize desde a base para enfrentar a extrema-direita, cumprindo um papel importante na batalha por uma saída de independência de classe frente à crise capitalista e os ataques à educação. Conheça as ideias da chpa!

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IMAGEM: Reprodução Esquerda Diário

Em que marco acontecem as eleições?

Nossa chapa é composta por militantes da Juventude Faísca Revolucionária, além de estudantes independentes do curso de história da USP. As eleições sobre o rumo do CAHIS se dão em meio a uma crise em diversos sentidos, marcada por reformas e ataques à classe trabalhadora, à juventude e a todos os oprimidos, depois de anos de bolsonarismo e do regime do golpe institucional.

Elas também se dão em meio às eleições presidenciais, onde a principal candidatura que se mostra como alternativa ao Bolsonaro aposta na conciliação com a burguesia e com a direita, trilhando novamente o caminho que abriu espaço para o golpe de 2016 e a ascensão da extrema-direita. Além disso, coloca como candidato a vice-presidente um velho inimigo dos trabalhadores, estudantes e professores da USP: Geraldo Alckmin.

Partimos de ressaltar a importância política deste cenário pois uma entidade estudantil como o CAHIS pode cumprir com um papel importante nessa situação, organizando os estudantes por uma política de aliança com os trabalhadores, com independência de classe, que possa dar um forte combate à extrema direita e seu projeto de uma universidade “para poucos”, nas palavras do ex-ministro da Educação. Por isso, uma entidade viva e democrática, atuando em defesa dos estudantes que sofrem com as condições precárias do CRUSP, com a falta de cotas na pró-aluno e com as bolsas que não chegam até o fim do mês.

Em uma universidade extremamente elitista como a USP, devemos lutar por uma universidade que esteja a serviço dos interesses da classe trabalhadora e do povo pobre, se conectando com a luta contra todos os ataques e reformas de Bolsonaro, Mourão e de todos os setores deste regime que atacam os nossos direitos.

Por que fazemos uma chapa de oposição?

Infelizmente, a atual gestão “Ainda Assim Eu Me Levanto”, composta pelo Movimento Correnteza, Juventude Ecoar e estudantes independentes, não vem cumprindo este papel. A atual gestão atua em uma lógica que parece combativa, mas que no fundo realiza ações como atos e manifestações por fora de espaços democráticos onde os estudantes possam se expressar e debater, como assembleias, o que leva a atos construídos formalmente, mas aquém da força que poderiam ter. Amostra disso é o fato de que só aconteceu uma assembleia ao longo de todo o primeiro semestre de retorno presencial.

Isso se expressa de forma escancarada nas próprias eleições do CAHIS, onde seu calendário foi definido numa assembleia esvaziada e com um intervalo de apenas três dias para conformação de chapas e elaboração de programa, impedindo uma discussão ampla e qualitativa sobre este processo. Este período de conformação de chapa ocorre em uma semana marcada também por assembleias em diversos cursos, inclusive na própria História, sobre a paralisação dos estudantes do dia 20/09, em resposta a falta de água no CRUSP, comprometendo também uma maior concentração de todas as forças políticas na construção de um forte dia de luta.
Por tudo isso, nos colocamos enquanto uma chapa de oposição à atual gestão, pelo importante papel que entidades estudantis poderiam cumprir neste momento.

Por um CAHIS que se apoie na mobilização dos estudantes em aliança com os trabalhadores!

Nesse sentido, vemos que num cenário cada vez mais precário da nossa universidade onde o CRUSP segue extremamente sucateado ao ponto de ter blocos com semanas seguidas sem água, como é o caso do bloco F, é fundamental a luta por permanência para toda a demanda, com bolsas no valor de pelo menos um salário mínimo e melhores condições no CRUSP, bem como condições dignas de ensino, sem mais turmas lotadas por falta de professores, ou matérias com poucas vagas e aulas online, como vemos com o caso de Libras para a licenciatura.

Para conseguirmos isso, precisamos questionar a estrutura de poder da universidade, onde uma figura como o Reitor concentra grande poder, e onde o Conselho Universitário tem representantes de entidades da grande burguesia, como a FIESP, enquanto tem uma representação muito pequena de trabalhadores e estudantes, além de não ter qualquer representação dos trabalhadores terceirizados que mantém a USP de pé. Por isso, não podemos ter nenhuma confiança na reitoria e em instituições como a diretoria da FFLCH para enfrentarmos os nosso problemas ou a extrema-direita, pois são diretamente responsáveis pela precarização da universidade, expressa na falta de professores e funcionários, assim como pela falta de políticas de permanência e, sobretudo, pelas condições precarizadas da moradia estudantil.Lembremos, por exemplo, que foi o próprio diretor da FFLCH que nos disse que “deveríamos escolher entre as cotas da pró aluno ou as bolsas”. E também por isso, defendemos uma assembleia estatuinte que possa dissolver o atual Conselho Universitário e criar um espaço onde estudantes, trabalhadores e professores possam gerir a universidade, de acordo com seu peso na comunidade universitária.

Defendemos que os estudantes devem estar junto com os trabalhadores, se vinculando com suas lutas na universidade e fora dela, como ocorreu durante a greve dos trabalhadores do Bandejão Central contra um surto de Covid e contra o descaso da reitoria, no início deste ano, onde a Juventude Faísca Revolucionária esteve diariamente nessa luta, durante os 43 dias de greve, além de se somar aos atos e levantar medidas de solidariedade. Em nossa perspectiva, o CAHIS deveria seguir o exemplo dos estudantes na ditadura militar, que fizeram diversas ações de apoio e solidariedade à greve de Osasco, em 1968. É com essa aliança que podemos fortalecer o combate à extrema-direita, mas também ao governo do estado que é responsável pela falta de permanência, pelo avanço da privatização da universidade e pelo sucateamento das condições de estudo e trabalho.

Por um Congresso de estudantes da História!

A luta por uma entidade mais democrática, ainda mais em meio aos diversos ataques à educação e da extrema-direita, passa pela mobilização desde a base, fortalecendo os espaços de discussão, tanto a respeito do conhecimento que aprendemos e a serviço do quem ele estaria, como também o papel político de cada estudante na situação em que nos encontramos. Por isso defendemos a realização de um Congresso de Estudantes da História da USP, sendo algo que não ocorre desde 2019, e que poderíamos discutir diversos temas referentes ao curso, de forma ampla e aprofundada, como a própria reforma curricular que está se sucedendo ou mesmo sobre a própria entidade. Parte da própria grade do curso acaba abrangendo pouco acerca da história de outros continentes, como a África, que possui uma única disciplina voltada a essa finalidade e que claramente não contempla a profundidade que merece a história de um continente tão amplo. Isso é só um exemplo do que poderia se discutir e problematizar a respeito do que é ensinado dentro do curso de história e requer uma participação ampla da base do curso tanto para definirmos melhores alternativas dessa reforma, quanto para termos mais força para levantar esses pontos.

Pela proporcionalidade da gestão!

O congresso também poderia estar a serviço de alterar a forma como é composta a própria gestão. Nós defendemos uma gestão proporcional, em que todas as chapas inscritas possam compor a gestão de forma proporcional à quantidade de votos que receberem, fazendo com que debates de diferentes concepções de entidade possam ser testadas na prática pelos estudantes, fortalecendo assembleias e reuniões abertas, onde cada uma das diferentes forças do movimento estudantil estariam construindo elas.

Por permanência para toda demanda!

Também defendemos propostas visando que seja garantida a permanência daqueles que utilizam a universidade pública e para que este direito seja garantido para todes.

  • Auxílio permanência de ao menos um salário mínimo sem contrapartida de trabalho;
  • Para onde está indo o dinheiro da universidade? Pela abertura imediata do livro de contas da universidade;
  • Pela contratação de mais professores e funcionários;
  • Somos intransigentes na defesa da efetivação dos, des e das trabalhadoras terceirizadas sem necessidade de concurso público;
  • Pela garantia de cotas de impressão que realmente contemplem as necessidades de leitura dos estudantes;
  • Não temos dúvida: são das mãos da reitoria que são tomadas as decisões que precarizam a nossa vida universitária, já que defende um projeto de universidade que sirva ao lucro dos capitalistas. Defendemos um movimento estudantil independente e contrário à Reitoria,a dissolução do Conselho Universitário e que sejam os três setores, estudantes, professores e funcionários que possam gerir a universidade;
  • Defendemos a ampliação das cotas étnico-raciais e a criação das cotas trans, rumo ao fim do vestibular;
  • Maior articulação com os coletivos anti-opressão do Vão para que o centro acadêmico possa fortalecer suas iniciativas e construirmos medidas em conjunto;
  • Pela devolução dos blocos D, K e L no CRUSP e por uma reforma democrática da moradia estudantil;
  • Defendemos a realização de mesas ou seminários com professores, ativistas e intelectuais sobre debates políticos atuais, sejam atrelados a experiência de ensino na universidade e os rumos das lutas na universidade, seja diante de temas de questões nacionais, frente ao cenário político em que vivemos;
  • Fora PM da USP e de todas as bases que não garantem nenhuma segurança aos estudantes e trabalhadores, mas sim intensifica a repressão desde dentro do campus;
  • Contra os monopólios do ensino superior defendemos a estatização das universidades privadas sob controle dos trabalhadores e estudantes. E nesse sentido, será necessário se enfrentar com os lucros capitalistas, propondo o fim da PEC do Teto de Gastos e o não pagamento da dívida pública, pois o dinheiro da educação não deve servir para dar lucro para banqueiro ou monopólio privado de ensino.

Estas são as nossas ideias e convidamos a todos os estudantes do curso, assim como trabalhadores e professores, para debaterem conosco e se somar à batalha para que exista uma entidade capaz de levantar as nossas demandas, com perspectiva de arrancá-las pela raiz.

 
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